42.2 Downpour

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*pensei em reescrever o cap, mas nao vai mudar praticamente nada, só alguma frase ali, a história mantém a mesma*

Minha única felicidade do dia, foi a enfermeira voltar e ao me ver aos prantos, ela me deu um remédio para dor de cabeça e me liberou para que eu fosse para casa assim que enfaixou a minha mão, inchada por causa do golpe que dei em Megan.

Eu estava péssima, a ponto da enfermeira ficar comovida e me deixar faltar o restante das aulas.

A briga com a Megan, pelo visto, foi silenciada já que não fui mandada pra sala do diretor para receber uma punição. Eu estranho isso, mas não penso muito sobre o assunto.

Fiquei no meu quarto o dia inteiro. Desliguei meu telefone depois de receber inúmeras ligações de Rowan, mensagens de todo mundo do Cold Demons cobrando uma explicação, sem entender o motivo de eu estar tão calada. Teve mensagens anônimas – talvez de líderes de torcidas tomadas pelo ódio – me xingando por achar que eu trapaceei.

Virei piada no colégio, com vídeos filmando minha briga com Megan, me chamando de trapaceira e tudo que conseguiam com a história distorcida que tinha em mãos. Megan também não escapou, vi várias fotos dela e inúmeras risadas por conta do choro dela.

Não recebi nenhuma ligação de Tessa, nem de Becca. As duas sumiram completamente. Eu entendo o lado delas. Por todo esse tempo, menti que a coreografia era minha, assumindo todos os elogios, mas sinto que o que mais doeu para elas, é ver minha hesitação em contar a verdade para Donna.

Por pensar em escolher Rowan.

Achavam que eu estava escolhendo-o porque gosto dele. Mas elas não sabem que passei tanto tempo com ele, conheci quem ele é de verdade é praticamente impossível pra mim não pensar em como ele vai se sentir caso revele a verdade pra todo mundo.

Acabei criando empatia por ele esconder quem ele é, com medo do que o mundo pensaria dele.

Mesmo se eu não gostasse de Rowan, se fossemos apenas amigos, ou até mesmo apenas professor e aluna, minha posição continuaria a mesma. Sei que a reputação vale muita coisa por Rowan, posso não entender muito disso, mas sei e já vi o quanto as pessoas podem ser maldosas.

E Rowan tem medo disso e eu temo por ele.

Continuo olhando para a tela do meu celular, sem querer conversar com ninguém, mas esperando que Becca e Tessa dessem algum sinal.

– Ei! Vai ficar quanto tempo chorando aí?

Eu me viro embolada em meu edredom, encontrando Diane encostada no batente da minha porta. Sem cerimônias, ela entra e senta na beirada da minha cama. Está usando uma jardineira branca com flores vermelhas e passando as unhas afiadas pelo cabelo curto.

– Você não está com raiva de mim? – pergunto fungando e limpando as lágrimas. – Ou se perguntando por que não conto a verdade logo pra professora?

– Bom... Se tem uma coisa que eu entendo, é sobre ter segredos e querer deixar bem guardados. Não julgo porque eu já tive os meus e sei como é difícil e... Sobre Donna, eu realmente não ligo pra detenção, nem do que falam de mim, você sabe, mas nem todo mundo do grupo pensa como eu – Diane dá nos ombros. – Sem falar que... Qualquer coisa que você faça de errado está longe de chegar ao mesmo nível das vezes que errei com você.

Dou um meio sorriso.

Como um pouco de coragem, consigo me sentar na cama e ligar a luminária. Eu demoro um pouco, limpo meus olhos, mas por fim, consigo desabafar tudo o que está dentro do meu peito para Diane. Ela escuta tudo, sem alterar a expressão, mas com os olhos azuis atentos, sempre mostrando que estava ali, me escutando o tempo inteiro.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now