24. Solo

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Hoje, em plena segunda, quando acordei, senti que algo tinha mudado.

É meio bobo dizer que o meu primeiro beijo no sábado tenha transformado o meu humor durante as manhãs, mas não foi isso que aconteceu. Não exatamente. Hoje eu teria aula de biologia, da qual eu sou par do Charlie.

Charlie Pratt, o garoto responsável pelo meu primeiro beijo e as palavras mais bonitas logo depois. Eu estou animada porque hoje irei vê-lo. Então, tiro as minhas melhores roupas do guarda roupa, porque quero ficar bonita, quero me arrumar como sábado.

A insegurança me ronda vez ou outra, mas estou tentando lutar contra isso e acho que estou tendo avanços. Decidi colocar um short branco de cós alto e uma blusa de mangas que precisa ser amarrado na frente, fazendo surgir um decote V bem à frente. Fico um bom tempo pensando o que fazer com o meu cabelo, então decido deixa-lo solto.

As flores que Charlie colocou no meu cabelo ainda estão em cima da minha mesa. Drogon em cima da minha cama, virou meu travesseiro para dormir abraçada.

Desci as escadas animadamente, peguei algumas torradas do café da manhã, dei um beijo na bochecha no papai, na cabeça de Oliver e dei um grande bom dia para Margaret, não vi Diane, mas deve ter ido para aula, então tratei de fazer o mesmo.

Ir de bicicleta nunca foi tão extasiante que nem hoje.

Estou um pouco ansiosa.

Eu fico corada só de pensar naquele momento.

Agora entendo porque os casais do colégio vivem se beijando no corredor.

É bom.

É delicioso.

É uma sensação inexplicável, suave e quente ao mesmo tempo. Relembrar o momento faz meus braços arrepiarem. Ainda não sei o que falar para Charlie, como devo me comportar, no domingo, não consegui falar com ele nem com as garotas porque meu celular teve um bug quando caiu... Na hora que eu e Charlie nos beijamos.

Volto a lembrar do meu celular enterrado no fundo da minha mochila, eu deveria levar para o conserto, ele estar quebrado significa uma coisa: não sei o que aconteceu com Tessa e com Owen, já que os dois estávamos juntos quando fui embora.

Até entrei nas minhas redes sociais pelo computador avisando sobre o ocorrido e Tessa avisou que precisava conversar na segunda feira e eu não tenho um bom pressentimento sobre isso, talvez esteja sendo paranoica ao pensar que ela pode ter tido uma má experiência com Owen. Estou meio nervosa com essa conversa... O que pode ter acontecido para ela ter toda essa seriedade e todo esse silêncio.

Chego no colégio, ainda toda sorridente e calorosa. Guardo a bicicleta e é a primeira vez que eu realmente tenho prazer em entrar no St. Martin. Eu não sei, posso estar sendo muito tola e inocente, mas me sinto bem e estou começando a me sentir bonita também.

Dou bom dia para todas as pessoas que passam por mim e eu já vi em algum lugar.

Chego em meu armário, abrindo-o e lembrando das três fotos que eu e Charlie tiramos. Eu queria fazer uma cópia e colocar no meu armário, para que eu visse todos os dias.

Não paro de pensar nisso. No dia no parque e em tudo que aconteceu, de certa forma, aquele dia foi um dos melhores – logo depois da festa com Becca e Tessa – festas que eu já fui e faria de tudo para voltar no tempo e reviver uma segunda vez.

Assim que fecho a porta do armário eu me assusto por ter uma pessoa parada ao meu lado. Dou até alguns passos para trás com a surpresa.

É Scarlett.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now