14° capítulo

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Maria

Henrique tá estranho, mau me toca e parece distante e ao mesmo perto.

Ontem ele me buscou na escola, eu não sei por que mas ele disse que estava com saudades e isso é bom.. eu acho...

Ter saudades é bom, significa que ele me ama, mas mesmo assim, estou preocupada.

- Maria acorda! - eu estava na aula, Débora me chamou atenção.

- oque?! - olhei pro lado onde ela sentava e a mesma, Luuh e Duda riram.

- tá pensando no boy? - perguntou Duda. Pra falar a verdade sim.

- no Henrique. - meu Henri.

- ele tá bem? - perguntou Luuh e eu assenti.

- tá muito estranho, ele mau me toca.. tipo, como irmão, e nem fala comigo direto. - que droga eu sempre esqueço.

- mais ele é o seu irmão, irmãos são assim. - continuou Luuh.

- isso é falta de mulher, quer que eu te ajude? - disse Débora.

Eu segurei a minha raiva, ela é minha amiga e não sabe de mim e do Henrique mas eu estava disposta a bater nela.

- óbvio que não! Ele é o meu irmão. - temos regras sobre isso.

- gente, nós fizemos o juramento de não pegar ou dar em cima do irmão da Maria. - aah como eu amo a Luuh, ela gosta de meninas e isso é maravilhoso, é a única que não dá em cima do meu namorado.

- nem uns peguinhas? - perguntou Duda fazendo gestos engraçados que eu não consegui ficar seria e comecei a rir junto com elas.

- tá, vamos focar na aula. - falei.

Elas focaram, eu não.

Eu sou muito nova pro Henrique, vai saber se ele não achou uma mulher madura e mais bonita, com mais corpo e disposta a dar tudo que eu não tenho coragem a ele. Ele me ama, já provou isso mas eu estou com medo, minha vó gostava dele, ele aprovou o nosso "namoro proibido" mesmo ele sendo mais velho e adulto. Se Henrique acabar tudo entre nós eu vou ser obrigada a voltar pra casa do meu pai ou morar em uma casa de passagem até os meus 18 anos.

De repente sinto uma forte dor na barriga, era tanta que eu achei que morreria.

- aiiii! - gemi de dor baixinho pra ninguém ver mas as meninas viram.

- oque foi? - perguntou Débora e eu não respondi, a dor me consumia rapidamente.

- Maria tudo bem? -  disse Duda.

- ela tá passando mau gente. - pronunciou Luuh se levantando. - professora a Maria não tá bem. - a professora me olhou. - vou levar ela pra enfermagem. - a mesma assentiu.

Luuh e eu saímos da sala. Todo mundo me olhando com a mão na barriga, devem ter pensado que eu estava com dor de barriga mas era diferente.

- eu acho que vou vomitar. - parei no corredor e Luuh me soltou. O buraco mais próximo pra vomitar era o lixo dali mesmo então foi isso, eu vomitei no corredor da escola bem em um lixo onde todos podem ver oque tem dentro e sentir o cheiro.. que vergonha de mim mesmo.

- vem, vamos. - vomitei muita coisa que eu nem sabia que havia comido. Luuh voltou a me segurar e fomos pra enfermaria.

Eu estava enjoada, nojenta e preocupada com Henrique. Fiquei uns 20% a menos enjoada mas a vontade de chorar era muita.

- tudo bem? - paramos na porta da enfermaria quando a tia perguntou.

- ela tá passando mau. - lógico. A tia me puxou pra dentro da sala me sentando na cadeira. Logo depois dispensou Luuh e eu queria que a mesma ficasse ali mas não deu.

- comeu alguma coisa que te fez mau? - neguei, eu como todos os dias porcarias com os mesmos ingredientes.. não tem nada de diferente.

- eu não sei.. - gemi de dor novamente. - minha barriga dói muito..

- onde? - pus a não no pé da barriga. - aqui.

- bem aqui? Pro lado esquerdo, meio ou direito? - pus a mão na meio um pouco pra esquerda. - eu acho que eu sei oque pode ser mocinha. - olhei pra ela preocupada. A sua cara de quem me daria uma bronca me deixou mais aflita mais do que eu estava.

- oque eu tenho? - ela se sentou ao meu lado em umas das cadeiras.

- você namora? - pensei. Se eu falar que não eu vou mentir e daddy me ensinou a não fazer isso e se eu falar que sim ela vai perguntar quem é.

- sim.. - posso inventar um nome.

- e você é virgem? - por que ela quer saber? Oque isso tem a ver com enjôo?

- não. - ela respirou fundo, parecia procurar por palavras certas.

- eu acho que você está grávida. - impossível.

- mais eu.. - Henrique não usa camisinha. - eu me cuido, não posso estar grávida, tenho 15 anos! - é possível uma menina da minha idade ficar grávida?

- seu namorado usou algum preservativo? - neguei fraco. - você toma remédio? - neguei. - você precisa tomar, a partir do momento que você perde a virgindade tem que tomar a pílula do dia seguinte, pra não engravidar. - comecei a chorar.

Eu sou muito nova, tenho 15 anos, estou no 1° ano.. minhas amigas não vão mais ser as mesmas, eu não serei.. daddy não será.

- olha.. fique tranquila, fale com ele, provavelmente ele ficará feliz. - Henrique tá muito estranho, eu não tenho certeza disso. - ou.. - me olhou triste e desapontada. - fale com seus pais pra tirar.

Tirar? Isso é possível?

- mais tem como? - ela assentiu. - mais o bebê não tem culpa. - continuei a chorar.

- olha.. - segurou a minha mão. - pode nem ser uma gravidez e sim uma dor de barriga por causa de algo que você comeu recentemente, mas eu te aconselho a ir no médico, pede pro seu namorado ir com você e se você não quiser.. converse com os seus pais sobre isso e tente tirar. - assenti fraco.

Minha vó sempre disse que filhos eram a melhor coisa mas eu tenho 15 anos! Se descobrirem que uma adolescente igual a mim está grávida de um homem de 22 anos feito o Henri.. e ainda mais que eu não tenho família.. eu estou muito ferrada. Não quero esse filho eu preciso tirar.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now