Capítulo 22

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ELAIN

Cada ano que passava sua mente parecia mais pertecer a um outro alguém do que a ela mesma, cuidar de jardins pareciam já não fazer mais sentido para ela. Elain jurava que sua vida estava se apagando e ninguém reparava, nem mesmo Azriel, mas depois daquele solstício ele deixou claro que não queria nada com a fêmea de outro macho. 

Ele havia dado um colar tão delicado para ela, mas após ele recuar o beijo que estava  certo que ambos esperavam, mas ao qual ele disse que seria um erro, ela não pensou duas vezes antes de devolvê-lo. Ela se arrependeu pouco tempo depois, mas quando voltou para pega-lo novamente ele já havia partido com seus presentes. Ela havia se perguntado o que ele teria feito com o colar, até que um dia quando foi visitar sua irmã mais velha na Casa do Vento, quando a mesma treinava com as sacerdotisas e viu o colar no pescoço daquela ruiva, a ira primordial que surgiu em seu coração foi o suficiente para fazê-la querer arrancar aquele colar do pescoço dela.

Nestha havia visto quando ela tinha chego, e a apresentou as amigas, Gwyn, a Sacerdotisa com o colar e Emerie, a fêmea illyriana, ela não havia pensando duas vezes antes que as palavras saíssem frias de sua boca, o colar era dela, por um momento de raiva o devolveu mas ela queria de volta. Ah ela havia se deliciado com a magoa que havia surgido nos olhos de Gwyn, havia visto a raiva tomar conta das feições de Nestha e de Emerie. Ela assistiria com satisfação as fêmeas dilacerar o encantador de sombras. Mas elas não haviam feito nada, Az apareceu no instante que Gwyn havia começado a chorar, ela jogou o colar em sua cara e nada mais, Azriel perguntou qual era o problema com Elain, e depois disso ela decidiu não aparecer mais pela casa. Se passaram anos sem ela visitar Nestha lá até que descobriu pela própria que Azriel e Gwyn haviam se tornado parceiros. Onde a cabeça de Elain estava nesse tempo todo?

Ela se lembrava de flashs dos anos, pequenas coisas eram lembradas e grandes coisas eram esquecidas. Ela lembrava de uma voz mais antiga e mais perversa que a de Koschei sussurrando pelo vento, e quando ela não conseguia mais evitar e começava a ouvir, tudo se apagava, pequenos lampejos que não faziam sentido surgiam de vez em quando. Nyx adormecido perto de uma muralha, fogo verde, olhos dourados, um desejo de vingança e então um macho lindo, com sua pele bronzeada e cabelos loiros e uma cicatriz no rosto como se tivesse sido quebrado seu nariz e nunca se curado. 

Ela lembrava de ter soprado um pó naquele macho, um pó dado por aquelea olhos dourados, que dizia guardar uma coisa que queria a muito se divertir e que deveria ser usado naquele macho, em Fenrys Moonbeam, ela não sabia se havia dado certo.
Quando alguém repararia que ela estava mal? Ela havia mandado a única pessoa que provavelmente se importaria sumir da frente dela para sempre, e desde então ele vivia nas terras mortais com Jurian e Vassa. Talvez fosse hora de Feyre o convidar para o jantar.

- Feyre, que bom que eu te encontrei - Elain disse a irmã que estava no escritório apreciando um quadro que ela havia pintado de Nyx.

- Como posso ajudar, Elain? Você se sente bem? Lembrou de algo. - Preocupação brilhava nos olhos da irmã Archeron mais nova.

- Não lembro de nada - Mentiu ela - Mas queria saber se... Se você chamaria Lucien para jantar e passar uns dias - A voz de Elain começou a falhar - Talvez ele possa me ajudar. - Mais que isso ela não iria admitir.

Tristeza brilhou nos olhos de Feyre.

- Se você pensa em magoa-lo mais, esqueça, você já o fez sofrer o suficiente. - A tristeza virou raiva - Você o ignorou por anos Elain, e agora quer que ele a ajude? Você só se importa com você mesma.

Elain não sabia por que Feyre e Nestha haviam mudado tanto com ela nos últimos meses, mas elas estavam claramente com raiva dela, mas por quê?

- Se você não pode convidar ele, então eu mesma o convidarei. - Disse de forma seca. - Pensei que de todos você me entenderia.

A Court of Fire and DarknessWhere stories live. Discover now