154° capítulo

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Maria Clara.

Três dias depois...

Vou contar tudo que aconteceu nesses três dias..

Becca transou, ela me contou em detalhes e disse que não sentiu nada de bom mesmo depois de um tempo, expliquei que era normal, na primeira vez a gente não sente nada mesmo. Aí ela começou a dizer que enfiaria os dedos lá todos os dias e eu ri.

Ok, no outro dia tinha aula e teve um teste surpresa, me sai bem. Tão bem a ponto da professora me elogiar e deixar Cheli furiosa, já que estudou bastante e não conseguiu se sair bem. 

E falando em Micheli... A nojenta foi com seu carro novo pra escola, não pergunte o nome, sou péssima com marcas de carros. Mas era baixinho, muiiiiito chique e só cabiam duas pessoas. Parecia aqueles carros de filmes de tecnologia, sabe, era uma nave!

Todo mundo foi babar um pouco e tirar foto.

Depois disso eu fui surpreendia com uma ida ao Dr. Mário, daddy só disse que era bom eu ir e eu não entrei em detalhes, mas era suspeito.

Conversei muito com ele e muito sobre Havard. Ele me aconselhou abertamente e disse sobre os "riscos" que poderiam me trazer por estudar tanto.

Calma, isso não significa que se eu estudar eu vou morrer, mas diante de uma universidade tão grande como essa, dar tudo de mim enquanto eu tenho outras coisas a fazer, é extremamente ruim.

Mas eu tentaria, e pegaria leve. Haviam outras universidades e Becca disse sobre a de Nova York, eu gostei.

E hoje... Eu amanheci sozinha na cama, no pé dela tinha uma roupa dobrada pra mim. Estava tão tarde que nem daria tempo de ir pra escola.

Quando daddy veio pro quarto e me avisou sobre ter me deixado faltar a escola, ele disse junto a isso pra eu tomar banho e me vestir, iríamos sair.

Enquanto eu estava animada pelo passeio, até por que a roupa que eu usaria era nova, daddy tinha um rosto meio.. sei lá, um rosto normal mas um pouco triste ou insatisfeito.

Mas tomei meu banho, lavei o cabelo cantando, fiz uma skin care, me maquiei e por último a roupa. Um lindo vestido preto de alcinhas, a parte de cima era de látex, um short por baixo que não marcava e meus tênis da sola marron que fazia tempo que eu não usava.

Daddy ainda estava calado e eu passava o perfume quando pensei em perguntar onde íamos. Ele se vestia com uma calça jeans surrada e clarinha, uma blusa preta e tênis da mesma cor.

- daddy. - me olhou. - onde vamos? - larguei o frasco do perfume no lugar e fui até ele.

Não estávamos inapropriados para um velório mas parecia que estávamos indo pra um.

- teu pai quer te ver. - minhas sombrancelhas caíram.

Meu rosto ficou numa mistura de medo, confusão e tristeza.

Dei um passo pra trás.

- ele te chamou pelo nome. - me olhou sério. - ele não lembrava de ti. - fiquei triste. - ele quer te ver... E talvez seja uma das últimas vezes que ele vai querer isso. - meus olhos estavam queimando pelas lágrimas e eu as deixei caírem. - não chora.. tá tão lindinha. - passou os dedos suavemente no meu rosto. - tá lindinha, tá perfeita... Tá única. - olhei pra ele.

- você sabe que ele vai me desepcionar. - abracei ele forte e comecei a chorar.

- eu sei... Sei disso. - me abraçou forte de volta e eu senti que queria mais.

Ver o meu pai não é a pior das hipóteses, oque é ruim é saber que esse "desejo" é temporário e que logo logo ele vai esquecer de mim... Ou talvez me fazer ir até lá e nem olhar na minha cara.. ou achar que sou minha mãe...

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now