Quarantaseiesimo Capitolo

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Soren Santinelle

Olhamos milhões de casas, algumas perto da casa dos meus pais, outras mais longe, porém, nenhuma nos agradou.

De acordo com Heitor as crianças precisão de um lugar calmo para correr e viver, para crescer mesmo e eu concordo com ele, um lugar calmo e grande seria a melhor opção para nós seis.

Assim que chegamos na casa de meus pais vejo as crianças dormindo calmamente no sofá, o clima da casa por outro lada estava horrível, papa Pietro estava sentado tomando uma taça de vinho na mesa e Benjamin olhava a lareira com fixação.

- O que aconteceu? - perguntei olhando-os.

- Nada – papa Pietro disse bebendo de uma vez o resto do vinho de sua taça - como foi a visita as casas? - perguntou mudando completamente de assunto.

- Foi bem senhor Pietro – Heitor quem responde calmamente – mas ainda não achamos a casa certa – completou.

- A duas casas daqui há uma casa que está quase terminada – Benjamin disse se sentando no outro sofá – ela é grande, o bairro é calmo com escolas aqui perto e um mercado próximo – falou pegando uma taça e colocando vinho também.

- Poderia ser interessante – digo olhando em seus olhos – é um ótimo bairro e as crianças ficariam perto do resto da família – falei olhando Heitor dessa vez.

- Poderíamos pedir uma visita – ele respondeu sorrindo calmamente para mim – para mim seria muito bom.

Ficamos em silencio alguns momentos, e só assim percebo que não vi meu irmão hoje ainda.

- E Antony? - perguntei.

Os dois se olham, parecem não saber o que me responder então apenas ficam em silencio, o que me intriga e ao mesmo tempo me preocupa.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntei novamente, com um pouco de aflição.

- Ele está bem – papa Pietro disse chegado na sala – ele só precisa de um pouco de espaço.

- Haverá um jantar hoje para receber o Capo espanhol, sei que pode parecer cedo, mas você é até o momento o futuro Capo e seu pai o queria ao seu lado, para aprender – Benjamin disse sem me olhar, parecia mais perdido em seus próprios pensamentos.

- Ele parece uma pessoa importante – digo.

- Ele é - papa Pietro respondeu calmamente com um pequeno sorriso no rosto – seu pai está louco com a sua chegada, deixei um documento em seu quarto, se puder ler seria agradável, além de ser agradável se o agradar com conversas, talvez.

- Quando?

- Hoje.

__________*__________

Como pedido eu me aprontei, estudei sobre o homem, ele é formado em economia, administra sua própria empresa e seu hobby favorito é jogar futebol, acho que ele se dera melhor com Heitor do que comigo.

- Está nervoso? – ele perguntou me olhando com Agatha no colo, eles não iriam, ficaram com uma babá que meus pais contrataram.

- Por que estaria nervoso? – perguntei ajeitando a gravata calmamente.

- É a primeira vez que vai ser visto pela máfia italiana e pelos líderes da espanhola, é um grande dia – falou balançando nossa filha, que estava quase dormindo em seus braços.

- Com certeza – respondi me virando e lançando um sorriso gentil a ele – sei que é, mas ficar nervoso ou perder a postura não vai ajudar, meu pai parecia querer dizer que esse é um evento importante, que esse Hector Garcia é importante, então estou mantendo meu nervosismo dentro de mim – digo pegando a gravata dele.

- Tem razão – falou me olhando – mesmo assim eu estaria nervoso, acho que não conseguiria ter essa sua calma – completou sorrindo.

Chego perto dele e beijo seus lábios calmamente.

- Heitor eu mantive uma parte de mim escondida por muito tempo – falei sendo sincero – estar aqui me dá confiança, conviver com eles, mesmo que a pouco tempo eu já me sinto mais confiante, como se nada pudesse me ferir de novo, e sabendo disso consigo manter a calma melhor, ainda estou ansioso, mas consigo deixar isso dentro de mim.

Antony Santinelle

Assim que chegamos a primeira pessoa que vejo não reconheço, a certeza é que são espanhóis.

Acompanho calmamente meus pais e meu irmão, junto a seu namorado para dentro, me mantenho imparcial, meu rosto está imparcial, não quero que ele saiba o que estou sentindo.

Papa Bernardo está não esperando conversando com um homem, alto, moreno, não consigo ver seus olhos daqui, ele é alto, moreno, não consigo ver seus olhos, ele não parecia magro e definido para mim, mas em um peso normal, não igual meus pais ou meus irmãos, apenas normal, ele parecia normal, até o jeito como está a vestido é normal.

Assim que papa Bernardo percebe nossa chegada sorri para nós.

- Hector, deixe-me apresentar meus maridos, Pietro e Benjamin Santinelle – apresentou com meus pais chegando perto dele – meu filho mais velho Soren, seu marido – apresentou meu irmão que dormiu para ela, que devolveu o sorriso - e é nosso filho, o segundo mais novo, Antony Santinelle – disse pegando minha mão.

Chego perto e não posso negar que estou nervoso em conhecê-lo. Seus olhos são castanhos, ele tem traços espanhóis clássicos, mas não é tão branco como eu, embora não uma pessoa negra.

Ele é bonito, isso não posso negar, seus traços são bonitos e seu cabelo também, os lábios são normais, vermelhos claros, quando seu olhar se voltou para mim meu arrepiei.

- Senhores Santinelle é um prazer – disse pegando a mão de cada um dos meus pais e a beijando delicadamente, os fazendo sorriso – Senhor Soren ouvi falar muito do senhor, sua história é impressionante ainda mais depois de tantos anos – falou e meu irmão sorriu amavelmente para ele e depois se voltou para mim – Ouvi falar muitas coisas boas de você Senhor Santinelle, é um prazer conhecê-lo – disse pegando e beijando as costas da minha mão.

- Sr. Garcia, é um prazer – falei calmamente olhando para ele.

O silêncio que se instaura é absoluto, parecia que não havia som em nenhuma parte do prédio, parece um silencio ensurdecedor. Soren ficava me olhando, analisando todas os meus movimentos calmamente e com um falcão.

- O jantar já deve estar pronto – papa Benjamin interrompeu o silencio com um sorriso calmo nos lábios.

Sou colocado bem ao lado do Garcia, ao lado de papa Pietro, à nossa frente estava Soren e Heitor, que várias vezes lançava olhares para mim.

Eu e Garcia não trocamos nenhuma palavra, ele conversou muito com meu cunhado e parecia legal, sempre gentil com meus pais e até ele e papa Bernardo conversaram sutilmente sobre negócios, mas nos dois não trocamos nem mesmo olhares, muito pelo contrário passei o jantar inteiro calmo e sem dizer nada.

Em algum momento papa Pietro pegou na minha mão e apertou levemente, não sabia se chorava ou se ria de tristeza, mantive minha expressão calma e com um pequeno sorriso para não deixar meu irmão preocupada, mas naquele momento sabia que meu destino estava selado, eu me casaria com o homem ao meu lado em dois anos. 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now