20 - III

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Os dias pareceram passar devagar, talvez a minha ansiedade me fez pensar dessa forma. Mas enfim o dia do julgamento chegou e nós estamos indo rumo a cidade. Estou adequadamente usando uma camiseta preta e calça jeans azul acompanhada de um tênis branco. Já o meu namorado está muito sexy com camisa e calça preta, no pé colocou uma bota marrom.

Não demora muito para chegar no local desejado, reencontrando Lana e nosso advogado, o seu pai Yoo. Após cumprimentar, entramos na sala do debate para nos acomodar. Percorro os olhos pelo ambiente vendo a família Souza reunida num canto. Roseane me fuzila, nem parece que foi minha amiga um dia, a mãe faz o mesmo, já Fátima não consigo ter a visão por estar de costas.
Dou um leve suspiro antes de sentar na primeira fileira do lado direito.

Aguardamos ansiosamente pela chegada do juiz para iniciar o julgamento de Isadora, Alana ao lado do seu pai e nosso advogado Yooku, eu entre ela e Thiago. Quando ele finalmente chega, levantamos de nossos acentos até o mesmo sentar.

— Inicia-se a sessão do julgamento da ré Isadora Souza da Silva, brasileira e viúva. Sendo acusada de matar Diogo Dantas Rodrigues e Amanda Dantas Rodrigues — o juiz Luís Sansão começa a falar — Apresento ao ministério público que a acusada provocou o acidente do casal no dia três de julho de dois mil e seis, em um automóvel. Tendo em consideração que Isadora Souza da Silva cortou os freios do carro, causando assim um acidente na rodovia. Alega-se que a ré tenha cometido o crime por causa do dinheiro que o casal havia ganhado na loteria, ficando insatisfeita com o pouco que tinha recebido. Qualificando num crime hediondo.

Fico surpresa e me questionando de onde o juiz tirou a informação sobre os freios do automóvel. A minha irmã contou mais detalhes para o delegado quando entregou o diário?
Com certeza, não tem outra pessoa que sabe mais do que ela. E o que mais Lana escondeu de mim?

— Vamos agora iniciar o interrogatório da ré! — Luís diz olhando para minha tia e em seguida para os jurados.

Isadora anda em direção a cadeira na frente do juiz, olhando diretamente para a nossa direção. Mesmo com seu olhar firme, posso sentir que se encontra apavorada. E quem não fica nessa situação? Mas eu não sinto nenhuma pena do seu estado, esperei tanto por esse momento. O dia da minha vitória é vê-la pagar pelo que fez comigo. Espero que seja condenada por tudo o que aprontou.

— Isadora, são falsas ou verdadeiras as acusações? — o juiz interroga.

— São falsas, eu não matei ninguém — fala olhando para nós.

Claro que a mesma não vai afirmar, ela não é louca o suficiente para declarar verdadeira a afirmação.

— Você tinha a intenção de pegar o dinheiro do casal, por isso os mataram?

O local está num silêncio absurdo aguardando pela resposta dela.

— Nao! Eu jamais matariam eles, não teria coragem de matar a minha cunhada. Sendo que eles deram uma quantia em dinheiro sem direito algum para a minha família — afirma virando-se para os jurados.

— Agora é fácil falar isso, essa mentirosa! — Lana fala alto para que a tia escute.

Luís Sansão bate o martelo e repreende minha irmã:

— Silêncio! — depois da pausa ele continua: — Mas no diário, Amanda afirma que você ficou insatisfeita com valor do dinheiro dado a sua família.

— Foi apenas um comentário brincalhão, como sempre fazíamos uma com a outra, mas provavelmente ela não considerou, já que não tínhamos mais uma amizade construtiva.

Reviro os olhos com tanta força só de raiva. Quanta invenção que essa mulher faz, sabe mentir tão bem parece atriz. Alana também fica inquieta ao meu lado dando vários suspiro. Ela quer retrucar, mas sabe que será em vão. A nossa mãe deixou bem claro que ela não gostou e não foi apenas um dia.

Sem Direção (Concluido)Where stories live. Discover now