Eu não desvio os olhos do relógio um minuto, parece que as horas resolveram ficar paralisada.
A minha ansiedade só aumenta. Não sei se estou ansiosa para a conversa, ou ver Thiago. Quem eu quero enganar? E lógico que estou louca para ver Thiago. Isso só pode ser loucura, ele mora aqui e eu acabei de vê-lo no jantar.Às oito em ponto, abro a porta do meu quarto, olho no corredor e certifico se tem alguém. Limpo.
Ando em passos curtos, até ouvir vozes quando passo em frente a escadaria. Os pais de Thiago. Caminho depressa, depois corro.
Nem tive tempo de bater na porta. Abro e fecho rapidamente.— O que foi Alice? Viu algum fastama? — Thiago pergunta com a cara assustada.
Mordo o lábio ao vê-lo com o peitoral a mostra e com toalha preta na cintura. Sobe um calafrio pelo meu corpo todo me fazendo arrepiar.
Ainda bem que não encontrei ele sem roupa.Humm. Como ele será sem roupa?
Nossa, olha o que você está pensando Alice?
— Desculpa por te esperar desse jeito. Eu terminei de banhar há uns minutos. — Ele fala me olhando, com um sorriso torto nos lábios. — Vou vestir. Pode me esperar aí.
Até o momento não consigo pronunciar uma palavra. O corpo dele me hipnotizou.
Observo ele ir para o closet. A visão de suas costas. Os músculos bem desenhado, me deixa sem ar.
No riacho ele ficou sem roupas, somente com a sunga. Mas não é a mesma coisa, havia mais pessoas e nós não estávamos conversando. Aqui só somos nós dois.Thiago volta do closet com uma bermuda e com uma blusa vermelha bem justa ao corpo. Os músculos ficam visível.
Observo o seu corpo mais uma vez.— Para de ficar me comendo com os olhos! — ele conversa me fazendo voltar a realidade.
O meu rosto queima de vergonha, coço a minha cabeça fitando meus pés.
Ele senta na cama ao meu lado. Passa a mão no meu rosto. O cheiro dele exala pelo quarto. Sinto um pouco tonta por causa do cheiro gostoso que vem de seu corpo.
— Você fica linda com vergonha. — Sorri.
Toco a sua mão que me acaricia e também sorrio.
— E você é um mentiroso!
Ele dá uma gargalhada. Ah, como eu quero sempre escutar eesa risada.
— Por que você entrou como um furacão no meu quarto?
Sacudo a cabeça sorrindo.
— É que eu ouvi seus pais conversando, subindo as escadas. Corri para eles não me verem. Eu não quero que eles pensam coisas erradas de mim. — Falo envergonhada olhando para baixo, com as mãos sobre minhas coxas.
Ele me faz olhar para o seu rosto, erguendo o meu queixo com a mão. Observar os pares de olhos verde cintilante tão próximo não é fácil para mim, mas eu tento não desviar.
— Eu entendo.
Ele aproxima de mim. Nós estamos quase beijando. Thiago coloca a outra mão na minha coxa. Me afasto e retiro a sua mão.
— O que foi? — Franzi a testa.
— Estou aqui para terminar a conversa, lembra?
Ele desvia os olhos e sorri.
— Verdade. Então aqui não é como na cidade. Você sabe. A maioria quem trabalha são homens. As únicas mulheres na fazenda são as três criadas que trabalha aqui. E uma que trabalha na casa dos funcionários.
Fico por um tempo pensando o responder.
— E não tem nada em que posso ajudar? Thiago eu estou aqui sem fazer nada. Só gastando despesas. Eu tenho que fazer alguma coisa.
Thiago me olha com semblante sério.
— Alice, eu já disse para você não se preocupar.
— Mas eu me preocupo sim. Me deixa ao menos ajudar as criadas.
Ele levanta da cama.
— Não Alice! Você é como uma visita, não tem porque ajudar as criadas. A Laissa tem alguma coisa a ver com essa decisão sua? — pergunta sentando e com o olhar ainda sério.
— Ela não tem nada haver, eu mesmo que quero fazer algo. Se fosse você, eu tenho certeza que também iria querer fazer alguma coisa.
Ele sacode a cabeça de leve.
— Eu sinto muito, mas não vou poder te ajudar.
Fico por um bom tempo procurando palavras. Não consigo uma para tentar convencê-lo.
— Eu quero ajudar as criadas e vou fazer isso. Não tem problema algum em ajudar. Eu vou me sentir melhor assim.
— Ok, se vai se sentir melhor, você pode ajudar elas.
— Estou indo.
Respiro fundo e levanto. Ele segura meu braço.
— Por favor, fique mais um pouco.
Olho para ele. O seu olhar parece triste e ansioso.
— Você já disse tudo. Não temos mais nada para falarmos.
Ele fica de pé.
— Eu sei. — Diz olhando nos meus olhos. — Mas se você ficar, eu tenho isso.
Antes que pudesse raciocinar qualquer coisa, ou ficar confusa por não entender a frase, ele tasca um beijo em mim.
No início fico paralisada, mas depis levo uma mão até a sua nuca e a outra pouso no seu peitoral. Quero senti-lo. Agarro a oportunidade. As mãos dele passa na minha nuca e cabelos. Ele acaricia a minha nuca de um jeito me fazendo delirar. A mão que está no meu cabelo ele desce e coloca na minha cintura, aperta e me puxou para perto dele. Gemo com impacto do nosso corpo. Ele corta o beijo e desce para o meu pescoço. Nossas respirações estão ofegantes. Thiago aperta nossos corpos, mesmo não tendo para onde ir. A minha costas formiga.
Thiago desliza a mão da minha cintura para o meu bumbum e aperta com força. Eu não solto um gemido. Empurro ele com muita força. Ele cai em cima da cama.— Nossa, o que foi? Pensei que você estivesse gostando. — Fala endireitando na cama, assustado com as pupilas dilatadas.
Não digo nada, apenas saio correndo do quarto, deixando-o confuso.
Não esqueça de deixar o seu voto.
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Sem Direção (Concluido)
Teen FictionEm busca de uma vida melhor e para esquecer os seus problemas, Alice Dantas foge de sua casa. Sem muitas escolhas ela percorre sem rumo por um caminho desconhecido. Ao se ver perdida numa mata, pensando ser o seu fim, um desconhecido salva a sua vid...