Trentottesimo Capitolo

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Soren Santinelle

- Dois mil para cada um? – Antony perguntou – adoro ganhar dinheiro fácil.

- Não tenho tanto dinheiro – digo de repente.

- Você tem tanto dinheiro quanto qualquer um de nós – constatou Samuel me olhando, devolvo o olhar, só que dessa vez eu o olho completamente confuso – quando nascemos já tínhamos uma conta bancária, tanto em seu nome quanto no meu, do Giovanni, do Antony e da Beatrice – bateu um grande interesse – todos os meses dês de antes de nascermos todos os meses são creditados mil euros até nossos dezoito anos. O seu é diferente já que até hoje e creditado o dinheiro.

- Aproximadamente trezentos milhões de euros – constatou Giovanni – fora os 0,98% de juros ao ano – ele disse e logo depois virou a cabeça para mim e deu um pequeno sorriso – você tem muito dinheiro Soren, mais do que pode imaginar.

- Interessante – digo analisando a nova informação.

Minha mente por uns momentos voo para os piores momento da minha vida. Eu penso que me prostitui por quase cinco anos da minha vida, dos meus dezessete aos meus vinte e um anos, passei por esse inferno na terra, entrando e saindo dos reformatórios, entrando e saindo do sistema, só para voltar novamente pelo mesmo motivo, roubar para poder comer.

As imagens do meu primeiro programa passam na minha cabeça. As mãos daquele homem asquerosa passando pelo meu corpo, aquele membro nojento na minha boca, ou quando ele entrou em mim, e tirou a minha virgindade, ainda me lembro da dor que eu senti, da dor que eu sentia já que estava fraco pela falta de alimentos.

Eu lembro que quando ele saiu e deixou aquele maldito motel pago até o fim da noite, e deixou o dinheiro.

Lembro de sair daquele lugar só na manhã seguinte, e finalmente ir em um pequeno restaurante e comer um grande prato de comida, como eu não comida a muito tempo, um grande prato e feijoada, com bastante arroz e um grande bife, o bom foi que naquele restaurante eu paguei quarenta e cinco reais para comer à vontade. Acho que nunca comi tanto na minha vida, ainda voltei naquele restaurante por todos os anos que eu morrei no Rio de Janeiro, até hoje eu gosto de ir lá, tanto que sou um dos sócios do lugar, e ajudei a reconstruir depois de um roubo e vandalismo.

Lembro daquela maldita sensação, da primeira noite, e depois da segunda, e da terceira e por aí vai.

- Você está bem? – Samuel me perguntou, me olhando preocupado.

- Eu to bem – respondo e logo depois escutamos um grito de Sofia.

Beatrice pareceu estar se divertindo, já que a mesma estava sangrando e gritando de dor.

- Se divertindo Bea? – perguntou Antony olhando para ele.

- VOCÊ NÃO FAZ IDEIA – gritou ela em resposta.

- Vai tentar? – perguntou Giovanni nos tirando do olhar de Beatrice, e voltando a olhar para eles.

Walter estava a mais ou menos cinco metros e meio de mim, os braços em cima do corpo, ele estava com uma camisa polo, calça jeans. O mesmo me olhava com um pouco de medo, e eu gostei disso.

Olho a adaga na minha mão, giro ela nas minhas mãos, quando Giovanni volta a falar.

- Você é médico? – perguntou Giovanni, e eu apenas concordei – seu alvo e entre os dois peitos.

Apenas concordei e olhei para o meu alvo. Pode ser complicado, mas não impossível.

Preciso lançar a adaga a treze centímetros do real local do meu alvo, já que pelo pequeno peso da adaga vejo que ela vai dar uma curvada.

Dou um pequeno passo para a direita, e miro a adaga atirando-a logo em seguida.

Em menos de dez segundo ela atinge o alvo, sei que atingiu ele já que o mesmo gritou de dor, mas eu ainda não vi se pegou bem no meio dos peitos, onde Giovanni me desafiou a acertar.

- Olha só você.

Antonella Santinelle

Talvez eu tenha prometido aos meus pais que ficaria bem, mas ficando aqui sozinha na cabana eu só sei chorar.

Rossi, eu fui uma Rossi a muito tempo, mas agora eu sou uma Santinelle, nem me lembro como é ser Rossi, não me lembro de nada daquela família, apenas das palavras maldosas e do desprezo que eles sentiam por mim.

As lágrimas caiam sem permissão, prometi uma vez que não choraria por eles, mas não consigo, não consigo não chorar pela família que eu idealizei uma boa parte da infância, mas agradeço a eles pode me derem a família que eu tenho agora.

Estou esperando notícias sobre Manon Rossi.

Não sei como me sentir em relação a ela, não me lembro bem de seu rosto e nem de como ela era, mas me lembro da última vez que a vi, ela desejou que eu morresse agonizando.

Perdida nem percebi meu avô chegando, só quando ele já estava sentado ao meu lado.

Essa cabana foi ele quem construiu perto do galpão para papa Luccas, tia Graziella, tio David, tia Isabela e tio Bernardo brincarem enquanto eles resolviam algumas coisas de adultos, eu só entendo o que eram essas coisas quando entrei na organização.

- Não deveria derramar lágrimas por eles – foi a primeira coisa que ele disse, antes de me olhar suavemente – mas entendo por que derrama, seu avô fez a mesma coisa pela família dele, porém, no final ele percebeu que eles não eram o que ele idealizava – completou calmamente.

- Eu não os idealizo – admito segundos mais tarde – porém, me dói saber que eles eram para ser minha família e me deixaram – afirmo pela primeira vez em muito tempo – ele me abandonaram como se eu não fosse nada, como se eu não fosse uma pessoa, em outro país sem que eu soubesse nem mesmo falar norueguês, se não fosse papa Luccas e papa Hericco o que poderia ter acontecido comigo e com Zöe? – perguntei meio hesitante em tocar no nome da minha irmã.

Vovó James fica em silêncio por algum tempo, acho que ele não sabia o que responder. 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now