100° capítulo

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Henrique.

Eu já estava acordado a um bom tempo. Bebia meu café e olhava pro nada até ouvir passos, mas não me movi.

Era Maria, abriu a geladeira, pegou um danoninho e depois uma colher.

Estava sem pijama, cabelo penteado, arrumada.

Fico olhando pra ela, querendo dizer algo mas ela não me deixou, saiu andando lá pra cima.

Nisso, meu celular tocou.

Ligação on:

- alô?

- quem fala?

- é... Henrique.

- ah claro, os números estão uma bagunça aqui. - ouvi sua risada, voz feminina. - sou a professora de matemática da Maria, normalmente não ligo mas dou aula em escola pública e privada e as crianças da escola pública deixam de fazer um trabalho e não eu reclamo mas no caso da Maria, que estuda em uma escola particular, é necessário que ela apresente os trabalhos sempre, por que a nota é diferente da escola pública. Um trabalho apenas que eu estou enviando, vale no mínimo cinco pontos, oque equivale a metade de suas notas. Ela anda tirando muito abaixo da média ultimamente e pelo que tenho aqui... Seus trabalhos estão sendo enviados pela metade, ou de qualquer jeito, sem calculo e sem nenhuma resposta. - bufei.

- bom... No momento ela tem o quarto dela, o notebook é meu mas ela fica lá o dia todo, achei que estava fazendo as atividades direitinho.

- peço que fique de olho e que a ajude, é importante tirar uma nota boa. Quando isso tudo passar suas notas serão somadas e isso irá contribuir pro próximo ano letivo. Peço que a oriente sobre isso por favor.

- não, não, pode deixar. Vou falar com ela agora.

- muito obrigada Henrique e me desculpe pelo horário mas realmente estava preocupada.

- capaz, não se desculpe.

- tudo bem, até mais.

Ligação encerrada.

Respiro fundo colocando as mãos nos olhos e desço da cadeira, subo lá pra cima mas por um segundo ouvi passos apresados e presumi que Maria tinha ouvido toda a conversa.

No seu quarto ela estava sentada na cama.

Fechei a porta após entrar.

- tá fazendo as atividades da escola ou não? - ela não me respondeu. - em Maria Clara... Não adianta ficar bravinha agora por que isso que tu tá fazendo é errado e tu sabe que é uma obrigação. - ela cruzou os braços e eu não queria brigar. - olha meu amor... - me sentei do seu lado na cama e ela baixou os braços. - fazer os trabalhos é uma obrigação, eu não queria que fosse mas eles vão te levar pro próximo ano, você sabe disso. - digo com toda paciência do mundo, querendo abraça-la forte mas nem a toquei.

- vai me obrigar? - fico encarando ela, não acreditando que ela falava daquele jeito.

- por que tá sendo assim comigo?... Eu nunca quis o seu mal... Sempre quis te proteger... Esse cara...

- meu irmão.. - fechei os olhos concordando.

- sim, o seu irmão. Ele apareceu quando soube da sua herança por que esquecer que ele é seu irmão ninguém esquece de algo assim. - ela olhava frágil pro nada. - eu jamais...

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Donde viven las historias. Descúbrelo ahora