nós queremos festejar com álcool

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— Pa-pa-party! — Krystian grita histericamente quando Josh abre a porta da casa.

No mesmo segundo que nos vê, Beauchamp bate a porta sem mais nem menos. Ele odeia a gente junto.

— Vamo invadir a casa desse vagabundo — Wang segura meu braço e do Bailey, nos puxando para a lateral da casa de Josh. — Vejam se tem como a gente entrar de penetra por algum lugar.

— Você sabe que eu sei abrir a porta dele, né? — pergunto.

— Sabe? — Bailey e Krystian falam em uníssono.

— Tem pouco tempo que ele saiu da era jurássica e colocou senha — eu conto.

— Você também tá, então. Sua porta é de chave — o comentário do filipino me faz revirar os olhos.

— Mas o moço do prédio disse que em breve vai mudar todas — minha explicação sai meio arrogante propositalmente. Bailey nem liga. — Enfim, acontece que ele me deu a senha para testar...

Então nós três voltamos para a porta da casa. Eu chego pertinho do tecladinho para botar a senha e respiro fundo. Pelo que eu me lembre, Josh colocou a data de aniversário dele como senha. Agora é molezinha para eu entrar.

— Vai logo — Krystian me apressa.

Digito os números um por um, com paciência, e espero a porta destrancar. Mas não ocorre isso. Na verdade, aparece no visor da caixinha preta que a senha está incorreta. Eu não acho que errei, então digito de novo. Continua dizendo que a senha é incorreta. Então eu paro de tentar, porque vai que chama a polícia?

— Você é um merda, Noah — Wang me olha com um falso nojo.

— Não fala assim do meu Noahzinho! — todo esbaforido, Bailey me abraça de ladinho. — Ele fez o melhor que pôde! — bagunça meu cabelo e começa a deixar beijos espalhafatosos no meu rosto. Um deles agarra o canto dos meus lábios, mas Bailey não parece ligar para isso.

Mas, do nada, a porta abre e Josh está sério olhando para nós três.

— Largue meu namorado — e então me puxa pelo pulso para ficar perto dele e sair das garras do filipino. — Se eu sonhar que você está beijando ele, eu te meto a porrada.

— Ei, Josh, eu posso me defender, sabia? — afasto meu pulso da mão dele, porque acabou apertando um pouco demais. Tanto que esfrego a mão nessa área para ver se melhora o desconforto. — A gente já não conversou sobre isso?

Josh fica me olhando silenciosamente, entende no meu olhar o que quero dizer. Então eu vou abraçá-lo pela cintura, porque aparentemente encher ele de carinho é uma forma de dizer "ei, eu não quero Bailey, eu só quero você”. Eu amo enchê-lo de carinho, claro que sim, mas é estranho ter de fazer isso para acalmar o seu ciúmes. Mesmo assim, eu quero esquecer o assunto e lhe dou um beijo na bochecha para mostrar que estive com saudades.

— Te amo — sussurro baixinho com uma voz aguda e fofa.

Ele me abraça também e me faz sair do caminho para que os meninos possam entrar. E então, depois disso, ele fecha a porta, ainda com os braços em mim. À medida que May e Wang se espalham pela casa, querendo saber da vida de Josh, ficamos aqui no cantinho nos abraçando e trocando alguns beijos tímidos no rosto.

— É só brincadeira, tá? — falo baixinho, passando a mão pelo seu cabelo já grandinho. — E também, só assim pra você abrir a porta.

— Como você é insuportável, Noah — ele revira os olhos, mas percebo que é brincadeira. — Fechei a porta porque vocês vieram muito cedo e não sei se vou conseguir suportar vocês três por tanto tempo assim, não.

crises et chocolat  ✰  Nosh  ❖  Now UnitedWhere stories live. Discover now