Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)

Quarantottesimo Capitolo

Soren Santinelle

Saio dos meus pensamentos quando vejo Giovanni, andando nervosamente de um lado para o outro na recepção, ele estava extremamente nervoso, mais branco do que já era e parecia soar frio.

- Ciao - digo chamando a sua atenção com um pequeno sorriso nos lábios para ver se isso o acalma, o que não adianta nada.

Olho para o meu irmão, os olhos dele estão completamente vermelhos, olheiras e o mesmo está pálido branco como a neve, mais pálido do que o pálido dele, do que o normal, filho olhando-o preocupado com medo dele cair a qualquer momento, seu corpo tremia e ele estava fraco.

- Giovanni você está bem? - pergunto preocupado me aproximando minimamente.

- Eu... - a voz dele falha - eu só queria ouvir sua voz. Estou indo nos nossos pais dar uma grande notícia – completou com a voz falhando.

- Via me contar? - pergunto curioso, mas também cauteloso para não prejudicar o que o estava deixando nervoso e não o deixar ainda pior.

- Você vai saber até o fim do dia - respondeu o mesmo dando um suspiro pesado - eu só precisava falar com você, me acalma - constatou o mesmo com um sorriso um pouco forçado nos lábios.

Paro por alguns segundos e penso no nível de intimidade que conseguimos em tão pouco tempo, estou até orgulhoso de mim mesma.

- Você vai agora? - perguntei preocupado com ele, se fosse sério mesmo não acho que sei como meu pai reagiria.

Eles estão nervosos, ainda mais nosso pai Bernardo anda estressado, sendo grosso com a maioria das pessoas, esses dias ele foi meio grosso até com papa Pietro, se a notícia for muito grande meu medo é que ele exploda e fale o que não deve.

- Eu estava indo agora - respondeu ele tentado permanecer calmo, e não conseguindo na minha frente.

- Eu vou tomar um banho, me trocar e depois eu vou para lá - afirmo olhando para ele – me espera para qualquer coisa – peço preocupado, mesmo não sabendo ainda o que é.

- Não vai ser uma conversa bonita - constatou depois de uns minutos me olhando – não vai querer ver, entrou na família a pouco tempo não quero que veja essa parte deles – falo preocupado.

- Você é meu irmão mais novo - sorrio para ele - eu não me importo se a conversa seja feia ou se eu não vou gostar, se for algo sério quero estar lá para te apoiar.

- Eu vou lá - disse ele me dando um beijo na bochecha.

Giovanni me dá um pequeno papel, e eu antes mesmo de abrir o papel olho para ele sem entender nada.

- Se algo acontecer me liga, mas só depois de uns seis meses – pede me olhando seriamente.

- Nada vai acontecer - afirmo vendo-o sair pela porta do hospital.

Fico olhando para onde ele foi por alguns segundos, primeiro Antony estanho e agora Giovanni.

Eu percebi que mesmo com a pouco convivência, Antony está cada vez mais fechado, o que como médico e irmão está me preocupando demais, essa mudança depois que eu parei para pensar aconteceu depois da vinda do Capo espanhol Hector Garcia, já que a algumas semanas o pai dele Murilo Garcia morreu, o mesmo é novo, eles não trocaram uma única palavra no jantar, mas dês daquele dia as coisas mudaram drasticamente.

Pelo que Giovanni me falou a Espanha e a Itália tem alguns negócios, mas nada muito grande, nada que poderemos considerar como da nossa família, como pelo que soube os estadunidenses ou os alemães.

Hector Garcia veio justamente porque queria um acordo mais concreto com os italianos. Eu estou aprendendo tudo sobre a máfia, e sinceramente estou gostando muito com isso, então eu assisti e quando tinha perguntas simplesmente falava, meu pai Bernardo mais do que só gostava de responder minhas perguntas em conjunto com as de Antony, que estava comigo.

Parece que os olhos de meu irmão perderam uma parte do brilho dês daquele dia, como se algo dentro dele estivesse morto, mas quando pergunto nunca obtenho respostas, ou secas palavras monossilábicas, e agora Giovanni nervoso por uma informação que eu não tenho.

Merda.

Giovanni Santinelle

Acho que não vou conseguir respirar, não dá para respirar, parece que estou em um mar, me afogando e não posso pedir ajuda.

Olho para o objeto em minhas mãos mais uma vez antes de sair do carro.

Meus pais andam estressados demais, em especial papa Bernardo anda indo de oito a oitenta em dez segundos nos últimos meses, antes mesmo de Soren, as coisas com os franceses estão difíceis, provações que todos sabem que foram eles, mas que não podemos provar. Aí vem os espanhóis, um novo acordo, um casamento deixa nossas relações completamente próximas, ainda mais daqui a dois anos com esse casamento, não que Antony esteja feliz com isso, as vezes acho que ele vai chorar de odeio a cada palavra que ele dá com papa Bernardo, o que estressa nosso pai ainda mais.

Em casa sei que Beatrice saiu com Pietra e Antonella, espero que Antony esteja com Dante e Augustus, eles voltaram pra o fim de semana.

Me acalmo um pouco e coloco aquele maldito objeto no porta luvas e caminho calmamente, escondo toda a minha frustração, meu medo e minha ansiedade na parte mais profunda do meu cérebro e entro

Papa Benjamin estava lendo um livro no sofá, papa Pietro descia muito bem-vestido as escadas e é o primeiro a me ver e apenas me lança um pequeno sorriso.

- Filho, não esperava que viesse hoje – disse vindo até mim e me dando um abraço.

Fico alguns segundos só naquele lugar, me sentido seguro nos braços do meu pai.

- Precisava falar com vocês – digo depois de alguns segundos.

Ele se afasta de mim e fica me olhando, mesmo perto dos cinquenta meu pai é lindo, vendo fotos dele de quando tinha dezoito anos.

- É muito sério? – perguntou preocupado, Soren é igualzinho a ele, tem as mesmas expressões.

- É bem sério – afirmei segundos depois sério – queria falar com você e papa Bernardo e Benjamin antes de tomar qualquer decisão – falei e percebi que o deixei nervoso com minhas palavras, embora não fosse minha intensão eu também estava nervoso.

Papa Benjamin nos observava brevemente antes de suspirar e se levantar e guardar o livro.

- BERNARDO VENITE QUI SUBITO (BERNARDO DESÇA AQUI AGORA).