Quadragesimo Capitolo

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Antonella Santinelle

Eu e vovô estamos em silencio, não há nada que possa ser falado na verdade, eu que não tenho mais o que falar então apenas me mantive quieta, pelo menos por um tempo.

- Antonella você é importante para todos nós – nada digo com essa afirmação - sou seu avô, então por favor se abra comigo – pede um pouco desesperado.

- Manon Rossi não significa nada para mim – afirmei calmamente – eles não significam nada, mas admito que se pudesse estar na frente do meu... - me interrompo não sabendo como colocar ele na minha vida – progenitor perguntaria por que ele me odiava tanto, o que fiz de errado para não ser digna de ser filha dele – falei encostando minha cabeça em seu ombro.

- Amore mio, nipote mia, non hai fatto niente di male, non pensare mai una cosa del genere (Meu amor, minha neta, você não fez nada de errado, nunca ache uma coisa dessas) - disse ele me afastando e seu ombro e olhando no fundo de meus olhos - lui è un cretino, la maggior parte dei Rossi sono cretini, tuo zio Pietro e tu siete rare eccezioni. Lui e tutti i suoi fratelli sono degli idioti, non credo abbia fatto niente di male per lasciarti, hanno perso la meravigliosa donna che sei diventata, la meravigliosa figlia che sei per i tuoi genitori e la meravigliosa nipote che sei per me e Nicolló (ele é um idiota, a maioria dos Rossi é idiota, seu tio Pietro e você são raras exceções. Ele e todos os seus irmãos são idiotas, não achei que fez algo de errado para que eles a tenham deixado, eles que perderam a mulher maravilho que você se tornou, a filha maravilhosa que você é para seus pais e a maravilhosa neta que é para mim e Nicolló) - disse com a maior confiança possível.

Antes que possa responder alguma coisa meu celular toca.

Assim que olho no visor não barganho em atender, querendo saber de uma vez o que estava acontecendo no Brasil.

"Si - digo assim que atendo o telefone rapidamente".

A linha fica muda por alguns segundos, o que me deixa ainda mais ansiosa enquanto a linha é conectada.

"Senhorita Santinelle - escuto a voz de Emmanuel Campos, o homem que eu mandei para achar e trazer Manon Rossi até a Itália.

Sendo os Rossi desconfio de tudo, poderia mandar qualquer pessoa filiado a famiglia, mas não confio ainda mais quando se trata deles mandei meu próprio homem de confiança.

"Já está com Manon Rossi? - pergunto logo em seguida. Meus pais me deram educação, não que eu esteja usando-a nesse momento"

Já faz horas que mandei que ele fosse para o endereço que o infeliz do Pierre passou e espero, pelo bem dele, que ele tenha falado certo, o mínimo erro vai trazer uma grande dor para ele. Não que eu não achei que merece isso.

"Quando chegamos na casa ela não estava - disse ele dando um suspiro logo depois".

"Procure ela por todo o Brasil então - digo sem paciência alguma para lidar com essa mulher infeliz fugindo"

"Nós a procuramos e encontramos a pouco na casa de um ex-namorado francês - disse ele - mas quando encontramos ela estava morta, a mais ou menos seis dias".

Che cazzo.

Paro por alguns segundos não sabendo o que falar, ou ao menos fazer nesse momento, não esperava por isso de jeito nenhum.

"Traga o corpo dela de volta para a Itália – falei alguns segundos depois – achei quem matou ela e traga também, não importa quanto gaste com isso, só faça - falei e desliguei o celular"

Paro e respiro fundo por alguns segundos, o choque esta demais para minha cabeça processar.

- O corpo de quem? - meu avô perguntou preocupado com o meu choque.

- Manon esta morte – falei alguns segundos depois – um ex-namorado dela pelo que sabemos até agora – completei ainda em choque.

Vovô ficou em choque por pouco minutos também, antes de recuperar a compostura e ficar em silencio, mas sem expressão alguma no rosto.

- Provavelmente os franceses – disse ele segundos depois respirando fundo – eles devem saber que agora que Pierre e Camille foram retirados de forma nada amigável, apagar ela seria o jeito mais fácil de manter seu nome longe de tudo.

Respiro fundo e dou um sorriso nada feliz.

- Se ele não hesitou em abandonar a filha, porque hesitaria em matar a irmã, não é mesmo? - falei sarcástica – vou avidar tio Bernardo de uma vez, é melhor que eles saibam logo.

Ele apenas concordou comigo e me seguiu para fora da cabana.

Sorte que ela não fica muito longe, uns dois segundos de caminhada no máximo.

Quando chegamos meus primos já estavam saindo, não me atrevo a falar com eles nesse momento, pareciam tão felizes juntos, pela primeira vez na vida. Assim que saem entrou com meu avô, Bernardo, Benjamin e Pietro estão conversando calmamente enquanto olha para os dois.

- Zii (Tios) - chamo com a maior calma do mundo.

Tio Benjamin é o primeiro a se virar para mim e me dar um sorriso um pouco inseguro com a minha presença.

- Antonella, se está aqui já deve ter alguma notícia de Manon Rossi – disse ele no mesmo momento que tio Pietro e Bernardo também se viram para mim – ela já está vindo? - perguntou ansioso.

- Ela está morte – afirmei logo em seguida - vão trazer seu corpo, assim como a pessoa que a matou – falei.

- Frances? - tio Bernardo perguntou alguns segundos depois.

- Pelo que sei até esse momento sim – disse calma por fora e apavorada pro dentro.

O silencio que reina é impressionante para mim, até que Pierre resolve abrir sua maldita boca.

- Pensaient-ils qu'en la trouvant ils auraient une excuse pour déclencher une guerre? (Acharam que achando-a teriam uma desculpa para começar uma guerra?) - perguntou completamente debochado - Ils ne partiraient jamais. Elle a été surveillée, même ton fils de pute, toute sa vie, dès que les choses ont mal tourné pour eux, elle a été effacée, nous l'avons presque été aussi, mais malheureusement ils sont arrivés plus tôt, ça aurait été mieux si nous étions morts par les mains des Français sans douleur que par les vôtres dans la douleur. (Eles nunca deixariam. Ela foi monitorada, até mesmo essa puta que é filho de vocês, a vida toda, no momento em que as coisas ficaram um pouco feias para o lado deles ela foi apagada, nos quase fomos também, mas infelizmente chegaram antes, seria melhor se tivéssemos morrido pelas mãos dos franceses sem dor do que pelas suas com dor.) - falou.

Tio Pietro fica em silencio por alguns momentos antes de responder para ele.

- Vous souhaiterez qu'ils vous aient vraiment attrapé, ce qu'ils vous feront à vous et à votre femme sera pire que la mort, vous devriez être reconnaissant que nous n'ayons pas fait cela à votre plus jeune fils aussi, car apparemment il méritait aussi une fin horrible , tout comme vous deux (Você vai desejar que eles tivesse te pegado mesmo, o que faremos com você e sua esposa vai ser pior que a morte, deve agradecer por não fazermos isso com seu filho mais novo também, porque pelo visto ele merecia uma fim horrível, igual vocês dois). 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Onde histórias criam vida. Descubra agora