nós ainda vamos comer

246 38 11
                                    

Ele me abraça.

Sabe como isso é bom?

Isso é bom.

Ele me abraça forte e beija meu pescoço com ternura. Ele não tem malícia, ele só quer dizer que me ama.

Eu abraço de volta.

Isso é muito bom.

Vejo nosso reflexo pelo espelho, de como ele apoia a cabeça no meu ombro e eu sinto pele na pele e estamos tão quentes. Seu cheiro inebria, porém faz tão bem... Fecho os olhos e ele me beija outra vez. Estou com o coração leve, sinto que a vida é linda, estou calmo. Não sei como dizer tampouco como poderia... Eu quero sentir isso. Quero sentir na ponta dos meus dedos. Eu toco suas costas nuas e ele me aperta mais forte. Eu não vou embora, se é isso que ele quer saber. Somos lindos no escritório, no banheiro, na minha casa, na casa dele... Somos lindos em qualquer lugar. Ele me beija outra vez e me encharca de beijos repetidos e rápidos. Ele tá dizendo que me ama.

Não, não importa se não é com palavras, eu sei que me ama. Eu quero gritar que estamos apaixonados e nada nem ninguém pode derrubar isso. Me sinto imbatível. Me bata, sou imbatível. Mas ele me abraça e eu desarmo, viro garoto. Sorrio sem nem perceber, gosto disso daqui. Do silêncio, das nossas respirações. De quando engole em seco, mas me beija a lateral do pescoço. Os lábios macios dele contra a minha pele são como as ondas de mar num dia de verão.

— Você está confortável? — me pergunta.

— Com a sua cueca? — eu a ajeito no corpo e ele sorri.

Passo a olhar seu rosto pela iluminação do banheiro.

— Também... — ele responde, revirando os olhos.

Lindo. Gostoso. Maravilhoso.

— Hm... Nós ainda vamos comer?

— Você quer? Acho que não vou comer muito...

— Ah, claro, depois daquela refeição completa na mesa agora há pouco...

Ele me dá um tapa no ombro e então caímos na gargalhada. Ainda consigo sentir seus dedos em mim me tocando daquele jeito. Ainda sinto a mesa contra o meu corpo. Ainda sinto tudo, tudo mesmo... E quando olho para o espelho, vejo como meu corpo está todo marcado, principalmente meu pescoço e meus ombros. Até meu pomo de adão foi atingido.

— Que vontade de te bater! — ele ainda ri.

Gosto de fazê-lo rir.

— Você está satisfeito, então? — ergo uma sobrancelha e ele joga a cabeça para trás de tanto gargalhar. Eu sacudo-o um pouco pelos braços. — Está satisfeito?

— Depende do que você se refere... — fala, tentando se recompor.

— Você sabe do que me refiro — sussurro de maneira sensual perto da sua orelha e ele ri mais ainda.

Se eu tivesse chegado agora e visto Josh rindo tanto assim, eu juro que acharia que ele está bêbado.

— Ah, então quer saber se estou satisfeito?

— Foi isso que eu perguntei — eu digo.

— Não — quando ele diz isso, eu fico olhando para a sua expressão de quem está se divertindo com a situação e fico em dúvida se ele está falando a verdade ou não.

— Não?

— Não — ele está com um sorriso lindo descarado no rosto e eu tô puto, porque tô apaixonado e não sei se ele está tirando uma com a minha cara.

— Não mesmo?

— Não — ele abana a cabeça.

— Vamos de novo, então — eu desço a mão para o seu cinto e luto com a fivela.

crises et chocolat  ✰  Nosh  ❖  Now UnitedWhere stories live. Discover now