4 - IV

84 24 24
                                    

Eu não desvio os olhos do relógio um minuto, parece que as horas resolveram ficar paralisada.
A minha ansiedade só aumenta. Não sei se estou ansiosa para a conversa, ou ver Thiago. Quem eu quero enganar? E lógico que estou louca para ver Thiago. Isso só pode ser loucura, ele mora aqui e eu acabei de vê-lo no jantar.

Às oito em ponto, abro a porta do meu quarto, olho no corredor e certifico se tem alguém. Limpo.
Ando em passos curtos, até ouvir vozes quando passo em frente a escadaria. Os pais de Thiago. Caminho depressa, depois corro.
Nem tive tempo de bater na porta. Abro e fecho rapidamente.

— O que foi Alice? Viu algum fastama? — Thiago pergunta com a cara assustada.

Mordo o lábio ao vê-lo com o peitoral a mostra e com toalha preta na cintura. Sobe um calafrio pelo meu corpo todo me fazendo arrepiar.
Ainda bem que não encontrei ele sem roupa.

Humm. Como ele será sem roupa?

Nossa, olha o que você está pensando Alice?

— Desculpa por te esperar desse jeito. Eu terminei de banhar há uns minutos. — Ele fala me olhando, com um sorriso torto nos lábios. — Vou vestir. Pode me esperar aí.

Até o momento não consigo pronunciar uma palavra. O corpo dele me hipnotizou.
Observo ele ir para o closet. A visão de suas costas. Os músculos bem desenhado, me deixa sem ar.
No riacho ele ficou sem roupas, somente com a sunga. Mas não é a mesma coisa, havia mais pessoas e nós não estávamos conversando. Aqui só somos nós dois.

Thiago volta do closet com uma bermuda e com uma blusa vermelha bem justa ao corpo. Os músculos ficam visível.
Observo o seu corpo mais uma vez.

— Para de ficar me comendo com os olhos! — ele conversa me fazendo voltar a realidade.

O meu rosto queima de vergonha, coço a minha cabeça fitando meus pés.

Ele senta na cama ao meu lado. Passa a mão no meu rosto. O cheiro dele exala pelo quarto. Sinto um pouco tonta por causa do cheiro gostoso que vem de seu corpo.

— Você fica linda com vergonha. — Sorri.

Toco a sua mão que me acaricia e também sorrio.

— E você é um mentiroso!

Ele dá uma gargalhada. Ah, como eu quero sempre escutar eesa risada.

— Por que você entrou como um furacão no meu quarto?

Sacudo a cabeça sorrindo.

— É que eu ouvi seus pais conversando, subindo as escadas. Corri para eles não me verem. Eu não quero que eles pensam coisas erradas de mim. — Falo envergonhada olhando para baixo, com as mãos sobre minhas coxas.

Ele me faz olhar para o seu rosto, erguendo o meu queixo com a mão. Observar os pares de olhos verde cintilante tão próximo não é fácil para mim, mas eu tento não desviar.

— Eu entendo.

Ele aproxima de mim. Nós estamos quase beijando. Thiago coloca a outra mão na minha coxa. Me afasto e retiro a sua mão.

— O que foi? — Franzi a testa.

— Estou aqui para terminar a conversa, lembra?

Ele desvia os olhos e sorri.

— Verdade. Então aqui não é como na cidade. Você sabe. A maioria quem trabalha são homens. As únicas mulheres na fazenda são as três criadas que trabalha aqui. E uma que trabalha na casa dos funcionários.

Fico por um tempo pensando o responder.

— E não tem nada em que posso ajudar? Thiago eu estou aqui sem fazer nada. Só gastando despesas. Eu tenho que fazer alguma coisa.

Thiago me olha com semblante sério.

— Alice, eu já disse para você não se preocupar.

— Mas eu me preocupo sim. Me deixa ao menos ajudar as criadas.

Ele levanta da cama.

— Não Alice! Você é como uma visita, não tem porque ajudar as criadas. A Laissa tem alguma coisa a ver com essa decisão sua? — pergunta sentando e com o olhar ainda sério.

— Ela não tem nada haver, eu mesmo que quero fazer algo. Se fosse você, eu tenho certeza que também iria querer fazer alguma coisa.

Ele sacode a cabeça de leve.

— Eu sinto muito, mas não vou poder te ajudar.

Fico por um bom tempo procurando palavras. Não consigo uma para tentar convencê-lo.

— Eu quero ajudar as criadas e vou fazer isso. Não tem problema algum em ajudar. Eu vou me sentir melhor assim.

— Ok, se vai se sentir melhor, você pode ajudar elas.

— Estou indo.

Respiro fundo e levanto. Ele segura meu braço.

— Por favor, fique mais um pouco.

Olho para ele. O seu olhar parece triste e ansioso.

— Você já disse tudo. Não temos mais nada para falarmos.

Ele fica de pé.

— Eu sei. — Diz olhando nos meus olhos. — Mas se você ficar, eu tenho isso.

Antes que pudesse raciocinar qualquer coisa, ou ficar confusa por não entender a frase, ele tasca um beijo em mim.

No início fico paralisada, mas depis levo uma mão até a sua nuca e a outra pouso no seu peitoral. Quero senti-lo. Agarro a oportunidade. As mãos dele passa na minha nuca e cabelos. Ele acaricia a minha nuca de um jeito me fazendo delirar. A mão que está no meu cabelo ele desce e coloca na minha cintura, aperta e me puxou para perto dele. Gemo com impacto do nosso corpo. Ele corta o beijo e desce para o meu pescoço. Nossas respirações estão ofegantes. Thiago aperta nossos corpos, mesmo não tendo para onde ir. A minha costas formiga.
Thiago desliza a mão da minha cintura para o meu bumbum e aperta com força. Eu não solto um gemido. Empurro ele com muita força. Ele cai em cima da cama.

— Nossa, o que foi? Pensei que você estivesse gostando. — Fala endireitando na cama, assustado com as pupilas dilatadas.

Não digo nada, apenas saio correndo do quarto, deixando-o confuso.

Não esqueça de deixar o seu voto.

Sem Direção (Concluido)Where stories live. Discover now