7 - III

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Ele me espera ao lado do cavalo, no estilo cowboy, só falta o chapéu. A camisa xadrez colada ao seu corpo, e com os três primeiro botões abertos deixam os músculos visivelmente à mostra.
Analiso o seu corpo todo. Desde o cabelo bagunçado até as botas marrom surrada. Ele está muito lindo.
Do mesmo modo que percorro os meus olhos pelo seu corpo ele também me analisa.
Não sei se estou "adequada" para o passeio, mas ontem eu questionei ele qual tipo de peça seria melhor usar.
Os olhos verdes dele brilham enquanto observa o meu look, pelos seus olhos posso dizer que estou ótima. Eu nunca me vesti antes no estilo cowgirl, mas estou achando uma sensação boa e me sinto bela.
A blusa xadrez não é minha. Thiago me emprestou hoje quando foi até o meu quarto me acordar, mas eu já tinha acordado.
A blusa tem o cheiro do seu perfume. Acredito que ele tenha borrifado o perfume de propósito.

— E ai, como estou em cowgirl?

Me esforço na última palavra para sair bem. Nunca fui péssima em inglês, mas sempre tento falar o melhor que posso.
Thiago me pede para dar uma voltinha, o que me faz corar um pouco. Ele assovia em resposta.

— Perfeita. — Diz logo em seguida. — Acho que não tem um estilo que não fica bem no seu corpo.

O meu look é a blusa xadrez azul de Thiago, calça jeans azul clara e uma bota de cano baixo sem salto.

— Faltou o chapéu para completar nossos looks. — Falo tirando risadas dele.

— O chapéu iria nos atrapalhar. É bom usá-lo se cada um montasse em um cavalo. — Concordo com o que ele diz.

Ele me coloca em cima do cavalo castanho claro, segurando na minha cintura, e com isso traz arrepios por todo meu corpo. Quando ele sobe e cola seu corpo ao meu, o meu congela e sinto os pelos dos braços e pescoço levantarem com mais intensidade.
Thiago começa a cavalgar.
Quase um quilômetro afastada do curral onde alguns trabalhadores cuidam do rebanho, Thiago beija o meu pescoço. Sem esperar por aquele ato, o meu corpo fica mais rígido do que antes.

— Você está com frio? — Thiago pergunta passando a mão no meu braço.

Sorrio nervosa em resposta.

— Talvez. — Respondo e ele sorri contra a pele sensível do meu pescoço.

Nós passeamos pelo pasto. Thiago me explica que a fazenda está na terceira geração da família. O pai dele tem duas irmãs e elas nunca quiseram viver na fazenda. A parte delas foram vendida para Marcelo quando o seu pai morreu.
Ele me disse também, que quer muito viver na fazenda, mas não sabe se vive por tanto tempo, talvez somente para tirar férias.
Quando o sol fica muito quente, por volta das nove e meia nós voltamos para a casa.
Cléo e Laissa conversam debaixo de um pé de manga, ambas numa rede.

— Bom dia! — digo ao passar por elas.

— Bom dia. — Cléo responde, Laissa nem dá o trabalho de me olhar. — Como foi o passeio?

— Ótimo! — falo me aproximando dela. — É tão bom andar a cavalo.

Principalmente quando tem alguém legal ao seu lado, ou melhor atrás. Completo no meu subconsciente.

— É verdade.

— Garota chata sai daqui! Para de nos atrapalhar! — Laissa diz com os olhos no celular, pelo seu rosto está com bastante raiva, o seu rosto rígido e com um bico na boca.

— Laissa eu não quero que você trate Alice dessa maneira. Você fica na sua! Ela não falava com você.
— Thiago diz bem irritado, próximo à rede onde ela está deitada.

Não gosto quando ele tem que brigar com a irmã por minha causa, eu não quero causar desconforto entre eles.

Laissa não diz nada, percebo que a raiva domina dentro dela ao me fitar com os seus olhos castanho escuro. Cléo apenas sacode a cabeça negando. Thiago aproxima de mim e me chama para entrar na casa.
Às vezes eu não me importo pelo o que a Laissa diz. Eu não quero que ela atrapalhe minha felicidade.

— Desculpa pela a Lai. Não sei porque ela age dessa forma com você. — Diz, depois de um tempo em silêncio.

— Não se preocupe, não precisa desculpar. Talvez seja porque eu ainda sou uma estranha para ela. Com certeza, antes de mim nenhum desconhecido passou a morar aqui de repente. — Falo com sinceridade, pois eu poderia também agir assim, não devo culpá-la.

— Isso não justifica ela falar desse jeito. — Fala.

Eu apenas dou de ombros, não quero começar uma discussão boba por opiniões diferentes.

Thiago me convida para assistir um filme em seu quarto. Ele diz que hoje só trabalharia após o almoço. Acho um pouco estranho, e se alguém nos pegar lá dentro, o que vão pensar?

O filme não é de romance. As vezes passa coisas que dão medo. Não gosto de filme de terror, já Thiago adora e está divertindo com o meu medo.
Em um momento Thiago percebe que estou assutada pois eu tapo os meus olhos com as mãos. Ele gargalha muito de mim.

— Se você continuar zoando de mim, eu vou sair. — Adverto.

Ele para de sorrir e me abraça por trás. Sinto desconfortável e me afasto dele.
Ti não diz nada, apenas volta a ficar ao meu lado.
Olho de canto, para ver como ele está, mas não dá para perceber. Os olhos dele estão fixo na TV.

Espero que não esteja com raiva.

Depois de alguns minutos, o filme volta a me amedrontar. Fico tão tensa com a cena em suspense, que não percebo quando Thiago coloca a mão no outro lado do meu corpo.
Ele me belisca de leve. Somente para eu levar susto e ele deitar na cama gargalhando. Fico bastante irritada.

— Eu vou sair agora!

Pulo da cama chateada, mas antes mesmo de afastar da cama ele para de sorrir. Sinto duas mãos na minha cintura me puxando de volta.
Ele encosta a boca em minha orelha e sussurra:

— Desculpa, eu não vou te zoar novamente.

Sinto ondas de calafrios por todo o meu corpo.
Ele percebe a minha reação e começa a beijar e mordiscar o meu pescoço.

— Para Thiago. — Sussurro com a voz falha.

Ele não para, continua mordiscando o meu pescoço provocando sensações calorosas.

Ele beija meu ombro por cima da camiseta, depois me gira e dá alguns beijos no meu pescoço até a minha boca, seguindo uma trilha imaginária. Eu correspondo atacando sua boca.
Thiago acaricia os meus cabelos e as minhas costas enquanto me beija. Passo a mão em seu cabelo macio, sentindo o meu corpo todo esquentar.
Ele me empurra devagar para baixo, até me deitar na cama ainda acariciando e me beijando. A mão dele desliza para minha cintura. O meu corpo arrepia a cada toque dele. Dou um gemido e Thiago sorri.

Ele volta a beijar o meu pescoço, a sua respiração está ofegante. Calafrios percorre pelo meu corpo ao sentir o ar quente na minha pele, sinto vontade de gemer mais alto, mas ao invés, me afasto dele e sento na beirada da cama.

— É melhor nós não continuar. — Falo, tentando recuperar o fôlego.

Thiago senta ao meu lado.

— Por quê? — ele também fala com dificuldade. — Estava bom. — Conclui e cheira o meu pescoço.

Antes que eu pudesse responder a pergunta, escutamos leves batidas na porta do quarto.
A Fabiana do outro lado, anuncia que a mesa já está pronta.

Salva pela criada.

Voltei! Não esqueça de deixar o voto! Obgd!

Sem Direção (Concluido)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora