OITO

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Contém Gatilho.

RUEL

As semanas se passaram rápido. Já faziam dois meses que eu tinha me aproximado da Lore, mas ainda não consegui as informações que o Ralph tanto queria. Até tentei entrar no escritório do Benjamin enquanto Lore dormia, porém, acabei hesitando ao presumir que teria câmeras por todo o local. No seu notebook também não tinha nada, só pastas de fotos em família, fotos com amigos e trabalhos do colégio. Também tinha músicas e vídeos, mas nada que tenha chamado a minha atenção ou que chamaria a do meu pai.

Eu estava perdido em meus pensamentos. O que havia acontecido no banheiro da casa da Lore não saía da minha cabeça desde então, e isso me irritava. Não foi uma coisa surreal, mas foi diferente. Apenas nos tocamos, e não foi sexual, mesmo que naquele momento eu queria que fosse. Não passamos disso por opção dela, mas me senti tão culpado por pensar na ideia do Ralph, a qual seria eu fazer a Lore se apaixonar por mim.

Mas Deus, eu estava tão duro. Queria provar aquela boceta apertada.

Meu pé esquerdo que estava sendo apoiado pela perna direita balançava. Eu estava impaciente. Esperava a Sarah descer do seu quarto, pois segundo meu pai, eu teria que esperá-la descer, já que a mesma tem uma surpresa para mim.

— Quanto tempo ela vai demorar? — perguntei. — Não quero me atrasar.

— Não sei. — Ralph respondeu me encarando com uma expressão entranha.

— O que foi?

— Onde você dormiu naquele dia? — perguntou.

Eu sabia do dia que ele estava falando. O dia que dormi na casa da Lore. Quando voltei para casa no dia seguinte, meu pai me esperava sentado na sua poltrona da sala.

— O que isso importa? — dei de ombros.

— O que importa? Não sei. Talvez o fato de você acabar morrendo por ser filho do conselheiro da máfia inglesa, não acha?

Acabei não conseguindo controlar a risada sarcástica que veio.

Ele me espanca praticamente todos os dias e agora está preocupado comigo?

Foda-se!

— Por que está rindo? — perguntou.

— Nada. — falei. — Não era a minha intenção. Me desculpe!

— Ruel, já estou farto de você... — se levantou. — Você não passa de um drogado imprestável. — falou. — Acha que eu não sei que anda usando essas porcarias? Além de um inútil e incompetente, você é um drogado fodido.

Engoli seco e observei seus movimentos enquanto se aproximava em passos lentos até mim.

— Eu não me importo que você use. Só pelo menos faça o que mandei, e olha que isso não é difícil, Ruel. — suspirou. — Por que está enrolando? A única coisa que você precisa fazer é entrar naquela boceta e investigar a porra do Benjamin.

— Já parou para pensar que comecei a usar essas porcarias por sua causa?

Ralph me encarou com os punhos fechados e uma cara nada boa. Ele estava irritado. Sua mão direita apertou meu pescoço e só consegui lembrar do que aconteceu quando a Lore tentou me acordar. Bati as minhas em seu braço, e meu rosto foi acertado com um soco forte, me fazendo gemer por conta da dor e fechar os olhos.

— O motivo de você se drogar não sou eu, e sim, você mesmo. — disse. — O fato de você ser um fracassado não é culpa minha.

Eu já estava sem ar e meus braços já cansavam de tentar folgar sua mão que apertavam o meu pescoço, e ao perceber isso, Ralph se afastou ajeitando seu paletó, e eu tossi enquanto me levantava.

A MENTIRAWhere stories live. Discover now