SONHOS QUEBRADOS

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 — Desculpe, Açucena — Leonardo diz e me envolve em seus braços. — Sou mesmo um idiota. Não queria temagoar.

— Não estou chorando porque você saiu daqui, Leo. Foi uma reação que senti quando você estava dentro de mim, não sei explicar. Desculpe se te assustei.

— De qualquer forma não devia ter feito isso. Na real, também fiquei um pouco assustado com o que senti. — Diz sinceramente, limpando as minhas lágrimas.

— Viemos para cá para nos divertir. — lembra e me levanta.

— Venha, vamos tomar um banho, quero te lavar. Depois vamos dar uma volta, conhecer o hotel, jantar num lugar lindo. — Diz todo decidido, enquanto pega em minha cintura e vai me empurrando escada acima.

— Você não existe, doutor Leonardo — comento, vendo-o fitando a minha bunda.

— Você não gostaria que eu existisse mesmo, se soubesse quais são meus pensamentos nesse momento.

— Pode esquecer isso que está pensando.

— Praticamente impossível esquecer essa bunda, gata. Conversaremos sobre isso em uma outra hora. Sou paciente.

Entramos no banho e ele cumpre o que prometeu, praticamente me dá um banho completo e me seca, após o banho penteia meus cabelos. Depois vai se lavar, oferecendo-me um tempo para pensar nos meus sentimentos.

Estou apaixonada por ele.

Isso eu já tenho certeza.

Tive medo que ele me tratasse sempre com atenção por causa do abuso que sofri, mas nesses últimos dias conheci o homem por trás do avental branco. Lindo, irresistível, humano e muito gostoso. Apaixonei-me pelo médico primeiro e depois pelo homem maravilhoso que ele é. Assim que resolver os problemas com a Mayara, irei expor meus sentimentos. Tenho certeza que desperto algo bom nele, só não sei se ele gosta de mim na mesma proporção, ou é apenas zelo.

— Uma moeda pelos seus pensamentos. Ainda está chateada comigo? — Escuto sua voz, até me assusto com ele parado ao meu lado, nem percebi.

— Estava pensando em você, doutor. — Percebo que ele fica desconcertado com a minha verdade e feliz por estar em meus pensamentos.

Ixiiii... então nem é bom saber. — Comenta em um tom de brincadeira, e passa por mim, enrolado na toalha abrindo sua mala. Olho de cima a baixo, todo o seu corpo malhado.

— Não mesmo. Como você consegue ficar com esse corpo tão trabalhado, se não te vi frequentar uma academia? — pergunto, zombeteira, enquanto ele coloca uma bermuda e uma camiseta.

— Eu malho na hora do meu almoço. Dia sim, dia não. Só falho se houver algum imprevisto.

— Garoto aplicado, até te invejei agora. — Dou uma voltinha e pergunto. — Está bom esse vestido?

— Está linda, Açucena. Você tem um corpo maravilhoso, qualquer roupa fica bem em você. — Caminho até o espelho.

— Acho minhas coxas um pouco grossas. — Comento vagamente. Leo agacha atrás de mim e vai subindo a mão do joelho até as coxas, apertando-as.

— Gosto de ter onde pegar, gata. — Olha nos meus olhos pelo espelho. — Goxtosa. — Diz no seu sotaque carioca e eu acredito.

Saímos ao entardecer para conhecer o hotel. Esses hotéis que as pessoas nem querem sair dele. Completo, lindo de morrer, exclusivo e romântico. Sentamos no restaurante e pedimos frutos do mar. O prato veio lindo, dá até dó de comer.

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