108° capítulo

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Maria Clara.

Eu estava tão triste, olhando pra rua pela janela sentada na cama enquanto daddy estava falando no celular.

- ok, tchau. - desligou a chamada.

Agarrei os próprios joelhos e enfiei a cabeça ali no meio.

- que foi meu amor? - daddy se sentou na minha frente.

- elas.. não vão acordar. - digo abafado e começo a chorar.

- amor... Meu amor. - senti o abraço do daddy, nossa como ele é grande comparado ao meu corpo. - elas vão... Amor... Quer ir ver Luiza? - olhei pra ele e neguei.

- é.. horrível ver ela. - digo ainda chorando e daddy seca minhas lágrimas.

- então vamos ficar assim? - voltou a me abraçar e eu concordei.

Daddy se deitou do meu lado depois de dizer que fecharia as persianas, já era noite e por mais que o céu estivesse lindo, eu tinha medo dele então disse ao daddy para fechar as cortinas também.

- tá com frio? - concordei fraco sentindo ele cobrir nós dois. - não fica triste por que elas vão ficar bem. - daddy dizia com paciência. - a Maria vai ganhar alta amanhã a tarde... Luna tá morrendo de saudades de ti. - sorri entre o peito do daddy. Ele dava batidinhas no meu bumbum. - o Lennon também... E a caminha da Maria também. O quartinho dela principalmente. - fechei os olhos querem imaginar isso. - a gente tem sorte. - deu um beijo na minha cabeça. - eu tenho tanta sorte.. aah.. - suspirou. - obrigado Deus por ter mantido ela em segurança, muito obrigado. - eu comecei a chorar baixinho.

E se tivesse sido comigo? E se eu estivesse lá?

E eu se estivesse em um estado pior do que o da Luh?

- daddy. - olhei pra ele.

- hum? - me deu carinho, passando os dedos em baixo dos meus olhos onde tinha lágrimas.

- vamos mudar de assunto? - concordou com um pequeno sorriso.

- uhum, quer falar do que? - penso.

- de várias coisas mas... Você vai deixar o Matheus vir sempre que quiser? - daddy concordou fraquinho.

- ele é bom, é seu irmão. É o seu sangue e eu não quero tirar essa sensação de ti.

- qual sensação? - daddy sorriu.

- de sentir alguém que é família, que tem uma conexão de família. Que você sabe que é parte de você. - sorri.

- eu sinto isso com você. - daddy riu.

- eu te amo.

- eu também. - me abraçou.

- vamos dormir que amanhã coisa linda, a dona Maria tem nebulização pra fazer, o último sorinho pra tomar e uma checagem rápida antes de sair daqui, só pra ver se tu não contraiu o vírus. O daddy também vai fazer. - concordei. - e depois... Cida disse que podemos comer oque quiser mas só amanhã, por que depois de amanhã... Não, depois de manhã não, a partir do jantar, só comida saudável.

- nem um pouquinho assim de doce? - mostrei na pontinha dos dedos e daddy negou firme.

- não, obedece o daddy tá bom? É pro teu bem.

- mais nunca mais vou poder comer doce daddy? - daddy deu uma gargalhada.

- não meu amor, vai sim. Mas tipo, de segunda a sexta comer tudo que o daddy colocar no prato e nada de doce, aí talvez no domingo eu te deixo comer mas é só um pouquinho assim. - mostrou do jeito que eu havia feito e eu ri. - tem que se cuidar. Não comer doce não significa que é pra todo sempre, é só assim... Vários dias sem comer e um sim. Tipo comer comida saudável de segunda a sábado, e no domingo comer um doce, aí na outra semana no meio dela comer mais um doce. É assim, mas não todo dia como a Maria fazia.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now