15 - II

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Thiago estaciona sua Hilux Toyota ao lado de um Polo prata, alguns metros abaixo da pequena praça. Passamos pelo carro do irmão de Alana que está estacionado em frente a praça. Olho para as pessoas que estão no local e logo acho a minha irmã, sentada em um banco ao lado de um homem negro. Ao me ver, ela se põe de pé e sorri com um aceno e comenta algo com o homem. Abro um sorriso e também balanço a mão no ar em cumprimento.

Alana vem ao meu encontro e me abraça carinhosamente, retribuo do mesmo modo. Seu cabelo platinado está preso em um rabo de cavalo, deixando seu rosto oval mais aparente, a maquiagem leve realça os seus olhos castanhos escuro. A calça jeans colada com lavagem escura de cintura alta e blusa branca com decote em V um pouco solta ao corpo, mostra a bela curva que tem.
Ela também me observa sorrindo. Eu estou com um vestido florado acima do joelho, com elástico na cintura para modelar o meu corpo. Como não está frio, não arrisquei botar uma calça jeans e depois me sentir sufocada dentro dela. Nos pés calcei a rasteirinha que ganhei de presente do Renato, enquanto minha irmã usa uma sapatilha bege pontuda.

— Nossa! Você não vai sufocar? — pergunto voltando a olhar seu rosto.

— Nada! — sorri — Então, no outro dia não tivemos como conversar, hoje quero saber muita coisa — o seu sotaque não é goiano.

— Você foi mesmo para São Paulo? — pergunto, lembrando do que o tio disse assim que retornou do orfanato todo angustiado.

— Sim. A família que me adotou mora lá. Vamos sentar? — chama, voltando para o mesmo lugar.

— Eu vou dar uma passada na casa da minha tia, assim que quiser voltar, me mande mensagem — Thiago pronuncia, fazendo Lana voltar para trás.

E novamente, mais uma vez esqueço que ele está ao meu lado, só percebo quando ouço sua voz. Espero que este não sinta excluído com a chegada da Alana.

— Mano, esqueci de cumprimentar você! Oi, é — minha irmã diz um pouco sem graça tentando lembrar o nome dele.

— Thiago.

— Ah, é. Foi mal Thiago, é que é muita emoção ver Alice, não sabe o quanto esperei por esse momento — passa a mão no cabelo, ainda sem graça.

— Sem problemas, eu te entendo — diz colocando as mãos no bolso da calça jeans azul.

—  Mas você pode ficar, você também faz parte da vida da Alice.

— Não, não precisa. Já falei com minha tia que vou almoçar lá — esclarece retirando as mãos do bolso e penteia os cabelos com a mesma.

Pela sua expressão não estava chateado, o que é um alívio para mim, não quero começar a ter problemas com ele por causa da minha irmã.

— Ok — sorri.

Dou um beijo e me despeço.

Lana me leva até o banco que estava sentada, onde o homem negro está de pé, virado em nossa direção. Ele veste uma bermuda verde militar, acompanhado de uma camiseta regata branca com estampa de coroa. Um brinco brilhante enfeita sua grande orelha.

— Esse é o meu irmão postiço. Nassur essa é Alice, minha irmã — nos apresentam assim que chegamos perto dele.

— Olá Alice, muito prazer em conhecer você. É linda como a Alana — sorri apertando minha mão.

— Obrigada. Fico feliz por saber que Alana esteve ao redor de boas pessoas — falo sentando ao lado de minha irmã.

— Tenho certeza que vivi muito bem, melhor que você. Porque com aquela bruxa ao lado — faz sinal de desgosto.

Sem Direção (Concluido)Where stories live. Discover now