EXALANDO SEXUALIDADE

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Estou chegando em casa quando encontro Thereza saindo. Ela vem em minha direção quando desço do carro.

— Oi, Leonardo, que bom que te encontrei. Quero agradecer a sua atenção com a Açucena e perguntar se você acha que ela está bem psicologicamente?

— Olá, Thereza. Percebi a hesitação dela quando a trouxe para sua casa, então ofereci a ela, dormir na minha. Acho que foi medo mesmo. Sua casa é muito grande, ela não está acostumada com isso. Acredito que daqui a pouco tudo se ajeitará.

— Tomara. Estou indo lá na ONG para assistir uma aula de dança que ela ministra para os jovens, quer ir comigo? — Thereza me convida, confesso que fico curioso sobre as aulas dela e acho que não será muito abuso ir junto à mãe dela.

— Acho que vou sim, Thereza. Preciso conhecer mesmo a ONG. Açucena e eu estamos querendo fazer um projeto juntos na área da prevenção a gravidez.

— Interessante. Leva suas coisas para dentro, te espero. Gosto da ideia de vocês.

Foi assim que conheci o lugar onde ela dá as aulas de jazz e hip-hop e também onde aconteceu minha primeira ereção, diretamente causada por ela. Chegamos ao local no começo da aula de hip-hop, fico fascinado com o projeto e mais ainda ao saber que atende jovens de dez a dezesseis anos de toda a comunidade carente.

Ela nos vê e percebo sua surpresa com a minha presença. Dá um leve aceno de mão para nós e continua a aula. Sentamos num banco, juntos com alguns pais de alunos e ficamos observando a aula. É visível a adoração dos jovens pela sua aula. Ela demonstra os passos da dança e ele acompanham, aplicadamente. A música que eles estão dançando é do Projota - Ela só quer paz. Sinto até vontade de aprender a dançar com ela. Quando essa aula acaba já tem outra turma esperando para a aula de jazz. Nesse intervalo ela vem em nossa direção.

— Oi, mãe. — Abraça a mãe dela. — Oi, Leonardo. Não sabia que você viria. — Açucena para à nossa frente, sem saber muito o que fazer. Tomando a iniciativa, estico-me e pouso um beijo em sua bochecha, que fica rosada.

— Estava chegando em casa quando a Thereza saía para cá e me convidou. Como queria mesmo conhecer a ONG, aceitei. — Ela me devolve um sorriso e vejo no seu rosto o prazer que sente com minha presença.

— Que legal. Vou dar uma aula de jazz agora e depois mostrarei o espaço para vocês. Vou trocar de roupa, senão me atraso e eles ficam muito ansiosos.

— Vai lá, filha, estamos adorando sua aula. Fiquei até com vontade de dançar.

— Temos uma aula de sábado para todos que querem fazer e não tem muito conhecimento. Quem sabe vocês dois possam participar. — Thereza balança a cabeça negando.

— Eu já estou meio velha para isso.

— Imagina, mãe, você é tão novinha. E você, Leonardo? — Ela vira para mim, com um olhar questionador.

— Acho que não tenho muita coordenação motora, mas poderia me arriscar. Não tenho nenhum problema em pagar mico em público.

— Legal. Vou lá. — Acompanho o seu andar até o vestiário. Quando volta vestida para a próxima aula meu peito dói, impactado. Açucena está apenas com um top, deixando a barriga de fora, um shortinho em cima de uma meia-calça e polainas. Fico, literalmente, babando com a sua beleza e sua graciosidade. Não consigo tirar os olhos dos seus movimentos amplos e flexíveis, já no aquecimento. Ainda terei uma hora de tortura.

Não é à toa que a sala de aula está cheia de alunos. Ela é uma excelente professora, consegue prender a atenção dos alunos e também de quem está assistindo. Ao final da aula, os alunos pedem para ela dançar para eles. Ela reluta, mas acaba cedendo a insistência. Chama um moço do grupo, vai até o aparelho de som e coloca uma música da Rihanna – Love on the brain e começa a dançar com ele. Uma dança quente, sensual, com movimentos de força e de explosão. Corpos juntos, separados, jogados no chão, içados ao ar. Sinto instintivamente uma pressão no meio das pernas e meu pau cresce num impulso desmedido. Quero seu corpo colado ao meu. Anseio provar o gosto daquela boca. Nunca desejei uma mulher como nesse momento. Esqueço de tudo e de todos, olhando excitado, extasiado e acho que nem consigo disfarçar.

— Minha filha é linda, não é, Leonardo? — Thereza me assusta, falando no meu ouvido, tirando-me da inércia do momento.

— Linda, Thereza, muito linda... — Digo, sem tirar os olhos dela. Depois disfarço e olho para ela que ri satisfeita, olhando para mim e depois para sua filha.

A música acaba, todos sem exceção batem palmas e eu integro o grupo, saindo do êxtase. Ajeito minha calça antes que minha ereção evidencie meus pensamentos nada discretos, cheios de tesão e desejo. Dá tempo de tudo voltar ao normal quando ela se aproxima de nós.

Como prometido, Açucena cordialmente nos apresenta as dependências da ONG, que não são tão pequenas assim. Tenho algumas ideias que podem dar certo e ficamos de conversar sobre o assunto para levar algo de concreto para os organizadores do espaço.

Na volta, passamos em uma pizzaria, jantamos e voltamos para casa. Despeço-me delas no portão, elogiando mais uma vez sua dedicação aos alunos e também sua qualidade de dança. Entro em casa, vou tirando a roupa e tomo um banho gelado para diminuir o desejo que se instalou em meu ser. Eu não posso alimentar isso, ela passou por um trauma grande, confia em mim, sou o seu médico e não posso deixar que meus anseios estraguem a nossa relação de amizade.

Preciso realmente me controlar. Deito na cama e consigo conciliar o sono, apesar do cansaço do dia intenso que tive. Durmo agitadamente.

VEM CUIDAR DE MIMWhere stories live. Discover now