Cinquantatreesimo Capitolo

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Soren Santinelle

Um Mês Depois

- Fique calmo amor - disse Heitor segurando minha mão e a apertando levemente e depois fazendo círculos nela, ele sabe que isso me acalma – se estressar não vai ajudar em nada, e pensar muito no assunto também não – completou me olhando calmamente.

Quando estava em coma ele fazia isso todas as vezes que ia me visitar, fazendo os círculos e falando palavra doces, me ajudou, muito, mais do que eu posso descrever.

- Estou preocupado com meu irmão, que até agora não sabemos onde está. No dia que eu encontrar aquele menino juto que vou dar uns tapas nele – falei e tenho certeza de que nesse momento estou fazendo biquinho.

- Ele tem um bebê na barriga – Heitor falou com um sorriso nos lábios – você bater nele, mesmo que ele mereça não vai ajudar em nada – ele é uma das pessoas mais sensatas que eu já conheci, talvez esteja certo, mas minha raiva ainda é maior.

- Ainda quero pegar ele e dar uns bons tapas, todos estamos preocupados, já faz um mês Heitor e ele não entro em contato nenhuma vez – falei frustrado com isso – sabe o quanto as coisas estão tensas naquela casa? Papa Benjamin, papa Pietro mal falam com papa Bernardo, que está claramente arrependido por suas palavras, mas ainda não pediu desculpas a eles pelas palavras duras a meu irmão – digo já nervoso com toda essa situação.

- De verdade amor fiquei calmo – disse me olhando sério – sabe que não está podendo se expressar tanto assim, pense no nosso bebê – pede.

- Outro motivo para minha raiva, por causa de tudo o que aconteceu esse mês vamos ver nosso bebê depois da minha queda brusca de pressão e do aviso que isso poderia fazer mal ao bebê, eu estou nervoso - digo de uma vez em um só folego de tão nervoso que estou e com o nível da minha raiva só aumentando.

- Fique calmo amor - repetiu ele sorrindo para mim, e dando um beijo na minha testa e passando a mão carinhosamente na minha barriga, fazendo nosso bebê chutar, esse bebê é puxa saco do pai só pode - nosso bebê está dizendo para você ficar calmo, que tanto seu irmão, quanto seu sobrinho estão bem, assim como ele está bem, todos estamos bem, então calma – falou sério olhando no fundo de meus olhos.

- Talvez você esteja certo - respondo dando um suspiro, mas mesmo assim não estou nada certo das minhas palavras. Algo dentro de mim me diz que tem algo errado com Giovanni.

Heitor Alvez

Assim que somos chamados percebo que Soren fica mais nervoso a cada passo, cada mínimo movimento o deixa tenso, como sempre vem acontecendo no último mês.

O dia do sumiço de Giovanni ainda está marcada, eu nunca o vi chorar tanto de preocupação, o marido de Samuel disse que é normal ele sentir emoções mais fortes por causa dos hormônios, mesmo assim ainda estou preocupado.

Isso causou uma queda brusca da pressão dele, o que resultou indiretamente nessa consulta. O médico falava muito, falava sobre não se estressar, sobre o risco da pressão subir pode causar problemas com o bebê, mas cada palavra do médico Soren parecia ou ignorar ou simplesmente não estar ouvindo.

A preocupação do sumiço do meu cunhado vai além de Soren, Samuel e os seus irmãos, meus sogros são os piores, parece que há uma nuvem negra pairando pela casa deles, e os almoços de domingo são só piores, extremamente silenciosos e com farpas sendo trocadas, mas essas farpas só vêm de um lado, do sr. Benjamin para o sr. Bernardo, que nunca responde as provocações.

Pelo que Soren me disse as tenções entre a família Santinelle está mais do que só altas, além disso tento que Beatrice e Antony estão dormindo na nossa casa a um mês, não estou reclamando disso, já que gosto muito deles, e eles amam os trigêmeos e brincam muito com eles, é divertido ter os três lá em casa.

A "fuga" de Giovanni, abalou as estruturas da família Santinelle, Soren por outro lado está cada vez mais próximo dos irmãos, o que me deixa feliz porque ele está feliz, muito feliz, embora tenso com tudo.

Eu sei a muito tempo o que meu amor passou, e ver ele tão feliz com a sua família, me faz feliz também, além do fato de toda a família aceitar muito de boa Amalia, Agatha e Adam, mesmo eles não sendo sangue do sangue de Soren, me deixa mais do que só feliz, e sei que deixa meu amor feliz também, eles têm uma família que Clara não os quis dar.

- Vamos ver o bebê? - o obstetra pergunta nos olhando depois de um longo monologo.

Soren dá um breve sorriso, e se deita na maca. O doutor passa o gel na barriga enorme de Soren, e começa a passar a máquina de ultrassom lá, devagar, ele estava arrepiado pelo gel frio, mas não reclama.

- Olhem aqui o bebê de vocês - disse ele apontando para a tela algum tempo depois.

Olho para a tela e vejo apenas um preto e branco, muito confuso, mas eu consegui distinguir a mansinha perfeita, com dez dedinho do meu pequeno bebê. Não é nada parecido com a ultrassom dos meninos, lá era uma completa confusão, aqui consigo distinguir quase completamente as formas.

- Olha só esse bebezinho - disse o obstetra. Soren a essa altura já estava chorando, ele sempre faz isso - esse bebezinho resolveu mostrar quem é agora – avisou ele olhando o monitor.

- Sério? - Soren perguntou olhando com para ele com os olhos brilhantes de expectativa.

- Sério - afirmou o mesmo sorrindo em resposta.

Eu até poderia ficar enciumado, mas confio demais no meu amor para pensar que ele poderia fazer isso comigo.

Ah eu sou ciumento demais.

- Quem saber o que o bebê de vocês é? - ele perguntou logo em seguida nos olhando.

- Queremos sim - respondemos juntos com expectativa.

- Bem olha isso - disse ele sorrindo - até temos.... 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora