102° capítulo

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Henrique.

Acordo já levando um susto.

Era Maria me sacudindo.

- que foi amor. - digo assutado e passo as mãos nos olhos. - tá com fome né? - era de madrugada, umas 02 ou 03 da manhã.

- uhum. - disse cansada.

- vamo lá comer alguma coisa. - me levantei e ajudei ela.

- você não chamou a Maria. - a voz de sono dela era fofinha.

- é que tu tava dormindo e tava cansadinha.. e eu tentei chamar, juro.

- ajuda. - disse manhosa e eu coloquei as pantufas de unicórnio nela, calçando os meus chinelos.

Descemos, Maria estava agarrada na sua coberta de veludo e eu nem vi.

- senta que o daddy vai fazer alguma coisa. - ela sentou na cadeira do balcão, a carinha de sono.

- minha barriguinha tá roncando. - ri.

- só não tem mais batatinha.

- aaaaah, mais era oque eu mais queria daddy. - disse triste.

- tá, o daddy frita pra você. - peguei no congelador, minha mãe havia cortado batata e congelado pro almoço, não era aquelas pré fritas.

Enquanto eu fritava, ia servindo um pouco de comida no prato dela pra colocar no microondas depois.

Em um prato diferente eu coloquei a salada e logo me dei conta que era muito pesado comer tudo isso no meio da noite.

- daddy, tem sobremesa? - neguei.

- minha mãe não fez.

- mais tem. - ri.

- onde? Sorvete? Essa hora? Não, tá frio amor.

- não tá frio.

- então por que a Maria tá com o cobertor? - ela riu. - tu ri né. - ri também. - mais não pode ok? O daddy deixa tu pegar uma bolachinha ou um chocolatinho...

- chocolate, sim, sim, sim. - ri.

- acho que a Maria comeu todos os bons.

- por que os bons?

- ué a Maria prefere os que não tem amendoim.

- mais eu gosto daddy.

- tudo bem, só achei que não ia querer.

- você vai comer comigo? - neguei fraquinho.

- o daddy não é muito chegado em doce.

- come por favor. A gente pode olhar porno e comer chocolate. - ri.

- desde quando a Maria tá viciadinha assim? Em? - ela riu com vergonha.

- é que é legal daddy, não me xinga. - sorri fraco olhando pra ela.

- não vou, é normal tá bom? - concordou.

Em poucos minutos as batatas ficaram prontas.

Maria quem temperou, com "alecrim", que eu nem sabia que a gente tinha, sal, pimenta e orégano.

Eu fritei tantas que sobrou e comi, realmente ficaram boas.

Enquanto ela comia e eu comia as minha batatas, Maria contava mais sobre o teatro e ficava imaginando como seria fazer uma peça sobre a Disney para crianças.

Eu ficava tão feliz, sabe, saber onde a gente se encaixa de verdade é bom.

Na verdade não precisava existir esse negócio de se encaixar, mas saber onde a gente realmente fica bem é bom.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now