TRINTA E OITO

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Contém Gatilho.

RUEL

Kate passou pelo portão assim que o mesmo foi aberto. A senhora Evans estava bem vestida, como de costume. Usava um vestido luxuoso de uma das suas coleções e seu salto fino. Seu cabelo longo caía em seu ombro. Tirou seus óculos escuros enquanto caminhava e se aproximava. Me notou sentado na espreguiçadeira da área externa e engoliu seco, criando coragem para falar.

Fazia duas semanas que eu não voltava para a casa dos Evans. Não queria e nem quero vê-los ainda.

Minha mãe me surpreendeu aparecendo aqui do nada. Eu não esperava que ela viesse aqui, já que a mesma não costuma vir.

Ela molhou os lábios nervosa.

Seus olhos tristes e expressão cansada de sempre. Forçou um sorriso e parou em minha frente.

Eu segurava um baseado pequeno nos lábios enquanto a observava. Estava curioso para saber o que ela queria falar. Talvez me convencer para voltar casa? Nem fodendo.

Se fosse isso, ela poderia virar a porra do seu rabo e ir embora daqui. Eu não voltaria. Deixei bem claro quando fui embora. Eles que se fodam.

— Vincent... — passou os olhos percorrendo o lugar. Estreitou os olhos devido ao sol. — Por que não atende as minhas ligações?

Ri sem humor e neguei desacreditado.

— Você sabe o motivo. — falei. — Ainda esperam notícias minhas? Burros!

Kate se sentou ao meu lado.

— Querido... — ela disse. — Eu não sabia que o seu pai estava planejando desmascarar o Benjamin na frente dela. — explicou.

— É claro que não sabia! — olhei para ela quando a raiva começou a crescer. — Você acha que ele conta tudo para você? Faça-me o favor...

— Sei que o Ralph tem segredos, Ruel. — deixou claro. — E prefiro não saber sobre eles.

Levantei e saí, logo entrando na casa e deixando a Evans sozinha, e como presumi, a mais velha me seguia.

— Eu gosto da Orlando, meu bem... — sua voz soou atrás de mim. — Se eu soubesse que o seu pai faria aquela coisa horrível no jantar, eu não deixaria.

Olhei para mulher mais uma vez com os olhos estreitos.

— Será mesmo? — ironizei. — Você não fez nada durante anos. — apontei. — Por que faria agora?

Ela engoliu seco e desviou o olhar, encarando a geladeira da cozinha. Foi até lá e despejou um pouco de água no copo transparente em sua frente.

— Sabia que a Orlando se aliou ao pai? — soltou. Congelei e um bolo se formou em minha garganta. — Nosso informante comunicou que a Lore está fazendo treinamento. Lutando e aprendendo a atirar. — continuou. — Talvez o Ralph estivesse certo quando falou que ela iria ser uma mafiosa incrível, não acha?

Isso era verdade? Orlando se juntou com o pai?

O que eles planejavam?

Ela estava diferente. Olhar diferente. Seu cabelo que era longo agora batia em seus ombros. Continuava linda.

Ela parecia mais tensa e determinada.

Eu a deixei em paz como a Julie me aconselhou, mas isso ainda me matava. Me torturava vê-la tão perto e mesmo assim tão longe.

— Se realmente quiser reconquistá-la, devo avisá-lo que terá um grande problema pela frente... — ela disse. — Se ela aprender a atirar... Deus, ela vai ser um monstro com a porra de uma pistola na mão. — sua voz ecoou firme e orgulhosa. — Pena que está do lado errado!

A MENTIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora