Diciassettesimo Capitolo

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Soren Oliveira

- Soren - respondeu ele - Soren Santinelle.

- Coincidência, não é? - digo sorrindo olhando para Fredericco.

- Meu tio Pietro ficou arrasado com isso - continuou ele distante - eu tinha mais ou menos três anos na época, mas me lembro claramente do meu pai Luca chegando em casa tarde da noite, lembro-me que o meu outro pai, Simon, ficava louco quando ele fazia isso, quando ele chegava tarde em casa - disse Fredericco rindo - ele estava procurando igual louco meu primo Soren - ele dá um longo suspiro antes de continuar - mas mesmo depois de quase vinte e cinco anos ninguém sabe nada sobre ele, ou onde ele está.

Aquela história me deu uma dorzinha no coração, é uma história realmente triste.

- Eu só estou te dizendo que, meus tios só seguiram em frente porque tinha o irmão gêmeo dele, meu primo Samuel.

- O que quer dizer com isso Fredericco? - perguntou Heitor do meu lado.

- Só estou dizendo que talvez, e só talvez, os pais biológicos seus Soren estejam passando pelo mesmo que os meus tios passam dia a dia, sem saber se meu primo está bem, vivo ou morto - disse ele bebendo um gole do uísque.

- Seu primo nasceu quando? - pergunto por um instinto e pura curiosidade.

- Eles nasceram no dia 21 de dezembro de 2019 - respondeu ele.

- Que coincidência - digo sorrindo para ele - meus "pais"... - faço aspas olhando para ele - eles me acharam na frente da casa deles na noite do dia 22 de dezembro de 2019.

Fredericco me olha uns minutos, antes dos seus olhos se arregalarem e me analisa por mais uns minutos antes de falar novamente.

- Você tem alguma marca de nascença? - perguntou ele.

- Por que quer saber? - pergunto desconfiado.

- Só responde - disse ele me olhando com uma cara de nervoso

- Eu tenho uma pequena marca de nascença na parte da frente do lado direito do meu ombro - respondo abaixando um pouco a blusa e o moletom que eu estava usando e mostrando a marca de nascença em formato da Itália.

Ter uma marca de nascença no formato da Itália é estranho, mas eu nasci com ela.

- Segunda, você poderia me disponibilizar uma amostra de sangue? - ele pergunta me olhando mais apreensivo ainda.

- O que está acontecendo Fredericco? - perguntou Heitor olhando preocupado para Fredericco.

- Se o que eu estou pensando se confirmar, só vou dizer para você na terça-feira - disse ele nervoso - eu tenho que ir e fazer algumas ligações.

Fredericco nem nos dá a chance de falar mais alguma coisa e já sai rápido do bar.

- Ele está estranho - digo olhando para Heitor.

- Segunda você tira o sangue - disse o mesmo depois de uns segundos - e terça vamos saber o que ele está tramando.

- Me preocupo, mas conheço Fredericco e sei que ele não vai fazer nada que possa me prejudicar – falei segundos depois olhando ele.

- Quem sabe os tios de Fredericco não sejam seus pais biológicos – falou Heitor fazendo graça.

- Ah claro e eu fui roubado na maternidade na Itália – falei fazendo graça.

Heitor me dá um beijo ardente, e eu caridosamente retribuo com o mesmo ardor.

Fredericco Santinelle

Saio quase correndo de dentro daquele bar

Saber a data que os pais adotivos de Soren acharam ele na porta de casa dia 22 de dezembro, Soren Santinelle nasceu dia 21 de noite, e foi sequestrado no mesmo dia

Manon Rossi desapareceu depois que pegou Soren das mãos de Eliza Santinelle, a ex esposa de um dos meus tios, Edoardo Santinelle.

Os passos se ligam perfeitamente, Soren e Samuel são parecidos, e além do fato de ambos terem a marca de nascença com a curvatura geográfica da Itália no lado direito do ombro.

Os cabelos ruivos e cacheados, em conjunto com os olhos Santinelles, junto com a maldita teimosia da família. Tudo junto faz dele quase um Santinelle, só falta comprovar com sangue.

"Father (pai) - digo assim que ele atende o celular - eu precisava de uma amostra de sangue de Pietro Santinelle e de Bernardo Santinelle".

"Hello para você também - disse ele com uma voz completa de sono - que filho ingrato que eu tenho. Vai trabalhar e outro país, não liga para os pais e quando liga e para pedir algo quase impossível - diz meu pai Simon".

Afasto a tela do celular da minha orelha e vejo que eu liguei para meu pai Luca, mas quem atendeu foi meu pai Simon, eu realmente não queria que ele soubesse do que eu tenho quase certeza agora.

"Papa - digo nervoso, sabendo que não posso mentir para ele - deixa eu falar com o father, por favor é urgente - digo mais nervoso ainda".

"LUCA - meu pai grita - SEU FILHO INGRATO QUE NÃO NOS LIGA A UM MÊS QUE FALAR COM VOCÊ - gritou ele parecendo mais do que só indignado, fazendo drama - E SO COM VOCÊ - acrescentou".

"Papa – digo".

"Seu pai já está vindo - disse ele - fale com ele".

Depois disso a linha fica muda, ouço a porta se abrindo e se fechando duas vezes

"Filho - disse meu father - sinto muito pelo seu pai - disse ele dando um suspiro - mas ele está meio estranho nesses últimos meses, mas porque quer falar comigo? - ele perguntou curioso. Puxei minha curiosidade do meu father".

"Eu precisava de uma amostra de sangue do tio Pietro e do Tio Bernardo – digo alguns segundos depois".

"Cosa vuoi? (Você o que??) - perguntou ele mais do que só espantado - você sabe que o que está me pedindo e impossível".

"Você e primo do tio Bernardo - argumento nervoso - ele confia em você".

Meu pai dá um longo suspiro do outro lado da linha, e fica uns minutos em silencio.

" Eu posso até conseguir o que está me pedindo - diz ele, e eu estou dou um longo suspiro de felicidade - mas primeiro eu preciso saber o porquê você quer isso".

Assim que ele disse isso a felicidade sai do meu interior

"Mas pai... - ele me corta antes que eu possa continuar"

"Ou é isso, ou nada feito Fredericco - disse ele sem dando frecha para eu dizer algo contra"

"Eu acho que eu encontrei o Soren"

__________*__________

Depois de conversar francamente com o meu pai, ele concordou em me dar a amostra dos sangues no domingo de noite, quando ele e meu pai vierem me visitar.

Eu estou me cagando de medo de apanhar do meu pai Simon? Sim, estou morrendo de medo.

Estava tão perdido em meus pensamentos que nem mesmo quando acabo esbarando em alguém.

Vejo um lindo homem de olhos verdes, magro e de cabelos azuis no chão. Olho no colo dele e vejo um lindo menino de mais ou menos dois anos.

- Papai - resmungou o menino olhando para mim e depois para o homem caído no chão.

- Ei calma - digo me aproximando deles.

Pego o menino em meus braços, e logo depois ajudo o homem a minha frente.

- Eu realmente sinto muito - digo olhando vidrado para seus lindos olhos verdes. 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now