6 - III

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Thiago veste uma bermuda branca e camiseta regata cinza, colada ao corpo.
O seu cabelo está totalmente bagunçado, deixando-o mais bonito.
Renato e as meninas foram assistir o jogo meia hora antes.

A água gelada do riacho me proporciona boas sensações no calor da tarde.
Com Thiago, consigo os primeiros passos para saber nadar. Ele explica muito bem. E com ele eu estou confiante. Enquanto ele segura na minha cintura eu o obedeço, chacoalhando os braços e pernas. Ele me elogia. Pela primeira vez já saí bem. Mas na verdade não é a primeira vez, pois Fernando me ensinou ontem, eu só não consegui aprender.

Estar ao lado de Thiago é melhor do que ficar com o Fernando.
Fernando é muito bonito.
Ele tem os olhos castanhos. O corpo dele é definido. Mas Thiago é muito lindo, o seu corpo também é definido, com pele média quente e os olhos verdes bem destacados.

— A sua beleza vem de família, não é? — Thiago diz me tirando dos pensamentos.

— A sua tia e primas são lindas. — Finaliza.

Reviro os olhos com o comentário dele.

— Isadora não é minha tia de sangue, só a chamo assim, por causa do tio Rodolfo. — Falo ficando de pé.

— Entendi. — Thiago diz balançando a cabeça, tirando a mão da minha cintura. — Falando na sua prima, hoje ela me mandou mensagem perguntando se você está bem.

Viro as costas brincando com a água, disfarçando enquanto sinto a minha garganta travar. Fecho os olhos e sacudo minha cabeça, para coisas negativas não virem a mente.

— Por que ela não ligou para falar comigo? Ela não disse que iria fazer isso? — perguntei sentindo minha pulsação acelerar.

— Talvez ela achou muito recente para te ligar. — Diz mexendo na água.

— E não achou para te mandar mensagem? — me viro para ele instantaneamente.

Ele ergue a sobrancelha, depois um sorrisinho malicioso surge no canto da sua boca. Um sorriso charmoso.

— Calma aí! Você está com ciúmes? — indaga sorrindo.

Nego.

— Não, de jeito nenhum. Apenas achei estranho ela fazer isso.

Acredito que nem sei disfarçar uma mentira.

— Ãn, sei. — Diz dando uma leve sacudida na cabeça em afirmação.

Ele não acreditou na minha resposta. O meu coração acelera mais. O meu rosto está quente. Thiago me observava, como um animal observa a sua presa. Olho para a água.
Ele aproxima de mim, toca no meu ombro com uma mão e a outra levanta meu queixo.

— Não precisa ficar assim. Ela pode ser linda, mas eu só tenho olhos para você. — Diz olhando nos meus olhos.

O meu coração falha uma batida, não digo nada. Observar o seu rosto de perto é uma fascínio.

Fecho os meus olhos e espero oi lábios dele tocar o meu. E acontece.

Nós nunca beijamos como nessa tarde. Quando não tinham mais fôlego paravam, mas depois continuavam novamente.

O último beijo começa esquentar entre nós.
Thiago me aproxima de um barranco. Ele me aperta contra seu corpo. As minhas costas doi por conta do barro rígido. Durante o beijo sinto uma mordida de leve no lábio inferior. Solto um gemido e faço o mesmo mordendo o seu lábio. Thiago geme e me aperta mais contra o barranco, com o seu corpo. Sinto ele muito rígido, e isso faz calafrios percorrer por todo meu corpo. Passo minha mão no seu peitoral nú, sentindo a sua rigidez.

Ele aperta minha coxa com muita força durante o beijo. Paro de beijá-lo com uma sensação estranha.

— Melhor nós pararmos. — Sussurro ofegante.

— Desculpa por ter feito isso. Eu não consegui evitar. — Ele diz beijando meu pescoço com a respiração acelerada.

Arrepio imediatamente.
Thiago volta a beijar minha boca. Suga minha língua com força, me espremendo contra o barro. Corto o beijo e ele protesta.

— Thiago por favor. Eu não quero te deixar no desejo. Por favor.  — Falo sem olhar nos seus olhos.

— Eu já estou. — Ele sussurra com a voz rouca e ofegante.

Levanto o olhar para encará-lo. Os seus olhos mostra muito desejo. Suas pupilas estão dilatadas. Afasto dele.

— Me desculpa. — Digo tentando correr dentro da água, mas não consigo.

Impossível correr nessas circunstâncias.

— Eu não posso. Não estou preparada.

Eu quase não saio do mesmo lugar, por mais que apressasse. Fico calma até sair fora da água.

— Eu sei. Eu te entendo. — Ele diz vindo atrás de mim, quase correndo.

Chegando na raseira onde não tem muita água,  tento correr. Tropeço numa pedra, e caio.

Agora sim estou mais envergonhada.

— Alice, não precisa correr. Eu não vou te forçar. — Fala me levantando. — Você precisa passar água nas costas, está suja de terra.

Thiago começa a jogar água no meu corpo. Ele passa a mão nas minhas costas. Sinto formigamento na espinha.

— Não precisa. Eu tomo banho. — Digo virando rápido para ele.

Thiago olha para os meus seios, morde o lábio e retira o olhar assim que percebe que estou observando-o.

— Então vamos?

Nós seguimos o caminho todo em silêncio. Ele ficou chatiado. Mesmo concordando com minha decisão, não tem como não ficar aborrecido. Ele está me desejando e eu não atendi o pedido dele.

Nós dois provocamos o desejo, não tem porquê ele chatiar. Ou tem?

Eu também desejo muito ele. Mas eu não me sinto preparada para isso. Eu não o conheço direito. Ele pode aproveitar de mim.
Thiago não tem cara de aproveitador, mas muitas vezes as aparência se enganam.
Eu poderia ter realizado o desejo dele no riacho. Mas não sei se lá é um lugar apropriado. Alguém pode chegar a qualquer momento.
Imagina como eu não ficaria falada se o povoado soubesse.
As conversas iria rodar como?
" A menina que está na fazendo dos Rezende foi vista tranzando no riacho do pasto da família" ou quando eu passasse por eles, " Ela foi vista nú, com o Thiago Rezende. " E ainda esse " Ela não presta já deu para o primeiro que encontrou. " Vai saber como essas pessoas gostam de falar da vida dos outros.

Faço caretas dos meus próprios pensamentos.

Tento o máximo espantar os meus pensamentos, sobre o ocorrido de hoje.



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⭐⭐⭐⭐⭐⭐
Beijos.

Sem Direção (Concluido)Where stories live. Discover now