VINTE E SETE

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LORE

Thomas estava sentado ao meu lado. O convenci a me levar em uma boate, qual as minhas amigas havia me chamado. Como meus pais não estavam em casa, eu só poderia sair se o segurança e o motorista me levasse, mas ele não havia curtido a ideia de primeira. O alto encarava uma garota dançando no Pole Dance. Observava seus movimentos atentamente.

De uns dias para cá, o Benjamin o colocou para ser meu segurança particular. Sidney sempre falava que o alto ao meu lado era muito bonito, e ela estava certa. Thomas tinha vinte e cinco anos. Tinha braços e pernas fortes, era alto, barriga sarada. Eu já o vi treinando algumas vezes. Cabelo preto, olhos castanhos, rosto liso, maxilar bem desenhado e um olhar sério. Sempre usava terno e hoje não seria diferente.

Sua mão esquerda segurava um copo com água de coco e a minha, vodca com algo misturado. Eu não sabia o que estava dentro, e o Thomas tinha me repreendido por isso. Ele parecia um irmão mais velho. Eu gostava dele. Era o melhor entre todos os seguranças do Benjamin.

— Senhorita Lore! Aconselho que não beba mais. — ele disse.

— Está tudo bem! — falei. — Se eu ficar bêbada, você me leva para casa sem que meus pais nos peguem. — pisquei brincalhona e ele negou. Sempre sério.

— Vou ao banheiro. — comentou e se levantou. Ajeitou seu terno. — Não saia daqui. Estou falando sério.

Minhas amigas já tinham ido embora, só Sidney que estava comigo. Anne me fez prometer que eu fosse para casa depois do segundo copo, mas era óbvio que eu não iria.

Me aproximei do balcão e pedi algo diferente pro bartender, que logo colocou alguns shots em minha frente. Olhei para os copos médios em cima do balcão preto e estreitei os olhos. O que tinha ali?

Mordi o canto da boca, um tanto curiosa e peguei um, virando logo em seguida. O garoto me olhou divertido e também virou um copo. Era bonito. Suas tatuagens eram intrigantes. Ele riu e pegamos mais um copo, brindando antes de virarmos novamente.

— Qual é o seu nome? — perguntei curiosa

— Bartender. — respondeu rindo, me fazendo rolar os olhos

— Vamos virar todos eles ou não? — eu disse

— Seu trabalho é embebedar as pessoas?

Ele riu, mostrando seus dentes brancos e perfeitos.

— Quanto mais bêbados estiverem, mais gastam seu dinheiro com bebidas. — respondeu sincero.

É. Faz sentido.

Seu humor sarcástico me faz lembrar o Ruel. Ignorei o loiro ontem e hoje o dia inteiro. Estava com raiva dele ter me tratado daquela forma, e parecia que ele não se importava em me explicar o motivo dele ter agido assim.

Sentei no balcão sem me importar se podia ou não, e encarei as pessoas que dançavam na pista de dança. Virei o restante dos copos com o bartender. Ele era uma pessoa legal, foi irritante não dizer seu nome, mas era legal.

Notei seu baseado atrás da orelha enquanto ele preparava algo rosa para uma garota que pediu. Ruiva e bonita. Alta. Parecia uma modelo. Usava uma mini saia preta e um corpete da mesa cor. Batom vermelho nos lábios, combinando perfeitamente com a cor do seu cabelo. Ela me olhou de relance e sorriu, fiz o mesmo, e então saiu quando pegou sua bebida.

Thomas estava demorando.

O bartender levou seu baseado na boca e acendeu a ponta com o isqueiro. Deus, ele estava tão sexy. Sou um ímã que atrai drogados ou o quê? Não que eu estaria reclamando, mas pelo amor de Deus.

A MENTIRAWhere stories live. Discover now