Cinque Capitolo

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Heitor Alvez

Acompanho Soren até minha casa, as crianças já estavam na creche uma hora dessas então apenas o acompanho para a paz.

- Tem um quarto de hospedes no segundo andar – falei assim que chegamos – ele é bem grande e deve estar limpo – falei conduzindo-o até lá.

Soren apenas sorri para mim, ele parecia vermelho e não entendo o porquê de toda essa vergonha.

Quando chegamos ele é o primeiro a entrar no quarto.

- Sei que não é grande e que está meio sujo, mas... - não acabo a frase.

- Está muito bom – falou sorrindo para mim enquanto colocava a mala em cima da cama – não me importo com a poeira e qualquer coisa é melhor do que um quarto de hotel por aí – falou com um sorriso nos lábios.

Não posso deixar de sorrir também com a graça que foi feita.

- Obrigado por me abrigar Heitor – disse com um sorriso nos lábios - não precisava fazer isso, mas obrigada por ter feito – falou com um sorriso nos lábios.

- Você é um grande amigo Soren – digo olhando nos seus olhos – pode ficar o tempo que quiser.

O ruivo apenas sorriu para mim antes de se sentar.

- E as crianças? - perguntou alguns segundos depois parecendo preocupado.

- Creche – respondi – daqui a algumas horas a van vai deixá-los aqui, a baba vai chegar logo na verdade – falei.

- Oh eu ainda estou de folga hoje – disse se levantando com um sorriso – posso ficar com eles hoje – completou.

- Não, eu contratei uma pessoa para ficar com eles – falei olhando em seus olhos.

- Eu estou aqui e adoro cuidar dele – falou sorrindo ainda mais – além disse amo aqueles meninos e não será trabalho nenhum cuidar deles – afirmou.

Parei e pensei por alguns segundos no qual respondeu, quando vi que ele não iria desistir apenas sorri.

- Vou dispensá-la – falei olhando no fundo de seus olhos – só porque você insiste – completei sorrindo.

- Obrigado – respondeu ele – Pedro já deve estar acordando uma hora dessas, obrigado por tentar ajudá-lo – completou segundos depois.

- Ele é meu amigo – respondo alguns segundos depois – fuco feliz em ajudar vocês dois. Fique bem, eu vou lá ver ele – falei me virando.

- Obrigado – falou alguns segundos depois com a maior verdade do mundo.

Não digo mais nada enquanto saio, a casa de Pedro não é longe da minha, uma rua de distância na verdade.

Entro sem bater mesmo, já que somos amigos a anos, assim que entro vejo Pedro deitado no sofá com a garrafa de tequila na mão, o pó brando que Soren falou continuava espalhado pela mesa.

Dou um longo suspiro e me aproximo do corpo adormecido do meu amigo.

Pego a garrafa da mão dele, e lhe dou uma bela bofetada na cara, o que o faz pular do sofá caindo de bunda no chão.

- Seu bastardo - resmungou ele - quando chegou? Pensei que ainda estava em São Paulo – falou ainda sonolento.

- Eu cheguei a algum tempo - respondo encarando-o - achei que não fumava mais, depois de Soren.

- Ele não vai saber - respondeu ele, mas depois me olhou um pouco me analisando - onde ele está? Se você está aqui ele provavelmente já vai chegar – constatou desesperado.

Pedro levanta correndo e começa a arrumar tudo, limpando a cocaína o mais rápido possível da mesa da sala, eu apenas fico olhando para ele e pensando como ele conseguiu conquistar alguém como Soren? Não que eu seja melhor que ele, mas pelo menos não escondo de ninguém como sou.

Deixo-o arrumar tudo, ele nem parece perceber minha presença ainda na sala, até que finalmente acaba deixando tudo limpo.

- Eu vou tomar banho para ele não perceber o meu cheiro de... - eu finalmente resolvo interrompê-lo.

- Soren já esteve aqui - digo e vejo seus olhos se arregalarem, e ele fica branco segundos depois, como um papel - foi ele quem me pediu para vir aqui – completei segundos depois.

- Onde ele está? - perguntou me olhando desesperado.

- Você ainda não entendeu? - pergunto observando-o com calma.

Pedro pode ser meu amigo, mas ele já estava começando a me irritar, parece que dês de que ele começou a namorar Soren só da bola fora comigo e alguns parceiros nossos, eu sei que não é culpa de Soren, já que o mesmo sempre tratou todos bem, o problema e o ciúmes de Pedro mesmo.

- Soren foi lá porque você prometeu que não fumaria mais - digo e vejo que ele me olhava com atenção - as palavras dele foram exatamente essas - dou uma pausa antes de falar - "Quando eu e Pedro começamos a namorar eu deixei claro que se ele voltasse a usar drogas eu iria embora, ele se drogou noite passada depois de uma briga nossa" - digo as exatas palavras que Soren me disse a quase uma hora atras.

- Ele está me deixando? - perguntou me olhando abismado.

- Eu não sei - respondo dando um suspiro - acho que nem ele mesmo sabe – completei suspirando fundo.

- Onde ele está? - perguntou de novo, dessa vez mais exaltado.

- Eu realmente não posso te falar. Ele quer um tempo, e foi você quem vacilou Pedro - digo olhando em seus olhos.

Pedro não pareceu gostar muito da minha resposta e veio para cima de mim, o que foi uma burrice já que eu só o joguei no chão e fiquei em cima dele, sem bater.

- Ficou louco? - pergunto olhando com raiva para ele.

- Você é meu amigo ou não? - ele perguntou se debatendo.

- Eu sou seu amigo, mas também sou amigo de Soren e sei o quando ele odeia drogas - respondo saindo de cima dele - tome juízo Pedro, só assim Soren pode te querer de volta.

- Eu acho que ele está me traindo - disse Pedro, fazendo com que eu arregale os olhos, olhando para ele abismado.

- Não pode estar falando sério - digo ainda mais abismado - Soren estava namorando com você, ele é fiel a você, não deveria duvidar disso.

Pedro abaixa a cabeça, em sinal de vergonha.

- Se quiser recuperar o seu relacionamento com Soren é bom tomar juízo - dito isso eu saio pela porta – porque não acho que ele está excitando em te largar nesse momento. 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now