25° capítulo

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Henrique.

A situação de Maria era muito grave, o juiz terminou que haveria um avaliamento na minha casa, até lá Maria ficaria em uma casa de abrigo segura mas eu não gostei nada, porém não poderia questionar a decisão do juiz, meu advogado me certificou que essa era melhor escolha.

Mais tinha um porém: eu não visitaria ela, não podia. E nem o seu pai.

Pedi a minha amiga do hospital pra levar algumas coisas que só depois que eu me acalmei lembrei que Maria era muito apegada e que talvez estava sofrendo sem a sua coberta de dormir.

O bom nisso tudo é que eu tinha causa ganha, mas que a qualquer momento poderia ser revertida dependendo da avaliação da minha casa. Se tudo estiver ok, Maria voltará.

Mais tudo está ok.

Eu estava deitado na minha cama, a doutora Cida havia acabado de sair daqui com uma sacola preta com mais coisas da Maria. O quarto ficava um silêncio insuportável, as coisas delas nem pareciam ter vida.

Queria tê-la aqui agora, ouvir a sua voz de bebê e ouvir ela dizendo coisas em segunda intenção.

Meu celular começou a tocar ao meu lado e eu peguei atendendo, era o meu advogado.

Advogado on:

- alô? - atendo.

- só pra avisar que a Maria Clara terá continuação na casa de abrigo por mais três dias.

- nossa que notícia ótima!

- porém tem um porém.

- não é ruim né?

- o pai da menina entrou com um processo, dizendo que ela é menor de idade e que legalmente ela deve ficar com o pai até completar 18.

- não sei oque eu vou fazer, legalmente a guarda é dele.

- mas a gente tem um truque na manga.

- me diz por favor.

- a avó da Maria morreu com a guarda da menina correto? Ai automaticamente a guarda foi passada ao pai, que na época rejeitou e então a guarda ficou anulada até vocês se conhecerem.

- mais oque isso quer dizer?

- quer dizer que a guarda será, por lei, de quem tomou conta da menina por mais de dois anos.

- nos conhecemos a mais que isso.

- ótimo, se o pai, que recusou a guarda do filho, quiser de volta não será possível por que automaticamente ele entrou no sistema como abandono de vulnerável. Henrique, o caso é seu, você ganhou.

- calma, não vamos cantar vitória precipitadamente.

- sim, sim, tem toda razão. Bom, eu só liguei pra não te deixar aflito, vou virar a noite estudando meios que possa te ajudar e amanhã te ligo com respostas.

- tá bom muito obrigado de verdade, eu nem oque seria de mim sem você.

- capaz, tudo pelo filho do meu cliente favorito.

Ligação off.

Me atiro novamente na cama aliviado, havia sentado no primeiro momento em que eu ouvi o nome da minha Maria.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now