VINTE E TRÊS

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LORE

Desci do carro da Anne, olhando para ela um pouco hesitante. Eu ia fazer mesmo isso? Minha amiga me fez usar uma calcinha de seda e uma roupa não muito normal para apenas uma noite de estudos. Eu usava um vestido preto colado. O mesmo estava um pouco acima das minhas coxas. Tinha um decote exagerado. Peguei meu moletom, vestindo-o em seguida, já recebendo um olhar feio da morena.

— Devo mesmo fazer isso? — perguntei mais uma vez.

Anne passou a tarde comigo e me perguntou o que estava rolando entre mim e o Ruel. Eu não tinha certeza do que era. Ele faz como que eu me senta diferente, o que para mim era maravilhoso. Não me trata como se eu fosse uma boneca, não como os meus pais me tratam. Eu não sou frágil como eles pensam.

Ruel era uma das pessoas que mais me faz rir e pensar em mim mesma, e eu gosto de saber que ele também não me ver como uma pessoa fraca. A cada dia que passa, me sinto mais atraída. Sinto como se eu precisasse mergulhar para conhecê-lo mais. O loiro me deixava louca. Me faz pensar inúmeras coisas com ele. Seus toques, beijos e olhares. Ao perceber a tatuagem em suas costas, fiquei excitada. Seus braços e dedos longos. Jeito que segurava a bola e se movimentava, fez com que eu sentisse um formigamento no meio das minhas pernas.

Eu não queria acreditar nisso, mas as minhas amigas sempre tiveram razão. Eu estava atraída pra caralho por ele.

Agora estou aqui. Usando um mini vestido, era praticamente como se eu estivesse pedindo para ser comida por ele, e a ideia foi dela, da minha amiga. Ela sorria um tanto orgulhosa enquanto eu fechava a porta do seu veículo.

— Claro que deve! — respondeu. — Ele é louco por você também. — continuou. — O Shawn me disse.

— Mas Anne, eu não sei... — mordi o lábio. — E se eu não gostar?

— Só vai saber se fazer... — ela disse. — Agora vai!

Assenti e me afastei do seu veículo, então ela piscou e foi embora. Encarando a casa do outro lado da rua, notei que um som alto estava vindo de lá. Ele estava dando uma festa?

Ajeitei a mochila com os livros dentro, e caminhei até o portão, o qual estava aberto, entrando em seguida. Fiz uma careta ao ver a porta de entrada aberta também. Passei por ela já vendo homens bem vestidos sentados e bebendo, e outros conversando e rindo. Passando por eles, eu procurava o Ruel, mas ele não estava por aqui. Caminhei até a cozinha, onde vi garotas com apenas peças intimas beijando alguns dos homens que vestiam os mesmos trajes, ou seja, ternos.

Engoli seco quando vi uma loira alta descendo suas mãos pela barriga do loiro. Ela beijava e lambia seu pescoço, e ele estava de olhos fechados. Sua cabeça jogada para trás enquanto aproveitava os toques da garota. Suas mãos estavam feridas e sujas, parecia sangue. Seu rosto também estava sujo de vermelho, e notei um corte em sua sobrancelha, a qual estava livre de piercing. Ele usava uma calça social e estava sem camisa.

Levou um baseado em sua boca e tragou, mordendo os lábios quando a loira começou abrir sua calça. Eu estava nervosa e sentindo um pontada no peito. Aquilo me deixava inquieta e irritada, e não era justo, eu não deveria sentir isso. Ele não é meu.

Uma mão tocou meu braço e me assustei. Virando meu rosto, vi um homem que aparentava ter trinta anos. Era bastante bonito, maxilar bem desenhado, suas sobrancelhas grossas e escuras. Sua camisa social estava aberta. Ele alisou meu braço e se aproximou do meu ouvido.

— Está gostando do que ver, boneca? — perguntou e me afastei.

Engoli seco sem saber o que responder. Por que ele faria uma festa aqui? Se ele disse que não queria que ninguém soubesse da casa, por que convidou esse pessoal todo?

A MENTIRAWhere stories live. Discover now