Ventesimo Capitolo

567 54 9
                                    

Giovanni Santinelle

Athenas, Grécia.

A estátua a minha frente era enorme, muito bonita e bem construída, embora estivesse em um templo em ruinas.

- Sabe sobre a história de Athenas? - perguntou ao meu lado me observando.

Mão pude deixar de sorrir brevemente com sua pergunta antes de finalmente olhar para o lado e responder a ele.

- Na verdade não - falei calmamente olhando para a estátua – aposto que você sabe – completei segundos depois.

- A deusa grega Atena, conhecida como Minerva pelos povos romanos – disse me observando, eu percebia seu olhar em cima de mim, mas não ousei olhar - é a divindade da sabedoria, inteligência, do senso de justiça e das artes – falou calmamente – ela é filha de Zeus, um dos principais deuses da mitologia grega, era a protetora dos heróis, arquitetos, tecelões, poetas e filósofos. Diz a lenda que, um dia, Palas e Atena se desafiaram e batalharam. Atena teria sido ferida se Zeus não tivesse posicionado a égide, o escudo da filha, em frente à ela. Assim, enquanto Palas olhava assustada para a égide, Atena desferiu o golpe mortal – falou calmamente.

De um jeito meio estanho gosto disso, é uma bela estatua e Eliot saber da história me faz gostar ainda mais dele.

- Conta o mito que Medusa foi uma sacerdotisa do templo de Atena (em algumas versões ela já era a criatura mítica, contudo, ainda não tinha sido amaldiçoada). No entanto, Medusa é assediada amorosamente por Poseidon, o deus dos mares, cedendo aos seus encantos ao deitar-se com ele no templo da deusa Atena – falou calmamente, segundos depois – algumas histórias dizem que Poseidon a estuprou em frente à estátua da deusa e com isso a deusas a amaldiçoou.

- Ela não parece ser muito legal então - falei segundos depois levemente em choque.

- Acho que ela realmente não era – disse sorrindo quando finalmente olho para ele – mas não posso negar que ela era uma deusa muito adorada pelos gregos, tanto que batizaram uma cidade em sua homenagem – completou segundos depois.

Não pode deixar de sorrir e de concordar com suas palavras.

- É minha última noite aqui – disse ele alguns segundos depois – meu pai quer que eu volte o mais rápido possível para meu país, parece que tem alguns problemas por lá que ele precisa da minha ajuda – se apressou a me explicar.

Não digo nada brevemente, um amor de verão, nunca tive esperanças de ser nada além disso, mas mesmo assim a parte mais infantil e inocente dentro de mim não queria que acabasse tão rápido, queria mais um tempo com ele.

- Também terei que voltar à meu país o mais rápido possível – respondi mesmo não sendo verdade – meus pais já devem estar preocupados com a falta de informações minhas – completei sorrindo, mesmo que sendo um sorriso um pouco forçado.

- Seria bom se fizéssemos essa última noite valer aa pena – disse segundos depois.

Me viro e me aproximo dele dando um beijo em seus lábios.

Sabe que gostei da ideia.

Luca Santinelle

Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

De maneira geral nunca estive em solo brasileiro, sinceramente nunca me importei muito com esse país, não sei por que só nunca o achei fascinante.

A maioria dos países é meio indiferente para mim conhecer, sempre achei alguns fascinantes como o Egito com suas belezas arquitetônicas e Palau com suas belezas naturais, ao contrário de meu adorável marido Simon, que sempre se fascinio por esse país, ele já veio uma vez com Fredericco.

Desembarcar pela primeira vez nesse país, para fazer uma coisa dessas me deixa ansioso, geralmente não me sinto ansioso para nada, nem para cometer crimes, dês de crianças, mas agora estou ansioso.

De um jeito muito geral é um dos dias mais tensos da minha vida, se for verdade ele vai ficar ainda pior.

- Tenha calma – Simon disse segurando minha mãe e fazendo movimento circulares – tenho certeza de que vai dar tudo certo.

- Fazer mais de vinte anos -falei me sentindo ainda mais ansioso que mates – Deus Samuel já é casado, Fredericco já é formado, logo seremos avós, e depois de tudo isso encontrá-lo assim é uma coisa surreal – falei me encontrando no meu assento.

- Mas não impossível – falou sorrindo.

Como eu o amo, amo esse sorriso que ele dá, mesmo tendo ainda sim ele conseguir me deixar mais leve com as preocupações. Ainda não sei como vivi mais de vinte anos sem ele, encontrá-lo foi a melhor coisa que me aconteceu, a chegada do nosso filho foi algo que eu não teria sem ele aqui, comigo.

- I love you (Eu amo você) – falei baixinho respirando fundo.

- I love too (Eu também te amo) – respondeu com um sorriso ainda maior nos lábios – acho que já conheci um, nada mais justo do que eu conhecer o outro

Não pode deixar de sorrir.

- Existe uma única foto deles juntos quando pequenos – falei sorrindo, eles são meus sobrinhos e sou muito amigo de Bernardo – eles são diferentes um do outro, mesmo tão novinhos ainda era.

Se for verdade a alegria que minha família terá será infinita, se for mentira e eles souberem dessa possibilidade será um golpe grande demais.

- No final Fredericco fez certo – constatou meu marido segundos depois – se isso não for verdade acho que Pietro não aguentaria, ele espera por isso a muito tempo – falou segundos depois.

Não pude deixar de engolir em seco e pensar bem nas próximas palavras que eu diria.

- Ele esteve mal quando aconteceu – falei finalmente segundos depois – lembro que Isabela disse que ele mal comia, mal vivia na verdade, se ele soubesse dessa possibilidade e não fosse verdade acho que ele não aguentaria mesmo.

- Se fosse nosso filho eu não aguentaria – falou ficando meio melancólico - nem imagino o que Bernardo e Pietro passaram durante todos esses anos, mas só de Fredericco estará aqui, tão longe de minha supervisão já me deixa apreensivo, isso porque ele geralmente nos liga regularmente – disse com um pequeno sorriso nos lábios.

- Também não sei o que faria caso uma coisa dessas acontecesse. 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now