TRINTA E NOVE

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LORE

Abri a porta vermelha, já notando o Thomas se aquecendo. Ele usava apenas uma calça de pano e seus dedos enfaixados, como todos os dias. Seu peitoral musculoso brilhava devido ao sol que entrava pela fresta da janela, me fazendo engoli seco. O homem em minha frente era forte. Alto. Seu cabelo úmido devido à transpiração salgada. Olhou para trás assim que fechei a madeira atrás de mim, e parou de socar o saco de pancada que ficava em frente ao seu corpo.

Todas as noites eu descia aqui e treinava. Ele me ensinava luta e não foi tão difícil pegar o jeito. Óbvio que eu sempre perdia para ele, até porque o Thomas era experiente para caralho, mas já recebi seus elogios por ter sido rápida e aprendido muito em pouco tempo.

Ajeitei o top preto e movi o pescoço, estalando o mesmo e me aproximando.

O alto andou até a estante e pegou sua garrafa de água, logo virando o líquido transparente em sua boca e engolindo o mesmo. Suspirou e colocou suas mãos na cintura. Lambeu os lábios e voltou para a mesma posição, e logo depositou socos consecutivos no saco preto.

Engoli seco mais uma vez e cruzei os braços no peito enquanto observava seus movimentos rápidos. Suas mãos fechadas afundando no couro sintético e no rosto franzido toda vez que chocava seu punho nele.

— Hoje vai ser diferente... — começou.

— Diferente? — perguntei.

— Sim! — respondeu. — Vamos treinar lá fora.

De cenho franzido, continuei encarando o homem.

Lá fora? No salão? Onde os outros ficavam?

Não sei se quero pessoas me observando.

Thomas se afastou do saco e pegou sua garrafa. Me olhou mais uma vez e pressionei os lábios com a cena. Peito sarado e os gominhos da sua barriga expostos em minha direção, ambos suados. Mostrando-me o quanto bonito e sexy ele poderia ficar.

Sidney, você tem bons olhos...

Cocei a garganta e molhei os lábios, desviando o olhar logo em seguida.

Ele me deixava sem graça na maioria do tempo que treinávamos, e parecia não perceber, o que era ótimo, ou talvez ele fingisse muito bem.

— Vamos! — ele disse passando por mim e abrindo a porta novamente.

Virei meu corpo e segui o seu. Seus músculos tensionavam em cada passo que ele dava. Eu observava tudo daqui de trás. Sua bunda média e redonda se movendo conforme a passada que os seus pés davam. Ele era tão másculo.

Parou quando chegamos no salão e agradeci por não ver ninguém. Estava vazio.

Thomas se virou para mim e me olhou nos olhos. Olhos castanhos me encarando e intimidando, me deixando desconcertada e nervosa. Suas mãos pararam em meus braços livres e pelados, logo apertando a pele.

Vi sua garganta se movimentar, engolindo seco e seu maxilar travar.

— Vença! — sua voz saiu em um sussurro, mas era firme e séria.

Três corpos masculinos saíram dos cantos escuros da sala e se aproximaram. Todos eles com balaclava preta. Usavam calças jeans e casacos. Um com taco de beisebol na mão, outro com uma corrente e último com uma faca.

Olhei rápido pro Thomas e sentindo o medo aparecer por todo o meu corpo. Ele curvou os lábios com sorriso divertido e se afastou. Apontou para uma mesa ao meu lado, a qual tinha objetos em cima e franzi a testa.

Ele só pode estar brincando.

— Que porra é essa? — perguntei ainda parada.

Os homens encapuzados se aproximaram rápido e então me aproximei da mesa, pegando dois cassetetes e levantando-os em suas direções e protegendo o meu corpo.

A MENTIRAWhere stories live. Discover now