Trentaduesimo Capitolo

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Pietro Santinelle

Eu estou completamente destruído por dentro com a história de Soren, saber por tudo que seu filho passou, sendo que você sempre esteve aqui, eu tinha uma vida boa, a família Santinelle tem tanto dinheiro, e mesmo assim meu filho ficou na rua, passou fome e teve que vender o corpo para sobreviver, tudo isso porque os filhos da puta que escolheram o adotaram e o deixaram por nada.

Bernardo em algum momento saiu do meu lado, e agora eu estava só com Benjamin me abraçando, quando finalmente meus olhos se focam em Soren, que até aquele momento estava me olhando, calmamente.

Meu filho mantem uma calma exorbitante, sua calma me faz crer que ele foi criado a vida inteira pela família Santinelle, não está apenas a alguns dias na sua vida, na sua casa e com a sua família, família essa que ele acabou de conhecer e que é uma merda.

Saio de perto de Benjamin, para ir para perto de Soren. Mesmo relutante abraço ele, e foi nesse exato momento que a máscara de firmeza e calma que ele estava mantendo até agora cai por terra e logo eu escuto os soluços dolorosos e o molar da minha camisa.

Eu sou o pai desse menino, eu chorei para ele nascer, senti a merda da dor, dei o nome para ele, vi seus olhinhos se abrindo e depois disso nada. Às vezes me sinto um péssimo pai por dormir com dois bebês recém-nascido que eu sabia que estavam em perigo, e assim eu perdi um deles. Contei isso para Benjamin uma vez, que me deu uns tapas e falou para mim parar de graça, que isso não era culpa minha e sim do figlio de una puttina que sequestrou ele.

- Eu pensei por tanto tempo que você tinham me deixado - disse ele entre soluços, e esses soluços partem meu coração - eu pensei durante a minha vida inteira dês do momento em que meus pais adotivos me falaram que eu era adotado que você simplesmente não me quiseram... - os soluços se intensificam, o oque me faz involuntariamente me apertar ainda mais Soren nos meus braços - ou que você simplesmente me venderam por drogas eu não sei, eu nunca pensei que estivessem esse tempo todo me procurando.

- Eu nunca em todos esses vinte e cinco anos deixei de te procurar - garanto isso deixando um beijo em seus cabelos ruivos e cacheados - eu nunca iria deixar de te procurar, ainda me lembro de você nos meus braços logo depois que nasceu - isso faz tanto eu quanto ele rirmos, mesmo ele ainda estando soluçando - você era pequenininho e estava com o corpinho cheio e sangue, mas mesmo assim era a coisinha mais linda que eu já tinha visto junto com o seu irmão - a pausa que eu faço e para recuperar o folego - ambos tinham o início dos cabelinhos, ambos ruivos, e em conjunto com as bochechas grandes e coradinhas eram verdadeiros bonecos de tão lindos.

Afasto o rosto dele do meu ombro para olhar nos lidos olhos azuis, os olhos da família Santinelle.

- Às vezes me dava raiva em olhar para Samuel e ver que eu carreguei nove meses e senti a merda da dor do parto para vir a cara de Bernardo Santinelle - digo indignado olhando para Samuel que abaixa a cabeça com vergonha - já você é mais parecido comigo, mas tem os olhos azuis do seu pai e uma personalidade muito parecida com a do Benjamin eu tinha que admitir.

Os olhos de Soren se focam em Benjamin, o mesmo o está olhando com o mesmo amor que sempre olhou para Samuel, dês do primeiro momento que o viu.

- Pareço com ele? - perguntou me olhando.

Os olhos dele estavam vermelhos, assim como a ponta do nariz pelo choro. Dou um beijo na ponta do seu nariz, como se ele fosse uma criança, o que o faz sorrir como uma criança, e isso aperta meu coração, a que ponto meu filho foi privado de ser criança para só um beijo na ponta do nariz, algo que eu sempre fazia com os meninos antes de dormir, o deixa tão feliz.

- Você não tem ideia - respondo sorrindo - você lembra muito meu pai, principalmente os cabelos, ruivos e cacheados.

- Acho que é bom parecer com o meu avô - disse ele sorrindo para mim.

- Não - respondo depois de um breve minuto - digamos que meus pais não são o maior exemplo, assim como os pais de Benjamin, e sua avó por parte de Bernardo também não é o maior exemplo.

- Por que diz isso? - perguntou ele perdido.

- Nem seus irmão sabem disso - digo olhando para ele - Eliza Santinelle, sua avó por parte do Bernardo, foi ela junto com Emma Salvo, a filha de uma antigo parceiro do seu pais que foi morto acusado de trair a famiglia, sua avó que te levou do hospital e te entregou a Manon Rossi te levou, naquela época não sabíamos para onde, mas hoje sabemos que ela te levou para o Brasil - dou uma pausa rindo e depois olhos para Benjamin que parece pensar o mesmo que eu.

- Posso saber o que pensou pai? - ele pergunta.

Na hora que ele me chama de pai meu coração salta, e parece que vai sair pela boca, eu aposto que meus olhos estão arregalados, já que minha boca esta seca e as lagrimas estão começando a cair.

Eu estava aqui, mais de vinte e cinco anos esperando por ele, esperando para ouvir a sua voz, ver seu rosto e principalmente o ouvir me chamar de pai.

- Eu tive uns problemas em casa quando eu tinha meus quatorze ou quinze anos - respondeu Benjamin, depois de um tempo - eu acabei fugindo de casa e acabei passando um tempo nas ruas do Rio de Janeiro, eu conheci seus pais, me lembro vagamente de você quando ainda era um bebê - disse Benjamin olhando para ele como se lembra-se de algo.

- Isso sim podemos chamar de coincidência - digo rindo.

Observo o homem atras do meu filho, mio Dio meu pequeno bebê tem três filho e vai ter mais um, eu já sou avô, isso com a maior certeza e assustador.

- Eu sou avô - digo ainda desacreditado.

- É - respondeu Soren - eu acho que realmente é uma coisa nova, muito nova para vocês.

- Eu gostei - digo finalmente o olhando - verdade dês de que seu irmão se casou passei a gostava da ideia de ter netos, mas Samuel e Mattia por algum motivo não quiseram filho então eu deixei esse sonho para lá.

- Na verdade papa eu vim aqui para contar uma grande notícia para o senhor - disse Samuel vindo até mim.

- Che cosa hai combinato, Samuel? (O que andou aprontando, Samuel?) - pergunte, e logo depois meu filho me lança um olhar de inocência.

- Non so perché pensi questo di me (Não sei por que pensa isso de mim) - disse ele fazendo um biquinho como se fosse criança - Sono un angelo di una persona, papa (sou um anjo de pessoa, papa) - disse fazendo cara de inocente, o que não me convence nada.

Olho para Benjamin que só ri de nós. Samuel lança para ele um olhar de socorro.

- Dovrò essere d'accordo con tuo padre, mio piccolo angelo (Vou ter que concordar com seu pai, meu pequeno anjinho) - disse Benjamin rindo de nós dois.

- Non mi prendi in giro con quella faccina d'angelo Samuel (Você não me engana com essa carinha de anjo Samuel) - digo olhando para ele - Dimmi cosa hai fatto (fale logo o que você fez).

- Mattia ed io avremmo potuto davvero fare qualcosa (Eu e Mattia podemos mesmo ter feito algo) - disse ele ficando completamente vermelho - Lui e io avremmo potuto finalmente fare bevo (Eu e ele podemos ter feito finalmente um bebê). 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now