Cinquantanove Capitolo

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Heitor Alvez

- Senhor Alvez - disse ele vindo até mim - e muito bom vê-lo acordado.

- O que aconteceu depois que eu levei o tiro? - pergunto e logo depois acrescento - e porque eu não estou sentindo minhas pernas.

Olho para Soren, e vejo o mesmo me olhando com lagrimas nos olhos, e assim que vê que eu estou olhando desvia o olhar.

A cama onde eu estou deitado começa a se levantar na parte da frente, me deixando mais ou menos sentado.

- Você foi atingido na coluna vertebral, mais especificamente no lombo - disse o médico chamando a minha atenção - quando você foi levado para a sala de cirurgia para remover a bala, você teve um grande sangramento, e agora nós não sabemos se você poderá andar novamente.

No mesmo momento meus olhos vão para Soren, que vem até mim me abraçar.

- Senhor Alvez, eu vou testar para saber se suas pernas ainda têm sensibilidade - disse ele se aproximando.

O mesmo pegou uma pequena lâmina e começou a passar pela minha perna esquerda.

- Isso faz cocegas - digo automaticamente.

- Senti isso? - foi Soren quem perguntou apertando minha coxa direita.

- Você não está tão forte meu amor - digo sorrindo dele - mas eu sinto um pouco sim.

- Isso é bom - o sorriso de Soren é grande enquanto fala.

Um pequeno murmuro nada contente se é escutado baixinho ecoando pelo quarto.

Soren sai do meu lado e vai quase correndo e pega o pequeno bebê que eu observava até a pouco.

- Senhor Alvez, o senhor está bem, mas para garantir amanhã de manhã você fara alguns exames - disse o médico chamando a nossa atenção - eu deixarei vocês conversarem e dormires. Até amanhã.

Assim o médico sae me deixando sozinho com Soren e aquele pequeno bebê.

Soren se sentou ao meu lado. O pequeno bebê estava com todo o corpo e a cabeça coberto pelo cobertor azul.

Soren vendo a minha curiosidade tira o cobertor, rebelando um pequeno bebê de face branquinha, com grandes bochechas vermelhas, lábios pequenos e narizinho proporcional que o deixa a coisinha mais fofa do mundo.

- Acho que eu quero saber o que aconteceu - digo olhando para Soren.

Soren sorriu e começou a me contar tudo que tinha acontecido, do momento em que eu apaguei, mas eu acabo o interrompendo

- E o que aconteceu com o corpo ou o próprio Pedro? - pergunto.

- Eu não sei - disse ele rindo por uns segundos - na verdade eu não perguntei para os meus pais, mas farei questão de perguntar na próxima vez que nos virmos.

Soren continuou contando tudo, eu olhei assustado quando ele disse que nosso pequeno bebê esteve em uma incubadora, e que mais para frente ele teria que fazer uma cirurgia para abrir o canal respiratório.

- Mattia me disse que ele estava bem, mas por conta de não conseguiu respirar direito quando nasceu eles o deixaram na incubadora - disse Soren - ele saiu da incubadora duas horas antes de você acordar.

- Ele é lindo - digo olhando o pequeno bebezinho - você sabe que precisamos escolher um nome para ele.

- Estava esperando você acordar amor - disse ele dando um beijo nos meus lábios.

- Eu lhe dou a completa liberdade - digo olhando para ele.

- Não sei - disse ele dando no ombro e pensando. Depois de uns minutos Soren me olha com os olhos brilhando - Luigi - disse ele - Luigi Bernarde Alvez Santinelle.

- Eu gostei - digo depois de um tempo - o que significa Luigi afinal? - perguntei curioso.

- Sendo a forma italiana de Luís, significa "guerreiro famoso", "combatente ilustre" ou "famoso na guerra" - disse ele sorrindo.

- Combina com ele amor - digo analisando o pequeno bebê dormindo no colo de Soren.

No mesmo minuto que eu falo, os olhinhos preguiçosos dele. Eles eram lindos olhos azuis assim como os de Soren, mas o que me intrigou e que bem no meio deles a parte preta, eram totalmente opacos, mas sei que era coisa da minha cabeça e deixei para lá.

- Acha mesmo que eu posso voltar a andar? - perguntei olhando para ele, bem no fundo dos seus olhos azuis.

- Você tem uma grande sensibilidade nas pernas - diz ele dando um grande suspiro me olhando - você não consegue mexer ou sentir toques suaves nas pernas, o que ajuda muito. Nós sabemos agora que se sua sensibilidade a coisas apertadas ou afiada ainda continua que a grande chance que você volte a andar fazendo ficoterapia.

- Estará lá comigo? - pergunto completamente inseguro.

- É claro que eu vou estar - disse ele me olhando - quero que entenda uma coisa muito simples, eu te amo Heitor. Temos quatro lindos filhos, eu nunca vou te deixar. Você é o amor da minha vida - disse ele me dando um pequeno selinho - eu não posso te deixar. Você é como uma brisa de ar fresco. É como se eu tivesse me afogando e você me salva-se, eu to apaixonado por você, eu sempre fui apaixonado por você.

- Eu também te amo - digo beijando-o.

Logo depois um resmungo nada feliz se é ouvido do colo de Soren.

- Olha que homenzinho ciumento - digo sorrindo para o bebê.

- Quer pegar? - perguntou Soren me olhando.

- Eu não sei se consigo - digo - será que eu não vou derrubá-lo.

- Deixe disso homem - disse Soren sorrindo para mim - já temos três filhos Heitor, não vai derrubar Luigi.

- Ele é muito frágil - constatei olhando diretamente para Soren - ele é um pequeno bebê que nasceu prematuramente depois que eu ao consegui proteger vocês dois - solto baixinho, mas ele ouviu.

- Eu não sou um boneco que está pronto para quebrar - disse Soren me olhando com os olhos semi serrados, o que o deixa fofo, mas ao mesmo tempo assustador - eu consigo me proteger, como me protegi.

- E isso lhe custou quase todas as chances de termos outro filho biológico - digo olhando para ele - quase fez você perder Luigi e ficar cara a cara com aquele monstro.

- Eu me sai muito bem se quer saber - disse ele rindo - não gosto que me trate como um boneco de vidro que está quase quebrando.

- Não farei novamente - digo olhando para ele - mas ainda tenho medo de machucar Luigi.

- Deixe disso homem - disse ele me passando Luigi.

O pego bebê resmungou um pouco, mas logo se aconchegou em meus braços muito feliz quando Soren começou a fazer carinho em sua cabecinha nua.

- Mais um filho meu amor - disse olhando para Soren.

- E Dio queira que seja o último. 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now