Capítulo 70

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Cap 70


Por Maya 

A festa tem sido um inferno desde que o casal do ano chegou. As fofocas aumentaram,todos os convidados estão focados em nós e estou um pouco constrangida com os olhares deles, do Colin e do meu pai. 

A Alana ficou chocada ao me ver,vi nos seus olhos que ela não esperava me encontrar e que não estava preparada pra isso,então ela decidiu me evitar e grudou no Colin porque sabe que não quero ficar perto dele. 

Quero conversar com minha irmã desde que fiquei sabendo das suas visitas no hospital, quero confirmar que ela não tem nenhum tipo de envolvimento com meu envenenamento e talvez tentar uma aproximação,colocar de vez um ponto final nessa rivalidade. Sei que vou ter que tomar a iniciativa já que ela está com medo de mim mas não sei como começar,não quero brigar mais e também estou assustada, não quero desestabilizar ainda mais o meu estado emocional. 

Depois que a música acabou o Guzman e eu cumprimentamos nossos anfitriões,falamos um pouco com alguns “amigos" das nossas famílias e ele me trouxe para um canto mais tranquilo do salão,mais distante do centro dos convidados. 

Fico encantada com a forma que o Guzman me trata,com o jeito carinhoso que ele fala comigo e tenta me proteger da multidão de curiosos que parece me perseguir. Ele tem sido um ótimo amigo,talvez um pouco mais do que isso.

Fui surpreendida pela chegada do Isaac e da Irina,os dois estão juntos e estão tão felizes que me sinto feliz por eles,orgulhosa por ter apresentado os dois. Pelo menos algo bom veio de toda essa confusão.

Conversei um pouco mais com meus amigos, dancei mais uma vez com o Guzman e falei brevemente com minha mãe,tudo isso com a mão firme do meu acompanhante repousada na minha coluna e os olhos atentos do Colin presos em mim.

Estava quase indo perguntar o que diabos ele tanto olha quando aconteceu o pior momento da festa,os dois se beijaram na frente de todo mundo,quase se engoliram sem se preocupar com os comentários ou com os meus malditos sentimentos. Tive que exercitar todo meu autocontrole para não sair correndo de volta pra casa ou chorar no meio dessa multidão toda. Não posso agir como se me importasse, não posso mostrar que estou arrasada porque não suporto mais essa história,porque preciso colocar um ponto final nisso. 

Coloquei minha melhor máscara de pessoa feliz,fiz a egípcia e fingi que estava tudo bem até onde consegui mas não suportei por mais de duas horas,o salão começou a ficar cheio demais,eu comecei a sufocar e tive que sair, tive que me afastar e corri para a porta mais próxima.

Nem sei direito como vim parar no jardim,só parei de andar quando encontrei uma árvore e me escondi atrás dela. Recostei no tronco e foquei em recuperar o fôlego,em tentar deixar minha respiração estável. 

Não demorei a escutar os passos pesados do Guzman se aproximando. O som dos sapatos caros atravessando o mar de folhas secas no chão é inconfundível. Ele apareceu logo em seguida,se encostou de forma despreocupada na mesma árvore que eu e ficou em silêncio esperando eu me acalmar. 

A atitude dele me surpreendeu muito porque eu estava esperando uma chuva de diversas perguntas e não a compreensão dele. Esse silêncio e a presença dele ao meu lado é a maior prova de amizade que ele poderia me dar.

Maya : desculpa,eu não queria...não devia ter te deixado sozinho lá dentro - peço assim que consigo me acalmar. 

Guzman : você não tem que se desculpar,não fez nada de errado - ele garante e se vira pra mim. 

Me surpreendo com a intensidade dos olhos dele,com a forma doce e protetora com que ele me olha. Sinto como se ele fosse capaz de matar alguém para me proteger,como se não fosse deixar nada de ruim acontecer. 

Rainha dos diamantes Where stories live. Discover now