• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1

72° capítulo

Henrique.

Eu já estava longe de casa quando o terceiro raio caiu, mais ainda nem chovia.

Porém o trânsito tava super trancado.

Tinha uma neblina forte.

- porra! - digo quando um carro me fecha.

Dou a ré como dava e sigo por outra rua, nisso provavelmente sofro um acidente.

Um carro me atingiu.

Foi tão rápido... Tão... Uma sensação que eu nunca senti.

Pensava na Maria, no meu corpo que eu não sentia e na minha audição que só se ouvia um zumbido.

Aos poucos perdi a gravidade das coisas.

...

- aplica 10 miligramas de morfina... Carrega em 100... Afasta!

Um choque.

- carrega em 150... Afasta!

Outro.

- os batimentos estão subindo.

- reserve uma sala de cirurgia agora! É um possível pneumotórax hipertensivo.

O som das vozes eram lentas mas estavam ali.

Maria estava ali.

Maria Clara.

- Cida! Cida! - assim que cheguei no hospital eu avistei ela, meu coração estava na mão.

- oi meu amor. Calma.. - ela me barrou e ouvi um barulho de choque.

- Dra. Cida, precisamos de você! É um pneumotórax, chamem a cárdio! - Cida saiu correndo pra salinha a nossa frente.

Era o tênis do daddy...

A calça que ele usava...

O seu cabelo..

- tia.. - agarrei o braço da tia Cris.

- ah meu deus! - ela colocou a mão na boca não acreditando.

- carreguem 150... Afasta! - deram um choque no daddy.

- os batimentos estão subindo.

- reservem uma sala de cirurgia agora! É um possível pneumotórax hipertensivo.

O que isso significava? A maca do daddy foi movida.

- Cida. - disse tia Cris.

- vamos fazer tudo que podemos, mais fiquem calma.

- não.. espera, oque aconteceu? - digo antes dela sair.

- foi um acidente de carro, no meio da neblina o Henrique foi atingindo por um carro, o carro dele capotou diversas vezes e foi necessário que os bombeiros arrancassem a porta do carro pra tirar ele. - sentia os meus olhos lacrimejarem mais. - eu volto com notícias de todos eles.

- salva ele por favor! - Cida fez uma cara mas concordou e logo saiu.

Salvar todos? Quem bateu no carro do daddy merece morrer!

E eu pedi pra ele sair por mim..

Oh meu Deus, me sinto tão culpada.

As horas corriam mas ainda estava dia, eram 20h e o por do sol estava no fim.

- calma meu amor. Ele vai ficar bem. - eu estava deitada no colo da tia Cris.

Estavamos na emergência, não conseguíamos sair dali e eu pedi pra tia Cris para que ficassemos ali.