DOZE

624 55 4
                                    

Contém Gatilho.

RUEL

Andava de um lado para outro na sala do Benjamin. Já faz dois dias que a Lore havia sido sequestrada pela família Miller. Eles tinham a sequestrado para fazer com que o chefe da máfia inglesa confessasse que havia mandado matar sua mãe.

Provavelmente teriam planejado isso há bastante tempo, e quando finalmente conseguiram uma brecha, agiram de imediato. O Ralph estava estressado, assim como o Orlando, que fazia inúmeras ligações e não permanecia em casa assim que sua filha foi levada.

Gleice Miller foi uma das vítimas do Benjamin por culpa do seu marido, Wilson. Ele estava devendo uma boa grana para um dos agiotas, sendo ele um dos homens que trabalhava para o Ben. Wilson morreu de acidente. Estava dirigindo bêbado enquanto voltava para casa, e Orlando, não satisfeito, mandou assassinar sua esposa.

Ralph estava com o seu telefone no ouvido e falava com um dos seus contatos, mas logo desligou e olhou para o Benjamin que estava sentado na cadeira atrás da sua mesa enorme. Sua esposa, por sua vez, estava aflita e preocupada, mas se mantinha calma sempre que aparecia no escritório do Ben, e era notável que ela estava fingindo.

— Acabei de saber que eles estão indo para Boston. — disse Ralph. — Meus informantes afirmaram que eles pegaram a estrada que leva para lá.

— Isso significa que agiremos agora? — perguntei após descruzar os braços. Benjamin negou. — Acha que seria arriscado?

— Óbvio! Eles afirmaram que a vida da minha filha dependia de mim. — respondeu. — Devemos fazer tudo isso com maior cautela possível e muita calma.

— E se chegarmos tarde demais? — falei irritado.

Benjamim me lançou um olhar feio e logo suspirou. Eu sabia que a culpa era minha e tudo que provavelmente acontecerá com a Lore nos dias que virão, será culpa minha também. Se eu estivesse mais atento naquele dia, isso não aconteceria. A única coisa que quero fazer agora é trazê-la de volta.

— Se chegarmos tarde e algo acontecer com ela, a culpa será sua, Ruel! — falou, com um tom acusatório e sério.

— Você acha que eu não sei? Mas por algum motivo a sua segurança sobre ela também falhou.

— Está falando que eu também tenho culpa? — protestou.

— Estou! — olhei para o homem que agora tinha se levantado. — A pessoa mais culpada aqui é você. Se você não enfiasse uma bala na cabeça da Gleice, a Lore estaria aqui.

Ele se aproximava furioso com os punhos fechados e dentes cerrados. Estava focado em acertar meu rosto em cheio, mas eu estava atento a qualquer ação que ele estava prestes a fazer. Logo ouvimos o barulho de arma sendo destravada. Era o Ralph. Ele tinha sua pistola apontada para a cabeça do Benjamin.

— Afaste-se dele, Ben! — começou. — Estamos de cabeça quente, e não vamos fazer nada que nos arrependeremos depois.

A voz do Ralph era firme e séria. Benjamin me olhou como se quisesse me matar ali mesmo, coisa que ele faria se meu pai não tivesse aqui.

— Por que está tão preocupado com ela? — perguntou ele. — Estou curioso... — estreitou os olhos, suspeitando, e desconfiado. — Não me diga que está se apaixonando por ela. Coitado. Lore nunca teria olhos para você.

— Não seja louco, porra! — respondi. — Só não quero uma vida em minhas mãos. Além disso, a vida da filha do chefe da máfia. Acho que seria fardo demais, não?

A MENTIRATempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang