ONZE

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Contém Gatilho.

LORE

Minha cabeça doía como se estivesse levado uma pancada. Gemi enquanto tentava levantar. Abri os olhos devido às vozes. As vozes misturadas me fizeram despertar e colocar a mão na nuca. Eu estava deitada em uma cama pequena, em um quarto branco. Não tinha janela, apenas duas portas, a cama e uma mochila no chão. O piso abaixo também era branco.

Me levantei um pouco tonta e caminhei até a segunda porta, era a do banheiro. O banheiro não estava muito limpo, mas também não estava sujo. No lado esquerdo tinha uma privada, e no direito um espelho quebrado e uma pia média. Mais a fundo um chuveiro elétrico, que parecia está quebrado. Olhei o meu reflexo e me assustei com o sangue que vinha de trás do meu pescoço, descia a minha pele exposta do lado direito. Também tinha um corte pequeno no canto da minha boca. Meus pulsos estavam vermelhos e minhas costas doíam.

Ouvi as vozes se aproximando e a porta do quarto ser aberta, me fazendo trancar-me rapidamente no banheiro e me afastar. Quem são essas pessoas?

"Cadê ela, porra?"

Era a voz de um homem.

"Talvez o Simon tenha a libertado..."

Dessa vez foi uma voz feminina.

"Lógico que não. Vá se foder, Lola! Ela está no banheiro."

Outra voz masculina

Me desesperei e procurei algo para me defender. Agora me lembro.

Eu pedi para o Ruel me deixar na biblioteca, pois queria pegar um livro novo, e não era o Dean que estava lá, era outra pessoa, o que me fez hesitar. Era um homem alto de cabelo escuro. Ele disse que o Dean estava doente e que era o seu trabalho cobrir. Depois disso, mais duas pessoas entraram, uma garota loira e um garoto loiro. Pareciam irmãos. Em um movimento súbito, o homem mais velho saiu de trás da prateleira de livros e se aproximou.

Eu estava apavorada. A garota acertou minha boca com um tapa, me fazendo empurrá-la para longe e o menino me arremessou, e foi aí que bati as costas com força total no chão. Peguei rapidamente meu celular do bolso para ligar, mas o homem chutou o aparelho pro canto do balcão. Meus olhos seguiram o telefone e quando vi o Dean caído com uma poça de sangue abaixo do seu corpo, congelei. E então tudo ficou preto após ser acertada na nuca.

— Abre essa porta, Lore. — a garota disse, com a voz calma.

— Se não abrir essa porra, eu vou arrombar... — ameaçou o cara. — Não dificulte as coisas para nós, Orlando! Estamos tentando te deixar viva...

Levei minha mão até a fechadura e destranquei a mesma, e logo a porta foi aberta pelo loiro. Estavam em pé em frente a madeira. O mais velho riu malicioso após analisar meu corpo. A garota tinha um taco de beisebol na mão, e ao seu lado estava o garoto com um isqueiro na mão direita também. Pareciam ter minha idade ou até mais.

— Saia daí. Compramos roupas para você. — disse a garota. — Ainda bem que acordou. Achamos que ia morrer.

— Por favor, não façam isso... — recuei. — O que vocês querem? Dinheiro? — as palavras saíam desesperadas. — Se for isso, meu pai tem muito dinheiro.

— Mesmo chorando, é tão linda... — disse o homem velho e andei para trás. Sua cara maliciosa era horrível. — Ela pode ficar no quarto comigo?

— Para de ser pervertido, tio Dave. Isso é nojento. — disse a garota.

O garoto de cabelo loiro me pegou pelo braço e puxou para fora do banheiro. Se não é dinheiro, o que eles queriam?

Me jogou com força na cama e gemi de dor devido às costas. Meu corpo todo estremeceu e tentei recuperar as forças enquanto ainda estava de olhos fechados.

A MENTIRAWhere stories live. Discover now