56° capítulo

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Maria Clara.

Já tinha se passado quatro dias depois daquele acontecimento.

Henrique andou muito estranho. Talvez nem confie mais em mim, ele volta mais cedo e não me deixa sozinha com o meu tablet.

Tudo bem.

Acho que mereço.

- oque foi? - perguntou daddy, vendo que eu não prestava atenção no filme.

- nada. - respondo, lembrando do beijo ruim do Kaique e do seu corpo pesado ao meu.

- Maria Clara. - daddy pegou o meu rosto, me fazendo encara-lo e ali sentindo vontade de chorar. - por que tá chorando? - ele me olhou sério mas tinha sentimentos no olhar.

- eu me sinto tão culpada. - comecei a chorar.

Era como um botão de liga e desliga, só que não sou eu quem manipula ele, e toda vez que eu lembro, o botão se liga me fazendo chorar.

Daddy me faz chorar por que não confia mais em mim.

- ei. - me puxou pro seu peito.

- daddy... Eu me sinto tão culpada. - apesar do abraço quente e forte, daddy me fazia chorar mais e era pra eu ter calma no seu corpo quente.

- eu jamais coloquei a culpa em você pra se sentir culpada. Ei. - me tirou do abraço, segurando meu rosto. - você beijou não beijou? - concordei. - e se arrependeu? - concordei novamente. - então, qual o motivo das lágrimas?

- mais você nunca faz isso e eu fiz, e foi errado e eu me sinto culpada.

- amor... Se Pedrinho tivesse te dito palavras lindas de amor como Kaique falou, e depois viesse te beijar, você ia beijar de volta? - neguei. - não?

- eu não sei.

- ia, por que você ia tá sendo manipulada. - daddy me deu carinho. - eu não tô bravo, eu não tô puto, não tô com raiva, mágoa ou rancor. Eu só quero a minha Maria de volta. Eu já falei com os pais de todos eles e já tá tudo resolvido, não tem por que ter culpa. Sabe de uma coisa? Eu era pior que você na adolescência. - riu, me fazendo rir.

- por que?

- por que sim, o daddy transava na casa dos outros, deixava camisinha usada no chão do quarto das meninas e não pensava em nada além de sexo. Eu era o tipo de adolescente que só queria sexo, eu também manipulava. Já falei muitos te amo sem amar e já dei carinho mesmo não sendo carinhoso, isso é normal, acho que todo ser humano já fez isso ou vai fazer e tudo bem, não quero que se preocupe mas não quero que volte a acontecer. - eu dei um sorriso.

- eu prometo que não voltará a acontecer.

- eu acredito, confio em você.

- mais você fica em cima toda hora, me supervisionando.

- por que eu me preocupo se você vai receber uma mensagem ruim ou uma que diz: "Maria, você é tão gostosa". Eu me preocupo.

- mais quem mandaria?

- Kaique, Pedro. - respirei fundo, soluçando por conta do choro que já havia cessado.

- você não tá zangado? - daddy riu, me pegando pro seu peito.

- que coisa mais fofa meu deus! - me deu vários beijinhos. - não amor, passou, não vai fazer de novo? - olhei pra ele, sentindo minha bochecha arder por conta dos beijos exagerados dele.

- nunca, eu juro que não. - daddy sorriu.

- então ok, tudo bem. - voltou a me beijar fortemente.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now