13 - II

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Thiago estaciona o carro na garagem, abre a porta e sai sem me dizer uma palavra. Nós passamos o caminho todo calados. Desco também dando de ombros. Ele pega as duas malas e eu pego uma grande sacola, bem pesada.

— Deixa aí. Eu pego para você — ele fala enquanto carrega as malas.

Reviro os olhos.

— Não se preocupe eu — começo a falar.

— Ai meu Deus! Você chegou! — Cléo corre em minha direção sorrindo.

Solto a sacola no chão e retribuo seu abraço. Como é bom ser recebida dessa maneira.
Logo a atrás vem Renato um pouco alheio ao aproximar de mim. Percebo que ele quer dizer algo quando me afasto da Cléo, mas fica acanhado.
E entendo obviamente, ele me julgou de uma coisa que eu não tinha feito. Eu fiquei com raiva dele no momento, mas não tinha como ele acreditar em mim sendo que o colar foi encontrado nas minhas coisas, cheguei até desconfiar do mesmo. Tenho de me surpreender é da Cléo e Thiago que confiaram tanto em mim.

— Será que você aceita meu pedido de desculpa, por não ter acreditado em você? — indaga meio sem jeito.

— Tudo bem Renato, ela fez uma coisa bem feita. Não teve como você saber — dou de ombros e encarando-o.

— Mas eu poderia ter acreditado em você. Posso te dar um abraço? — coça a cabeça apreensivo.

— Claro — sorrio e sou retribuída.

Antes de desfazer o abraço, ouço Thiago pigarrear atrás de nós.

— O que foi Thiago? É só um abraço! Nós somos cunhados — Renato diz afastando de mim e olhando para o meu namorado.

— Fala como se eu não te conhecesse — Thi resmunga pegando a sacola do chão e mais duas no porta malas.

Pego as duas restantes, e vou logo atrás dele.

Coloco de qualquer jeito no chão do closet e sigo para a cozinha cumprimentar as criadas. Digo o quanto elas me fizeram falta e as mesmas dizem que a casa não foi a mesma quando eu saí. 
Nesse percurso não encontro a Laissa, isso me deixa um pouco maluca, quero tanto falar poucas e boas para ela.

Volto para o quarto novamente, olho para janela para o teto.
Essa casa me fez falta!

Descido ir para a sacada, pois senti tanta falta desse lugar que a casa da Maria não tem.
Ao passar pela porta, logo vejo a pessoa que tanto quero ver. Em passos rápidos caminho em sua direção que está sentada.

— O que quer aqui? Você já sabe de tudo, não precisa conversar comigo. — Laissa dispara.

A suas palavras não me atinge, pelo contrário, paro em sua frente com as mãos na cintura e não desvio meus olhos do dela.

— Por que hein? Por que Laissa, você tem tanto ódio de mim?

Ela não me responde e desvia o olhar. Respiro fundo antes de fazer qualquer besteira.

— E ainda tu fingiu ser minha amiga, sua falsa! Tudo isso para eu não desconfiar de você — Falo tentando soar calma, mas estou a ponto de voar na sua cara.

— E você caiu direitinho. Afinal, você é tão burra — diz levantando da cadeira.

— Você não me chama de burra! — Falo entre dentes.

Já cansei de ser chamada dessa forma pela minha tia e prima, não posso deixar que outras pessoas me fale besteira outra vez e ficar por isso mesmo.

Ela revira os olhos e dá um sorriso debochado.

— Mas é o que você é. Você acha mesmo que eu Laissa Rezende teria amizade com você!? Só pode ser burra em pensar assim — fala dando um breve sorriso cheia de maldade.

Sem Direção (Concluido)Where stories live. Discover now