Settimo Capitolo

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Soren Oliveira.

- Como está? - perguntei alguns segundos depois olhando para ele com expectativa.

Hector me olha alguns segundos enquanto mastiga antes de finalmente me responder com a maior calma do mundo, o que me deixou tenso em um primeiro momento tenso.

- Acho que nunca comi um bolo tão gostoso – disse com a boca completamente labuzada – está realmente muito bom, acho que nunca comi um bolo tão gostoso em toda a minha vida – completou alguns segundos depois.

Só pude sorrir

Não posso negar que me senti envergonhado por suas palavras, então apenas pude sorrir envergonhado com suas palavras.

- Conte-me – disse alguns segundos depois olhando enquanto me sentava ao seu lado – as crianças não foram muito terríveis hoje, não é mesmo? - perguntou esperançoso.

Não pude deixar de sorrir, realmente aqueles três, mesmo que pequenos, ainda são terríveis, imagina quando souberem andar direito.

- Eles não me deram trabalho – respondi fugindo do foco de sua pergunta – mas admito que foi uma luta para que dormissem – completei sorrindo para ele, o que o faz sorrir de volta. Alguns segundos depois fico sério e o observo calmamente comendo um pouco – falou com Pedro? - perguntei segundos depois.

Percebi que Heitor hesitou por vários momentos, eu só pude sorrir nada feliz com sua reação, só com isso posso ver que a conversa não pode ter sido das melhores, espero que Pedro tenha sido ao menos gentil com ele.

- Devo confessar que não foi a conversa mais fácil que já tive com ele em toda a minha vida – disse depois de pensar muito - não quero me intrometer em seu relacionamento Soren, mas Pedro pareci possesso de ciúmes em relação ao fato de se sentir confortável em minha casa, acho que ele pode surtar caso saiba que está aqui – completou parecendo realmente preocupado.

- Ele explodiu e disse coisas que não deveria, não é mesmo? - perguntei alguns segundos depois respirando fundo.

- Não direi que ele explodiu - falou hesitantemente alguns segundos depois – mas me incomodou o fato dele sempre colocar a culpa em você pelo que fez, por livre e espontânea vontade – falou calmamente.

Sorrio nada feliz com suas palavras, mesmo que eu soubesse que ele poderia me culpar por isso, ainda sim ouvir que ele o fez me deixa triste.

- Imaginei que ele falaria uma coisa assim – admito alguns segundos depois, perco completamente a fome logo em seguida, mesmo sabendo eu ainda não queria que acontecesse – me prometa que não vai desistir dele? - peço segundos depois.

Heitor me olha e respira fundo, eu apenas me olho e com expectativa realmente esperando que ele não desistisse do amigo.

- Vou mandá-lo a merda muitas vezes – disse logo em seguida com um pequeno sorriso nos lábios – mas ele é meu amigo, então com certeza não vou desistir dele.

- Obrigado.

Um Mês Depois.

Já faz um mês que estou na casa de Heitor, estar aqui é muito gostoso, parece que já até criamos uma rotina quando não estou de plantão, como se tudo estivesse encaixado perfeitamente. Estou preocupando uma casa, mas ainda não achei nada que me agrade.

Claro que eu tenho evitado Pedro nesse tempo, Heitor também não fala sobre ele, e eu também não pergunto, mas eu sei que uma hora ou outra eu preciso falar com ele, não posso simplesmente sumir no mundo sem colocar um fim em tudo isso, seria pior do que um garoto de oito anos resolvendo problemas se o fizesse.

Porém, uma coisa que deu para mim foi pensar muito bem sobre esse relacionamento que eu estava vivendo, claro que ele não era saudável, e agora eu percebo que não posso continuar com ele, eu acho que nunca pude, mas tentei por muito tempo me enganar.

Agatha, Adam e Amalia iriam tomar vacina contra sarampo hoje e como eu estava de folga, mas cansado do plantão passado fiquei em casa mesmo, Heitor disse que consegue lidar com eles sozinho.

Estou sentado no sofá lendo um livro quando a porta e aberta, no começo eu pensei que era Heitor com as crianças, mas quando eu olhei vi Pedro.

Olho bem para ele, mas o que me chama atenção e os olhos dele, que estavam completamente vermelhos, demonstrando que ele cheirou cocaína.

- Então estava aqui o tempo todo? - ele pergunta vindo até mim.

Eu senti um arrepio de medo subindo pela minha espinha assim que ele começou a se aproximar de mim.

Me levanto rapidamente e começo a me afastar dele.

- Pedro - digo ainda olhando para ele com medo.

- Sua vadia - ele disse finalmente me alcançando - você sempre foi, pensei que poderia ser um homem certo, mas a vontade de dar sempre foi maior que você como quando nos conhecemos.

O aperto dele era muito forte, o que me deixava com mais medo ainda, meu corpo não se meche, estou tremendo.

Em curto prazo os efeitos da cocaína são muito mais comportamentais, ou suas ações podem ser observadas por qualquer pessoa. Geralmente, as pessoas que estão usando cocaína, a curto prazo, apresentam agressividade excessiva e alteração significativa no apetite, mas Pedro já usou antes, e acho que nesse último mês tem usado também, mas mesmo assim ele parece muito agressivo.

- Você esteve aqui se oferecendo o tempo todo para o Heitor não é mesmo? - eu não consigo responder nada, só fico olhando para ele tremendo - eu sabia que você estaria aqui, sendo um vadio traidora que está dando para meu melhor amigo – continuou com raiva.

Sou jogado no chão, a dor que sinto no braço é enorme, o corpo de Pedro se coloca em cima de mim e começa a socar meu rosto.

Eu simplesmente não consigo reagir, fico só ali sentindo aquela imensa dor dos socos.

Eu realmente não sei quanto tempo ele fica me batendo, mas em algum momento ele se levanta, mas eu realmente não tenho forças para me levantar, ou tentar fazer alguma coisa.

Sinto um chute ser disparado contra mim, bem na região da minha barriga. Uma dor intensa me atingiu na mesma hora, nem mesmo a dor que me atinge depois com outro golpe se disparado contra a minha costela, e logo depois contra a meu peito.

- Isso é pouco para você seu vagabundo - escuto a voz dele longe.

Algo dentro de mim não sente mais nada, eu não consigo mais sentir nada, até que finalmente a escuridão começa a me dominar, mas antes disso eu escuto uma última voz.

- O que está fazendo? 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now