Dodicesimo Capitolo

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Soren Oliveira

Eu estava quase preso no meu corpo, consigo sentir tudo ao meu redor, consigo ouvir a maior parte das coisas ao meu redor, mas não consigo me mexer, nem falar.

Eu ouvi cada palavra que Heitor vem meu falado. Ele realmente foi a minha única companhia nesses dias, ele sempre vem aqui, fala comigo, uma vez disse que trouxe flores, uma coisa linda, era a única coisa linda nesses meses todos.

Eu ouvia muita coisa dês do momento em que recuperei a consciência na UTI, no momento em que os residentes, eu acho, estavam falando sobre o meu caso, quando ouvi o que tinha acontecido minha mente surtou, eu respirava, mas era como se não consegue-se respirar.

Eu cheguei à conclusão de que eu o odeio, ele me tirou muita coisa, me tirou um bebê, que era filho dele também, foi a pior dor que eu já senti na minha vida, e realmente acho que se eu fica-se quieto iria me sufocar, foi Heitor que me salvou, ele quem veio todos os dias e conversou comigo, falando dos filhos dele, falando que sentiam minha falta, o que foi a única coisa que aqueceu meu coração.

Hoje eu realmente achei que seria apenas um dia completamente normal, mas quando aquele pequeno serzinho se aninhou ao meu corpo, eu não sabia de quem era corpinho, mas era quentinho, aquecia uma coisa dentro de mim que eu nunca achei que iria aquecer mais.

- Não deu para escapar – digo beijando sua testa – ele me aterrorizou até que eu o trouce junto comigo hoje.

Adam, Heitor só poderia estar falando de Adam.

Sinto o pequeno corpinho vindo mais para cima de mim, e colocando a cabeça no meu pescoço.

- Papa nós queremos voxe qui – disse ele baixinho me pegando totalmente de surpresa com as palavras dele – papa a sadadi de voxe.

E assim que eles me veem? Como um pai, precisava acordar, eu precisava dar pelo menos um beijo na bochecha linda de Adam agora.

Com a maior força que eu posso eu tento mexer minha mão, não sei se ela mexeu, mas eu queria, queria abrir os olhos, queria acordar, eu também acho que estava em coma a muito tempo

Finalmente consigo controlar meu celebro, e finalmente consigo, mesmo com dificuldade abrir os olhos.

A primeira coisa que eu vejo e Adam, deitado em cima de mim.

Ele estava tão grande, realmente parecia ter quase 2 anos, os lindos cabelos negros deitados no meu pescoço, olho para o lado e finalmente vejo Heitor. O mesmo estava igual ao que eu me lembro da última vez que o vi.

- Você acordou – ele disse descrente me olhando.

Eu queria responder, mas minha garganta estava seca demais, no mesmo momento o rostinho de Adam sai do meu pescoço e finalmente olho naqueles olhinhos brilhantes.

- Papa – ele diz mais do que só feliz me abraçando.

Com um pouco de dificuldade consigo abraçar ele e me levantar.

- Não faça tanto esforço – disse Heitor me olhando preocupado – não faça esforço, eu vou chamar a enfermeira.

Ele sai quase correndo do quarto, quase caindo também, o que me faz querer rir, mas não consigo, minha garganta doe demais para isso.

Depois de uns minutinhos vejo uma mulher entrar e me olhar atônica. Quanto tempo eu dormi afinal para todos me olharem atônicos quando me veem?

- Sr. Soren Oliveira – disse ela descrente.

Vejo Heitor vindo até mim e me dando um copo com água, mesmo com as mãos tremulas pego o copo de água, e logo levo ela a minha boca e bebê, a água desce rasgando na minha garganta.

- Tome devagar – disse a médica me olhando.

Heitor me dá mais um pouco de água, e finalmente depois de uns minutos eu consigo falar com a voz um pouco rouca.

- Obrigado – digo e minha garganta doe pela falar – a senhora pode me chamar apenas de Soren doutora, não a problemas.

- Você está estável, só estávamos esperando você acordar – disse ela me olhando – seu quadro de saúde foi frágil nos primeiros momentos, eu nem seu como te dar essa notícia... – eu a interrompi.

- Eu já sei – respondo dando um suspiro – eu ouvia tudo que vocês falam ao meu redor, não precisa falar de novo, por favor.

A médica e Heitor pareceram mais do que só aliviados de não falarem, não darem a notícia sobre o que aconteceu.

- Só vamos fazer alguns exames, então te liberaremos hoje de tarde se tiver tudo bem – disse a médica anotando algo – sinto muito Soren.

- Eu também sinto – respondo.

__________*__________

Depois de passar por uma bateria de exames, e de ser comprovado que eu estava bem, finalmente poderia sair do hospital.

Estava no carro de Heitor, ele dirigia e Adam dormia calmamente na cadeirinha do carro, já fazia alguns minutos isso e ele parecia completamente confortável.

- Eu não sei se estou pronto para vê-lo novamente – digo finalmente depois de um tempo em silencio.

- Pedro não está mais no morro do alemão a um ano Soren – diz ele em seguida, o que faz com que eu o olhe abismado.

- Não pensei que colocaria um dos seus melhores amigos para fora do seu morro – digo sendo sincero.

- Eu também nunca pensei que faria isso – respondeu dando um suspiro pesado – mas a cena que eu vim quando eu o cheguei naquele dia, ele estava te olhando, você sanguentado no chão desacordado, e ele apenas lá te olhando sangrar, ele só falou que você merecia isso por ser uma vagabunda que mal acabou com ele e já estava dando para mim – eu só me encolho levemente com essa informação.

É isso que Pedro achava de mim durante todo o nosso relacionamento? Que eu só estava com ele por dinheiro? Que tipo de homem ele acha que eu sou?

- Ele deu a entender que estaríamos tendo um caso antes disso também – completou, fazendo com que eu fique fervendo de raiva.

- Que tipo de homem ele acha que eu sou? – pergunto com raiva e um pouco entristecido.

- Eu não sei – respondeu dando um outro suspiro pesado – eu não sei quem ele pensa que eu e você somos, para termos um caso.

- Sinto muito pela perda do seu melhor amigo – digo finalmente depois de um tempo.

- Ele é um assassino – respondeu Heitor – sei que não quer falar sobre isso, mas é verdade, ele matou um pequeno ser, e quase te matou também.

- Seria melhor se ele tivesse me matado – respondo baixinho – era melhor do que a dor que eu sinto pelo que ele me tirou. 

Aquele Garoto (Trilogia Meu Criminoso - Livro 03)Where stories live. Discover now