105° capítulo

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Henrique.

Maria foi diagnosticada com anemia.

Eu estava em choque.

- posso vê-la? - Cida me barrou na porta.

- ainda não, nós vamos fazer uma lavagem intestinal nela mas é real Henrique, ela está com anemia.

- mas como? Ela se alimenta bem.

- come porcaria?

- sim... Sempre.

- a anemia é um tipo mais comum de doença, e pelos exames, que ainda vamos fazer mais, Maria está com anemia ferropriva, falta de ferro. O tanto de doce ou gordura que ela ingere reprimi todo o ferro e as proteínas do seu organismo. Mas também pode ser por perda de sangue, tipo hoje, ou pela menstruação. - Cida falava mas quase não fazia sentido. Anemia? Por causa da menstruação, e falta de ferro?

- menstruação? - pergunto confuso.

- é, se ela perde muito sangue todos os meses, isso causa anemia.

- não, a menstruação dela é fraca. - eu olhava pra ela dentro do quarto a todo momento.

- então foi por falta de ferro ou por perda de sangue hoje mais cedo. - eu só olhava pra ela. Deitadinha de lado, encolhidinha. Agulhas no seu braço e uma máscara de oxigênio pra ela respirar melhor.

Vejo alguns médicos entrando no quarto, Cida deu espaço e tocou no meu braço.

- oque vão fazer? - eles tiraram as agulhas, o aparelho pra ela respirar... Oque estavam fazendo? - Cida..

- Henrique, eu tô grávida de 7 meses, trabalhando no meio da pandemia e nesse momento eu tô aqui pra cuidar dela, vamos levá-la pra uma exame, terá uma enfermeira atenciosa lá pra levá-la no banheiro e ajudá-la a fazer xixi em um recipiente pro laboratório. Vamos tirar um pouco do sangue dela, fazer mais alguns exames e checar se ela está bem. Entendeu? - concordei vendo a atenção dos médicos em cobri-la com o cobertor dela e em deixar o travesseiro confortável. - viu? São todos atenciosos. Agora volta pro quarto e coloca a máscara. Faz isso por ela. - concordei firme esperando a cama da Maria sair do quarto.

- o daddy tá aqui, vou ficar aqui eu prometo. - dou um beijo nela. Estava morninha. - cuida dela Cida por favor. - Cida concordou.

- eu prometo, agora vai lá, coloca a máscara, passa álcool e fica dentro do quarto do Pedro com a porta fechada. Quando ela puder receber visitas eu te aviso. - concordei, esperando Maria sair de vista pra voltar pro quarto.

Não colei máscara nenhuma, me sentia sufocado.

Beatriz em cirurgia, Luiza em estado grave e ainda nem sabemos da situação e agora Maria...

Que pode adoecer se algo acontecer com as meninas. Eu também adoeceria.

Mas iria adoecer se alguma coisa acontecer com a Maria.

Não foi muito tempo até Cida voltar, eu só pensava na Maria, ela estava sozinha.

Pedro estava quieto e eu não sabia ao certo oque ele pensava. Era o mais apegado com Beatriz. Já minha mãe tinha a expressão nervosa, as mãos trêmulas e a todo momento falava "teu pai, teu pai".

Não sei e nem quero saber do Ricardo.

- ela tá bem? Como ela tá? - me levantei vendo Cida abrir a porta e passar álcool com todo o cuidado do mundo.

Ela fechou a porta, tirando a marcará.

- tenho algumas notícias. - entrelaçou os dedos sobre a barriga, após tirar as luvas e descartar na lixeira. Desse ponto de vista não sabia se era algo ruim ou bom.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now