TRINTA E SEIS

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Gatilho.

RUEL

Não. Não. Não.

Eu sabia que tinha algo estranho. Sabia que ele estava tramando alguma coisa desde que apareceu em minha casa. Ralph não era de ir na minha casa assim do nada.

Não era para ser assim. Eu ia contar tudo para ela do meu jeito. Como tudo aconteceu. Desde quando eu tinha dezesseis anos. Ia contar como o meu pai me mostrou a sua segunda vida horrível e como ele me obrigou a fazer parte daquilo, e particularmente como ele me fodeu por causa disso, durante anos.

Ele armou esse jantar ridículo na intenção de desmascarar o Benjamin na frente da Lore, mas como ele teve coragem de dizer que o que eu tinha com ela era mentira? Ele não sabia de porra nenhuma.

Mas por que logo hoje? No seu aniversário?

Estou ciente dos meus erros. De como eu ter me aproximado dela só para investigar o seu pai, mas isso tudo era culpa dele. Culpa do Ralph.

Orlando me olhou triste e decepcionada. Eu sabia que ela iria me odiar se soubesse o que eu fazia. Eu sabia.

Meu peito apertou ao vê-la se afastar de mim, recuando o meu toque e implorando para que eu não a procurasse. Eu a quero. Quero mais que tudo. É incrível como Ralph consegue distanciar tudo aquilo que me faz feliz. Ele era um monstro. Um homem horrível. Eu o odeio.

Lore se afastava a cada minuto que passava e até que saiu da propriedade. Seu segurança a levava embora. Eu a perdi.

Fechei os punhos e entrei novamente na casa, percebendo que eles ainda estavam na mesa. Carla e Benjamin nem sequer se levantaram para certificar se a sua filha estava bem ou não. Todos eram farinha do mesmo saco.

Larry estava ao lado da cadeira onde o Ralph estava sentado. O senhor Evans levava seu copo com whisky nos lábios. Tinha um sorriso vitorioso ao saber que o chefe da máfia estava na palma da sua mão. Ele virou o olho em minha direção, e não demorei para agarrar o seu colarinho e puxá-lo com tudo. Kate se assustou e se levantou com a mão no peito.

Foda-se! Foda-se, todos!

Meu pai encarou meu rosto e acenou para o seu segurança, impedindo-o que ele se aproximasse. Um sorriso sádico curvou em seus lábios. Filho da puta louco.

— Que porra você fez? — gritei. — Por quê? Eu disse que a Lore era fora.

Ele riu.

— Você acha mesmo que só porque enfiou um soco na minha cara, eu ia ficar sem fazer nada? — debochou. — Quem você acha que é para me dar ordens? A Orlando ficava fora? — riu novamente. — Pelo amor de Deus, né! Esqueceu do que sou capaz?

Ele me empurrou e acertou o meu rosto, fazendo-me tombar para trás.

— Meu Deus... — Kate choramingou. — Parem!

— Você é um monstro. Desprezível. — comecei. — Um solitário que gosta de fazer os outros sofrerem. — continuei. — Eu odeio você!

— Isso, meu garotinho! — sorriu orgulhoso. — Você é mesmo o meu filho.

Larry me segurou e me debati no intuito de me soltar.

— Me solta! Filho da puta! — falei.

— Vejo que a sua família não é nada calma, Evans. — Benjamin. — Talvez você mereça. Vamos, Ruel! Desconte o soco que o seu pai te deu.

— Benjamin... — Ralph sentou novamente. — Eu tenho muitas informações sobre você. — ele disse. — Sua entrada na máfia. Listas de assassinatos. Transporte e vendas de armas e drogas ilegais. Tudo que pode destruir você...

A MENTIRANơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ