nós somos um casal fitness

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Acordar ao lado de Josh é uma dádiva. Me sinto bem. Mais que bem, na verdade. Me sinto estupendo. Mas acordar pelado ao lado dele também é muito mais do que estupendo. Estou com tanto sono que não consigo pensar numa palavra melhor que essa. É que estou perdido, preso, emaranhado ao seu corpo, olhando seu rosto de dorminhoco. É cedo da manhã, eu acabei acordando mais cedo que meu despertador, e agora olho meu amor num sono profundo com o cabelo todo bagunçado. Gostaria de tocá-lo, porém receio que venha acordá-lo sem querer. Também, do jeito que estou, se até mesmo eu tentar levantar irei acordá-lo, já que meu braço esquerdo está no seu pescoço. No entanto, só aguento mais cinco ou dez minutos dessa paz até o alarme tocar e ele abrir os olhos meio assustado.

— Cacete — senta-se repentinamente na cama, pondo as mãos na cabeça. Ele também está nu.

— Calma... — me estico para desligar o alarme, que é apenas eu gritando “acorda, vadia, vai trabalhar para comprar roupa!” e no fundo WAP num áudio extremamente estourado. Pelo menos funciona. Acordou Josh, que só vive dormindo. — Pronto, desliguei.

— Que susto — ele deita de costas na cama de novo e fica a olhar o teto do meu quarto.

Eu pego meu celular, mas vejo que não tem nenhuma notificação importante. Quando vou fechar as abas, vejo uma do Google que provavelmente deixei aberta e a minha pesquisa me deixa meio envergonhado: algo relacionado a se é normal uma ejaculação apenas em sentir alguém se esfregar em você, sem necessidade de penetração. Eu acho que me lembro de ter pesquisado isso, já que... Bem... Hm... O Josh ele... Sabe... Rebolou muito no meu colo ontem à noite... Sabe... Com... Bastante força...

Bloqueio o telefone repassando as memórias de ontem e cegamente tateio o colchão por debaixo da coberta para encontrar a mão de Josh. Acabo caindo a mão no seu abdômen nu e assim deixo. Esfrego os dedos na sua pele enquanto sinto os movimentos da sua respiração.

— Bom dia — eu digo.

— Bom dia... — Josh põe a mão dele sobre a minha, que está em seu abdômen fazendo carinho. — Que horas são?

— Cinco e meia — respondo.

— Que horário filho da puta é esse, Noah? — sua reclamação me faz rir.

— Credo, Josh... Eu sou lerdo para me arrumar, por isso o despertador precisa ser cedo.

— Eu não sou obrigado a acordar esse horário. Vou dormir por mais meia hora — vira-se de costas para mim e puxa meu braço contigo. — Vem, dorme comigo.

— Espera — eu pego o celular e programo um alarme para daqui a meia hora, porque sei que vamos dormir muito mais que isso.

Assim que deixo o celular na bancada, eu o envolvo por trás e formo uma conchinha maior ao redor dele. Normalmente é o contrário, mas eu gosto disso também. Gosto de quando ele me abraça por trás, assim como gosto de abraçá-lo também. Meu coração fica acelerado, tenho medo de ele perceber. A real é que minha timidez é tanta que não quero que ele descubra que qualquer coisinha me deixa balançado. Ainda mais isso, porque estamos sem roupa e o encaixe dos nossos quadris assim não parece tão fofinho assim (se é que me entende). Sendo honesto, sentir seu bumbum contra minha virilha é bom demais. E ele não liga, já que seus olhos estão fechados e provavelmente vai estar dormindo daqui a pouco.

Ele vive dizendo que eu morro quando durmo, mas ele também dorme bastante. A diferença é que o sono dele é leve, ao contrário do meu. O mundo pode pegar fogo lá fora, mas eu vou estar sonhando com anjinhos. Se uma agulha cai no chão, ele acorda. Digo isso porque eu sei que não vou dormir nessa meia hora, já que até mesmo acordei antes do despertador, então tenho que tomar cuidado em não me mexer muito. Por isso, encosto o rosto no seu pescoço. Fico aqui sentindo o cheiro que emana, me inebria, deixa tonto, meio sem saber o que fazer.

crises et chocolat  ✰  Nosh  ❖  Now UnitedWhere stories live. Discover now