Capítulo 30

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Cap 30 


No dia seguinte.


Por Maya 

Quando acordei hoje de manhã tinha um buquê de lírios brancos em cima da minha mesa de cabeceira. Junto do buquê tinha um envelope selado com o brasão Romanov e a escrita  “Para a minha querida senhorita Campbell". 

Não sei descrever o que senti quando vi as flores,só fiquei inerte,ainda desnorteada por tudo o que aconteceu. Ignorei o cartão,fingi que o buquê não existia e segui para a minha rotina. 

Coloquei uma calça jeans escura de cintura alta,um cropped branco bem delicado,frente única e com uma amarração bem fininha que passa atrás do pescoço,calcei tênis brancos e fiz uma maquiagem leve para disfarçar a cara inchada de quem passou metade da noite acordada e a outra metade tendo pesadelos. 

Tomei café no jardim com a minha mãe. Ela disse que estava fazendo um dia bonito demais para ficar dentro de casa mas sei que só queria evitar um encontro entre a Alana e eu,tem medo de que aconteça outra briga e eu volte a perder a cabeça. 

Depois do café anunciei que iria passar o dia no ateliê e minha mãe ficou bem aliviada,até sugeriu que eu dormisse no apartamento para que pudesse recuperar minha forças. 

Peguei minhas coisas,meu carro e segui para o lago. Preciso ficar sozinha,colocar meus pensamentos em ordem,me acalmar e decidir como vou agir daqui para frente,em quais vão ser meus próximos passos. 

O dia está quente mas na floresta a brisa è mais fresca,o ar è puro e úmido. O barulho dos animais ajuda a relaxar e tem algo extremamente apaziguador em observar o movimento da água no lago. 

Me sento sobre minha pedra preferida,fecho os olhos e deixo o ar puro entrar em meus pulmões,o sol aquecer minha pele e o som do ambiente acalmar minha alma. A sensação è boa. 

Me flagro pensando na primeira vez em que estive nesse lugar. Eu era só uma menina e tinha fugido de casa após outra briga com meu pai,estava tão triste e assustada que só percebi que tinha entrado na floresta quando me vi perdida. 

Eu caminhei por vários minutos até encontrar esse lago. Não foi exatamente o momento de paz que eu esperava mas sabia que alguém ia acabar me encontrando,tinha certeza disso sem nem saber direito onde estava. 

Lembro de ter respirado fundo,me sentado nessa mesma pedra em que estou hoje e ficar observando a água,vendo o dia virar noite até me surpreender com os vagalumes saindo da mata,voando sobre o lago,iluminando a noite escura e dançando graciosamente. 

Eu estava apavorada mas,de alguma forma, observar aqueles insetos me deixou tranquila, eles eram como uma mensagem divina dizendo que eu ia ficar bem e que não tinha o que temer. 

Foram horas sentada nessa pedra só observando a natureza,sentindo sua pureza e tranquilidade,sendo abrigada por ela,até que ouvi a voz da minha tia chamando por mim e sai correndo para abraça-la. 

Minha tia Camille como sempre me protegeu, gritou com o meu pai,xingou de vários nomes e no dia seguinte,junto com a minha mãe,me levou de volta para a Suíça com a promessa de nunca mais deixar o Tobias encostar em mim. E ela cumpriu,não sei como e não sei nem se quero saber,mas ela cuidou de mim junto com a minha mãe e o Victor,não deixou que meu pai se aproximasse e uma vez até quebrou um vaso na cabeça dele. 

Rainha dos diamantes Where stories live. Discover now