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Parece que hoje o dia não está a meu favor. Acordo às sete horas com um calor imenso e para completar a minha cabeça dói. A Mari já está sentada na cama mexendo no seu celular.

— Bom dia! — falo e ela responde com o mesmo — Que calor hein! — fico de pé dobrando o lençol.

Eu sou uma pessoa que odeia passar a noite sem cobertor e como não dá para usar por causa do calor, tenho que usar lençol.

— Nem me fale — responde fazendo careta.

Depois de agradecer a Deus em uma pequena oração, caminho em direção à cozinha tomar café da manhã e ajudar Maria no que precisar.

Ontem, a minha prima Rose fez uma surpresa ao aparecer no futebol dos meninos. A mesma falou que antes tinha passado na fazenda e descobriu que eu não estava morando mais lá e quis saber o porquê. Ela ficou um pouco chateada por eu não lhe ter contado. Ontem, ela também ficou sabendo que Thiago é  meu namorado, em uma conversa entre o quarteto a Cléo acabou falando e ela ficou de boca aberta desacreditada.

— Agora você não me diz mais nada né? Tem novas amigas — Rose disse depois da descoberta.

— Não é isso! Eu só não achei uma oportunidade para dizer — respondi.

E realmente eu não encontrei uma oportunidade para dizê-la, pois era isso o que eu mais queria para ela deixar de falar tanto da beleza dele.

Ontem à noite eu soube pela Mari que haverá um casamento no próximo sábado. Eu fiquei feliz apesar de não gostar de festas, porque a minha tia não me deixava sair muito, é bom ter algo diferente para distrair nesse lugar pacato.

Depois de ajudar a Maria, afasto-me do fogão e vou para o alpendre pegar o ar mais fresco, pois na cozinha está bastante quente. Agora eu estou me acostumando com o Bob. Sorrio ao vê-lo caminhar em minha direção com a carinha rechonchuda abanando o rabo. Converso com ele que parece me entender bem com os olhinhos todo atencioso para mim. Acaricio seu pelo que é muito macio quanto a aparência.

De repente uma moto estaciona na frente da casa e ouço uma voz familiar pedindo para o motoqueiro esperar. Arregalo os olhos e quase caio para trás, a seguir ouço a voz mais repugnante da minha vida:

— Olá, Alice! Tudo bem? — pergunta com um sorriso cínico.

— O que está fazendo aqui Fátima? — questiono caminhando até ela, antes que a mesma invadisse o alpendre.

— Isso são modos de falar com a sua prima? — arqueia uma sobrancelha seguido por uma careta.

— Vai se ferrar! Como soube que estou aqui? — cruzo os braços.

— Através do celular da Rose descobri que você estava na fazenda, mas eu fui lá e me disseram onde é o seu novo lar — fala observando o casa e o quintal.

Fico uns minutos encarando-a. A minha vontade é socar a cara dela, mas me contenho para não fazer besteira.

— Então, eu só passei aqui para avisar que sei onde você está e não pense que conseguirá ficar longe de mim — diz dando um sorriso amarelo.

Que garota petulante!

Ao terminar de falar Fátima dá meia volta e sai. Antes mesmo de passar pela porteira da casa ela volta alguns passos e diz:

— Ah! Eu conheci as meninas, elas são muito legais, principalmente a Laissa. Inclusive ela me convidou para ir em sua casa.

Ela manda beijinhos no ar e sobe na garupa da moto.

Fico parada como uma boba. Me sinto idiota por não ter respondido nada à ela. Reflito suas últimas palavras. Realmente a Laissa me surpreende, com minhas primas ela reage de boa e comigo não foi assim, mas o que importa é que agora estamos dando bem.

Sem Direção (Concluido)Where stories live. Discover now