185° capítulo

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Henrique.

Hoje era sexta... Maria não dormiria em casa.

Ela pegou todo o necessário mesmo lá já tendo de tudo menos roupas.

Escova de dentes e seu pijama era oque ela tinha preocupação de esquecer e por isso checou umas cinco vezes se estavam na sua mochila.

Maria ficaria até domingo, dormindo de sexta pra sábado e sábado pra dormindo. No domingo iríamos almoçar em um club que seu pai é cliente e Maria já viria pra casa depois disso.

- pronta? - já eram 16h da tarde, levaria ela esse horário por que seu pai tinha coisas a fazer pela manhã.

- daddy. - esperei ela descer as escadas mas ela parou de desce-las.

- hum? Que foi? Vamos. - eu segurava sua mochila e ela sua bolsa de lado. - mor.. - dava pra ver que ela tinha medo.

- ele disse pra eu te convidar também.

- mais aí não vai ser uma noite de pai e filha... Tu não vai ser proibida de me ligar e pode fazer isso, mas ele vai ficar triste e tu sabe. - ela voltou a descer as escadas.

- não gosto de ficar longe. - me abraçou forte.

- eu também não, e tô te mandando pra lá por que sei que vai estar segura. - ela me olhou saindo do abraço.

- e vai ter a Lola e o Luigi né? - concordei sorrindo. - vai cuidar dos meus filhos? - concordei na hora. - dormir com eles assim? - Maria abraçou os próprios braços se balançando e foi muito fofinha.

- eu prometo baixinha. - dei carinho nela.

- já vai meu amor? Não vai nem se despedir? - minha mãe veio até nós e deu um beijo na Maria, a encorajando e dizendo que ia cuidar de mim... Como se eu fosse fazer algo de errado.

Beatriz e Pedro também se despediram e eu já estava ficando mal por que não tinha necessidade de se despedir, ela não vai sumir, é só dois dias na casa do pai.

Finalmente entramos no carro e dei partida.

Maria levava dinheiro, oque não tinha necessidade nenhuma e eu peguei os 300 reais que ela levava e deixei só 100 com ela. Além disso no banco de trás tinha os seus jogos de tabuleiro e alguns que Beatriz deu pra ela.

Ah, Maria levava todos os ursos também e aparentemente estava muito triste.

- vai ser tão legal que vai esquecer de mim. - toquei nela mas ela não se animou.

- e se eu não conseguir dormir?

- tá levando a luzinha que vai na tomada, pode colocar se ficar escuro. - ela concordou fraquinho. - manda mensagem, liga.. tô sempre aqui tá? - concordou.

- e daddy..

- hum? - parei no sinal vermelho e Maria me puxou pra falar no meu ouvido, como se alguém fosse ouvir.

- eu tô com vergonha de fazer cocô na casa do meu pai. - ri.

- mais tem o banheiro só pra Maria. - digo rindo.

- mais.. - ela levou o dedo a boca e tirei.

- achei que tínhamos trabalhado nesse dedo na boca. - ela sorriu com vergonha.

- desculpa. - sorri negando.

- tudo bem. - voltei a dirigir.

Entendia o medo da Maria... Seu pai foi cruel com ela por anos. Nunca a quis.

Mas agora ele realmente mudou, não é mais aquele homem e eu sei que Maria estará em segurança com ele.

Quando finalmente chegamos começou a me dar aquele aperto no peito, dois dias longe da Maria... Sei que ela tá aqui em segurança mas mesmo assim... Tenho medo sim.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 1Where stories live. Discover now