Terzo Capitolo

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Samuel Santinelle

Só o fato de estarmos aqui me deixa irritado. Eu poderia estar em casa com Mattia, dormindo em seus braços e acordando com seus beijos, mas em vez disso estou aqui negociando e recebendo dinheiro de pessoas desprezíveis.

Gio está comigo dessa vez, querendo ou não preciso cumprir minhas obrigações com a famiglia, enquanto meu pai é o Capo eu faço apenas esses trabalhos pequenos, quando me tornar Capo pelo menos não teria que fazer esse tipo de serviço.

Pensar em ser Capo me deixa triste, pensar que não era para ser eu me deixa magoado ao extremo. Antes do Gio eu sempre quis irmãos, descobrir que tenho um e que ele foi sequestrado me destruiu naquela época e ainda me destrói quando penso nisso até hoje. Soren deveria ser o Capo, ele deveria ter sido criado para isso.

Respiro fundo e olho a paisagem, o Brasil é com a maior certeza um lugar lindo, um dos mais bonitos que eu já visitei, ainda mais porque foi aqui que papa Benjamin nasceu e claro depois das longas viagens de família para cá se tornou um lugar ainda mais bonito para mim.

Quando chegamos no hotel Gio foi direto para o quarto, ele parecia exausto, o que me faz rir já que ele é seis anos mais novo que eu deveria ter energia de sobre na minha opinião.

Assim que chego em meu próprio quarto meu surpreende com uma ligação de meu primo, Fredericco.

Fredericco é um dos meus primos mais próximos, ele tem quase a minha idade, sendo apenas dois anos mais velho que eu, filho do meu tio Luca.

"Em que posso ajudá-lo ragazzo?- pergunte assim que atendi me jogando na cama"

"O amor que te por mim me atendendo no primeiro toque me deixa lisonjeado – disse fazendo graça alguns segundos depois"

"Não é amor – respondi com um pequeno sorriso nos lábios – se eu não te atendesse você continuaria ligando – continue me ajeitando na cama e ligando o ar-condicionado para uma temperatura baixa – o que foi primo? - perguntei alguns segundos depois".

"Disse que estava indo para o Brasil essa semana, não é? - perguntou".

"Na verdade, já estou aqui nesse momento – respondi estranhando".

"Vou acabar meu estágio em psicologia por aí – respondeu ele alguns segundos depois me pegando de surpresa"

Atualmente ele acabou a faculdade de psicologia e está fazendo o estágio obrigatório em um dos melhores hospitais dos Estados Unidos, não faz sentido ele vir para cá.

"Por que? - perguntei assim que o choque passou".

"Sei lá – ele respondeu me fazendo sorrir – sabe quando você está cansado das mesmas coisas? Em alguns anos eu não vou mais poder ficar fazendo esse tipo de loucura, ainda sou jovem é nesse momento que vou poder fazer o que quiser com a minha vida, antes teve a escola e a faculdade agora é o momento – falou parecendo realmente animado".

Ele está certo? Sim, estudamos em um internado na Suíça, saíamos duas vezes ao ano de lá, depois faculdade, daqui a alguns anos assumir nossas responsabilidades dentro da famiglia.

"Estava pensando em onde?- perguntei alguns segundos depois".

"Rio de Janeiro – respondeu parecendo realmente animado – por causa das praias, papa Simon sempre disse que é um local lindo e tropical no verão"

"Realmente é um local lindo – concordei – quando estava pensando em vir?"

"Amanhã mesmo – respondeu segundos depois - já tenho um local para acabar a residência, estava pensando em levar uma clínica da família futuramente também, seria uma ótima oportunidade para estudar como as propagandas funcionaria aí – completou".

"Você sabe falar português? - perguntei".

"Claro que eu aprendi a língua nativa do país antes de cogitar ir para aí – respondeu ele parecendo ofendido, mas sei que era só a voz mesmo ele deve mesmo é estar se divertindo"

"Posso ir para o rio amanhã e te esperar no aeroporto, tenho que voltar logo, mas posso te ajudar a se localizar – digo sendo solidário".

Sou italiano, mas quando era pequeno vim muito para o Rio de Janeiro com papa Benjamin, ele amava as praias então aprendi muitas coisas.

"Ainda bem que eu nem tive que pedir – disse respirando aliviado – você é o melhor primo, nos vemos amanhã".

Soren Oliveira

Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Felizmente não demorou muito para as crianças dormirem, assim que coloquei Adam e Amalia para dormir só faltava Agatha, que ainda estava no meu colo quietinha.

- Vo...voxe - disse ela baixinho, meia desengonçada - po..di...dia mora...rar com ge..ti - disse ela com a voz embolada, pelo sono e pela falta de prática.

Eu não respondo nada por alguns momentos, claro que saber que uma menininha que eu tanto amo, que considero quase como uma filha me querer por perto vinte e quatro horas praticamente enche meu coração por alegria.

- Mas eu já tenho casa - digo querendo rir do gritinho baixinho de desgosto que ela deu alguns segundos depois.

- Na - respondeu ela se agarrando ainda mais a mim - papa So...sori - disse ela.

Meu coração para pôr uns instantes, mas eu não queria quebrar os sonhos dessa menina, se em sua cabeça isso é certo quem sou eu para dizer que ela não pode me chamar de pai?

- Durma - digo baixinho balançando-a.

Depois de uns minutinhos ela já estava dormindo profundamente. Coloco ela ao lado dos irmãos, e saio do quarto.

Já era umas dez horas da noite quando os três dormiram juntos tranquilamente, como três anjinhos.

Me sento no sofá, já que por algum motivo eu estava com insônia essa noite, sentado eu apenas fico olhando para o nada, pensando em algumas coisas.

Escuto depois de um tempo a porta se abrindo, sei que não é Heitor, já que o mesmo me falou que só voltariam amanhã de manhã, ele ainda está longe e tenho certeza disso.

Olho para a entrada e vejo Pedro, ainda com a maldita cara azeda, o que me faz fechar a cara completamente também, esse ciúme exagerado dele já está começando a me irritar, muito mais do que o de costume.

- Achei que voltaria para casa - disse ele me encarando alguns segundos depois.

- Prometi que ficaria até que Heitor chegasse, amanhã de manhã - respondi sem olhar para ele.

- Por que eu teria que te deixar ficar na casa do seu ex amante? - ele perguntou começando a levantar a voz, o que me preocupou por causa das crianças dormindo.

- Em primeiro lugar abaixe a voz - digo me levantando e ficando frente a frente com ele - em segundo lugar, eu já te disse que meu envolvimento com Heitor foi a muito tempo, foi só uma noite que ele nem ao menos se lembra e por último, em terceiro lugar, você não tem que me deixar fazer nada, eu sou maior de idade e dono do meu próprio nariz. 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now