Cinquantasettesimo Capitolo

1.5K 168 41
                                    

Soren Santinelle

Eu não posso perder mais um bebê, eu não aguentaria perder outro bebê. Minha consciência já estava se perdendo pela dor.

- Soren - escuto uma voz familiar feminina me chamando, mas eu não conseguia identificar quem era - Dio Soren você quase nos matou do coração.

- Ospedale (Hospital) - digo em um fio de voz.

A dor e muito grande, o sangue escorrendo nas minhas pernas, e o fato do meu bebê estar chutando a cada cinco segundo me causando uma dor imensa na minha barriga, principalmente perto do meu quadril do lado direito.

Eu estou desesperado.

Uma mão me envolve e assim o fio de clareza que eu tinha e finalmente sucumbo a escuridão,

Um Dia Depois

Mi fa molto male la testa (Minha cabeça doe).

Esse e o primeiro pensamento que se passa na minha cabeça quando começo a recuperar a consciência.

Minhas últimas lembranças passam pela minha cabeça. Eu automaticamente abro os olhos, e levanto meu tronco vendo minha barriga mucha.

O desespero toma completamente conta de mim, olho para o lugar onde eu estava, quarto completamente branco, ou seja, um hospital, mas isso não importa nem um pouco para mim nesse momento, eu quero saber onde está meu bebê, já que está mais do que claro que ele não está onde deveria pelo próximo mês, ou seja, dentro di me (dentro de mim).

Vejo papa Benjamin passar pela porta. No momento em que ele me vê acordado, vem correndo para mim e me abraça.

- Mio Dio, Soren - disse ele desesperado, me abraçando - você quer nos matar do coração.

- Papa meu bebê - digo me afastando um pouco dele.

- Olha ali - disse ele apontando para ver uma caixa transparente, é um pequeno serzinho se mexendo dentro dela.

Com a minha rapidez que meu corpo conseguia, já que estava doendo um pouco ainda, me afasto do meu pai e vou até bem pertinho dela.

O bebe na incubadora e pequeno, mas mesmo assim não chega a ser minúsculo, ele tem um pequeno tubo no pequeno nariz, o que me preocupa muito.

- Ele está bem? - pergunto desesperado, mas não volto para olhar meu pai, fico o tempo todo com os olhos no meu pequeno bebê.

- Ele está vivo - respondeu ele - assim como você.

- Ele é tão pequenininho papa - digo olhando meu filho - ele realmente está bem?

- Eu vou chamar o médico e seus pais - disse ele depois de uns minutos - eu já volto.

Presto bem atenção no bebê, até que finalmente ele abre os lindos olhinhos e fica eles em mim, mas logo depois desvia o olhar.

Meu bebê estava com aparelhos ligados em todo o corpo, com apenas uma frauda, faço um pequeno ruido com os dedos, e os olhos do meu bebê focam em mim no mesmo momento, mas o que é estranho e que ele olha para todos os lados, nunca focando eles diretamente em mim, o que me preocupa.

Mas olhando para ele, ele é perfeito.

Tem dez dedinhos nas duas mãos, tem dês dedinhos no pê, cinco me cada, tem duas orelhinhas, tem dois olhinhos, tem um nariz bem pequenininho que combina com a sua boquinha que contêm nesses exato segundo um biquinho fofo.

- Soren? - sou tirado dos meus pensamentos quando vejo Mattia, ao lado dos meus pais na entrada do quarto.

Papa Pietro vem quase correndo para mim, e me abraça.

- Você não deveria estar de pé menino desobediente - disse ele com um tom que como se tivesse me dando uma grande broca. Como se eu fosse uma criança pequena e tivesse me atrasando um pouco quando voltava sozinho na escola.

- Eu to bem papa - digo olhando um pouco para ele e logo depois me volto para Mattia - como meu bebê está?

- Ele não só é prematuro Soren - disse ele dando um suspiro. Pelo tom dele me dá um grande aperto no peito pensando que tem alguma coisa errada com meu bebê.

- Mas ele está bem? - pergunto novamente ansioso.

- Você chegou no hospital sangrando - disse ele me olhando sério - a sua sorte e que chegou a tempo no hospital, o cordão umbilical dele estava enrolado no pescoço - diz e dá uma pausa o que faz meu coração se angustiar ainda mais - você estava sangrando muito, e como depois de uns minutos não conseguimos parar o sangramento e estávamos perdendo os batimentos cardíacos tanto seu quanto o bebê, o levamos para uma cesariana de emergência.

"Quando abrimos, vimos o foco do sangramento. A placenta se descolou completamente da parede de útero, mas como não era o tempo e nem foi o médico que fez o descolamento, acabou tendo um foco de sangramento, mas não foi essa a causa do todo o sangue - informou ele, mas não olho nos meus olhos. O que me deixou preocupado, muito preocupado".

- Qual foi a causa do sangue? - perguntei com medo.

- O bebê quando a placenta se descolou acabou chutando muito forte uma das suas trompas - disse ele me olhando no fundo dos olhos - assim que tiramos o bebê precisamos ligar a trompa para que o sangramento pare, então a chance de você ter outro filho biológico abaixou de 70% pela sua idade para 5% - informou ele.

E muita coisa para digerir, mas para mim está tudo bem, eu realmente não queria ter mais filhos, quatro já está bom até demais, ainda mais os quatro sendo pequenos.

- E meu bebê? - pergunto.

- Os primeiros exames só indicam que o canal respiratório dele e um pouco estreito para a sua idade, mesmo ele sendo prematuro - respondeu o mesmo pegando o fichário, que provavelmente e da ficha minha e do meu pequeno bebê - mas isso não é uma coisa que tínhamos que nos preocupar muito por agora, mas quando ele tiver uns sete ou oito anos ele deve fazer uma pequena cirurgia para abrir o canal.

- Fora isso ele não tem nada? - pergunto novamente tirando toda aquela angústia de mim.

- Ele só tem isso - me garantiu o mesmo - ele ainda vai ficar na incubadora até hoje à noite se continuar com o desenvolvimento que ele está. Quando nasceu ele não conseguia respirar direito, mas agora ele já está puxando o ar quase normalmente, se continuar com esse desenvolvimento ele sairá do hospital em dois dias.

O conforto e completamente tomado conta do meu coração por saber que meu bebê está bem. De alguns segundos de conforto e paz, vem a preocupação ao lembrar de Heitor sangrando no chão quando Pedro me levou para o carro.

- Heitor - digo olhando para ele - como Heitor está?

Meus pais se olham e logo depois olham para Mattia, o olhar deles me deixa desesperado.

- Como Heitor está? - pergunto novamente desesperado. 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now