8. Gogobebe

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AVISO: leiam as notas porque tem coisa bem importante lá, além de uma novidade, três vídeos de músicas que estão na história, estão no fim do capítulo.

Em Bordeaux, sempre que saía para alguma festa da qual não permitia entrada de menores, Diane dava um jeito de escapar de casa após meu pai apagar as luzes do quarto. Voltava sem fazer qualquer tipo de barulho e nunca foi descoberta. Ela não sabe que eu já a flagrei fazendo isso várias vezes e não sabe já que guardo segredo disso.

Agora, eu teria que fazer o mesmo

– Tudo bem – respiro fundo, as mãos suadas, as pernas bambas, prestes a ter um desmaio se pensasse demais – Oliver, você sabe o que fazer?

O garoto tira a atenção do jogo na televisão do seu quarto e se volta para mim, e diz:

– Se alguém bater na sua porta, ligar para você. Vai dar certo, você sabe que minha mãe e seu pai dormem como uma rocha, a casa pode pegar fogo que não irão acordar.

– Você tem razão – continuo afirmando e verifico o visor do meu celular.

– Você está muito ansiosa, se ficar muito tensa, o plano pode dar errado – Oliver pontua.

– Eu sei disso – dou um longo suspiro e me sento em cima da sua cama, batendo a ponta fina do coturno branco no chão, repetidamente – mas é que, eu nunca fui para uma festa, nunca sai com amigos antes, nunca tive amigos e é meio novo para mim.

Olho para a minha saia lilás de cintura alta, estico as pernas grossas para poder ver as coxas escondidas por uma meia calça transparente meio brilhante. Demorei horas para escolher a roupa, mandei milhares de fotos para Tessa e Becca me ajudarem. Além de ser a primeira festa que vou com minhas amigas, é a primeira vez que me visto para isso, tive uma longa conversa com as garotas até decidir algo mais esporte, mas com uma pitada elegante, a saia combinando com uma blusa branca de lã com as mangas curtas e a gola alta.

Comprei as duas peças pela internet faz mais de um ano e finalmente estou usando, mesmo que estivesse com um medo tremendo de não estar bem na roupa, por esse motivo ignorei o espelho de corpo todo, para não desistir de sair. Arrumar para uma festa foi uma tarefa complicada, além de ficar a tarde toda escolhendo roupas, me maquiei mais vezes do que consigo contar. Aplicar sombra não é uma tarefa tão fácil como eu achava que era, precisei ver vídeos na internet para tentar acertar no efeito que queria, fiquei duas horas exatas tentando fazer o delineado preto razoável, troquei de batom mais de sete vezes até me decidir ir com um gloss brilhante. 

E o meu cabelo?

Eu amo meu cabelo e sempre tento cuidar o melhor possível dele, mas nunca quis tanto raspa-lo e ficar careca. Quis ter os fios dourados de Diane: curto e liso, sem problemas e sem complicações. Nunca ficava do jeito que eu queria, no fim, imitei o famoso penteado da Ariana Grande, peguei uma parte do cabelo e fiz um rabo de cavalo alto e o resto deixei solto.

Até com as lentes de contatos eu tive problemas! E nem é tão difícil assim!

Agora, entra a parte mais difícil: a festa. Eu vou entrar em um local com outras pessoas, um lugar lotado de pessoas, que estão dançando e conversando. Ao imaginar a possibilidade de coisas que poderia começar, começo a morder a parte interna da bochecha.

Meu celular vibra e quando confiro, vejo a mensagem que faz meu coração disparar:

Becca: Estamos na porta.

– É agora, Oliver – me levanto sobressaltada da sua cama, pego a bolsa branca em cima da sua mesa, está na hora de sair do quarto de Oliver para tentar esconder toda a minha produção.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now